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Uma curadoria para a pinacoteca

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Tádzio França – Repórter

Mais ações, ideias, diálogos, e uma aproximação maior com a arte contemporânea. São atos que pretendem sintonizar a Pinacoteca do Estado com os novos tempos. “Estamos abertos ao diálogo. Convidamos os artistas a virem até nós com propostas, ações e projetos. Queremos saber o que eles estão pensando e fazendo”, afirma Sayonara Pinheiro, que há pouco mais de 15 dias está atuando como curadora do espaço – um cargo, até então, inédito na história da instituição. As primeiras ações já começam em fevereiro.
Artista plástica Sayonara Pinheiro assume a função de selecionar as exposições e gerar um novo direcionamento para o acervo
A catalogação do extenso acervo artístico mantido pelo Estado é um ponto de partida que pode determinar várias ações futuras. Foi a partir desse trabalho que surgiu a primeira exposição da nova gestão – sob direção do jornalista Franklin Jorge – prevista para o dia 21 de fevereiro. Será uma mostra de 25 gravuras (de 80 x 60) composta entre obras de arte selecionadas por Sayonara no acervo da Pinacoteca. Há trabalhos de Tomie Ohtake, Beatriz Milhazes, R. Soriano, Arnaldo Roche, entre outros nomes representantes da arte contemporânea no Brasil e América Latina.

“São obras valiosíssimas que estavam fora do alcance do público. Uma catalogação é importante para identificar essas preciosidades”, afirma Sayonara. Contribui para isso o fato de ela mesma ser uma artista plástica com 20 anos de experiência na área. O acondicionamento ideal do acervo é uma questão que ainda levará tempo para aperfeiçoar. “Ter como guardar e também receber as obras é essencial. Para a manutenção do acervo é preciso cuidar da temperatura ideal do ambiente, que não pode variar muito; ter embalagens, gavetas e paredes móveis. São vários detalhes a ver”, diz. Sayonara ressalta que todo o acervo do Estado não fica só na Pinacoteca. Há peças guardadas também nas secretarias e em algumas casas de cultura.  

As novas possibilidades da Pinacoteca também passam pelos resultados do edital de ocupação – que teve suas inscrições prorrogadas até o dia 02 de março. Os artistas enviam seus projetos de obras pelo correio. O resultado – que deverá ser divulgado até 15 dias após o encerramento das inscrições – dará origem a 16 exposições que serão organizadas ao longo do ano. Essas mostras dispõem de quatro salas para ocupar durante um ano no andar térreo do palácio – já o pavimento superior é destinado apenas ao acervo fixo da Pinacoteca. Uma comissão de três pessoas, ainda a ser escolhida, selecionará os trabalhos.  Sayonara Pinheiro ressalta que neste ano foi excluída do edital uma cláusula que obrigava o artista contemplado a doar uma obra sua para o acervo. “Achamos que esta era uma questão subjetiva de valores. Tem que pesar a importância da obra para o artista e para o acervo”, diz. A curadora afirma a intenção de levar o acervo da casa para uma direção mais contemporânea. “O edital se abre para outras vertentes ainda pouco comuns por aqui, como videoarte, instalações, performance e fotografias. Queremos pensar arte além da pintura e escultura”.

Sayonara considera que o diálogo maior com a arte contemporânea possibilitará que Natal troque ideias com centros mais avançados neste sentido, como Recife e João Pessoa. “A arte popular é importante pela questão de afirmar as raízes, mas é preciso sair um pouco dela, avançar para crescer e alcançar novas áreas. A gente quer incentivar a produção nesse segmento”, diz. A movimentação na Pinacoteca incluirá também projetos abertos na hora do almoço, como uma mostra de vídeos sobre artistas potiguares feitos na UFRN.

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