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Uma disputa pela honra

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A grande final da Copa América vai acontecer hoje, quando Chile e Argentina se enfrentam a partir das 17h(de Brasília), no Estádio Nacional, em Santiago, capital chilena. As duas equipes chegam invictas. Os donos da casa passaram pelo Peru nas semifinais, ganhando por 2 a 1. Resultado bem mais econômico do que a humilhante goleada de 6 a q que os argentinos aplicaram no Paraguai, que foi o algoz do Brasil nas quartas de final.
Lionel Messi mostrou categoria no jogo semifinal e quer brilhar
Os dois treinadores, ambos argentinos, acreditam em um duelo muito equilibrado e decidido nos detalhes. “Vamos enfrentar um grande adversário. O vice-campeão mundial, que atropelou nas semifinais e que conta com os melhores do mundo. Mas o Chile chegou a esta decisão por méritos e estamos preparados para o que vier pela frente. O título é nosso limite”,  disse Jorge Sampaoli, técnico do Chile.

Gerardo Martino, comandante da Argentina, também rasgou elogios ao rival. “O Chile tem um time técnico, mas que não deixa de ser aguerrido. Joga fechado em setores e se torna complicado. Normalmente complica os adversários e nunca teve uma geração tão talentosa. Mas a Argentina chegou até aqui pensando e dar o salto mais alto possível, que é ser campeão”,  disse Martino.

Astro do jogo, pelo menos antes da bola rolar, Lionel Messi reconhece a ansiedade de um título. “Seria incrível ganhar esse título pela seleção argentina. A Copa América nunca foi tão equilibrada e vou fazer o possível para ganharmos”,  disse Messi.

Um dos líderes do Chile, o goleiro Claudio Bravo reconhece o talento rival, mas garante que os chilenos não temem ninguém. “Respeitamos todo mundo, mas não tememos ninguém. Nunca cheganos a um torneio apontados como um dos favoritos e isso está mexendo muito com os nossos brios. A entrega em campo vai ser total e tenho convicção de que a torcida jogará em conjunto com nosso time”,  avisou o arqueiro.

A verdade é que a final está mexendo com os dois lados. “O Chile cria muito mais do que os outros adversários que tivemos pela frente. Será um lindo confronto entre duas equipes que têm grandes estrelas. Podemos jogar de qualquer maneira, mas temos que ser inteligentes nos cinco primeiros minutos. É preciso ter muita mobilidade e mudar muito de posição para não dar chance aos defensores de criar marcação fixa”,  adiantou-se ele.

Em termos de escalação apenas a Argentina está definida e com uma alteração em relação ao confronto com o Paraguai. O zagueiro Martín Demichelis perde a vaga para Ezequiel Garay, considerado titular e que só não participou da semifinal por conta de uma crise estomacal.

Já no Chile, Jorge Vargas segue na zaga na vaga do suspenso Gonzalo Jara. Porém, ainda na defesa Sampaoli segue quebrando a cabeça para escolher um lateral-esquerdo. Miiko Albornoz, titular contra o Peru, acabou com as jogadas ofensivas por conta de suas características bem defensivas. Porém, pode ser mantido diante de um rival muito perigoso, o que faz o atacante Jean Beausejour, que já foi improvisado no setor, ser descartado. Assim, Eugenio Mena tem chances de aparecer no setor.

Pelo regulamento se a partida deste sábado terminar empatada no tempo regulamentar está prevista uma prorrogação de trinta minutos. Persistindo a igualdade, o campeão sairá na disputa de pênaltis. O modelo é diferente do visto em todas as etapas anteriores, onde a igualdade após noventa minutos levava diretamente para as penalidades.

Argentina é favorita, mas Chile joga em casa
 Cada um joga por um objetivo e ambos são nobres. Essa é a realidade da final da Copa América de 2015, que vai acontecer neste sábado, quando Chile e Argentina duelam em Santiago, capital chilena. Os argentinos, que entram em campo como favoritos por conta de uma geração de craques liderada por Lionel Messi, quer quebrar um longo jejum. Os platinos não ganham o torneio desde 1993. Já para o Chile essa é a possibilidade de conquistar um inédito caneco.

O Chile esteve perto do título quatro vezes. Em 1956 e em 1987 viu o Uruguai levar a melhor no jogo decisivo, enquanto que em 1979 foi superado pelo Paraguai na grande decisão.

Na única vez que fizeram um jogo decisivo Chile e Argentina se enfrentaram justamente em Santiago. Os argentinos levaram a melhor e ganharam por 1 a 0, deixando os chilenos em segundo lugar. O duelo não é considerado final porque o torneio, edição de 1955, era disputado por apenas seis seleções e todas se enfrentaram em um único turno.

Em 30 de março de 1955, as duas equipes entravam em campo para disputar o título em uma partida que ficou para a história pela confusão fora das quatro linhas. A aglomeração de pessoas, que forçaram a entrada no estádio Nacional, resultou em uma confusão generalizada e culminou com a morte de sete pessoas, além de outras 50 feridas, segundo o relato de A Gazeta Esportiva da época.

A partida valia o título da 23ª edição do torneio sul-americano, com o regulamento um pouco diferente, e teve a vitória da Argentina por 1 a 0. Na ocasião, o Chile também era a sede da competição e o embate decisivo aconteceu no mesmo palco da próxima final, no sábado. A seleção chilena nunca havia conquistado a taça continental. Por sua vez, a Argentina já tinha levantado, antes de 1955, o troféu nove vezes.

O jogo estava marcado para começar às 20 horas (horário local), porém, desde o início da tarde, o estádio já estava abarrotado de torcedores chilenos, muitos deles sem ingresso.

A partida por pouco não ocorreu. Os organizadores do torneio começaram a retirar do estádio aqueles que estavam sem ingresso. Ainda assim, o estádio comportou mais torcedores do que a sua capacidade total – de 55.100 pessoas – permitia.

A Argentina levou a última vez a Copa América em 1993, no Equador. Os argentinos enfrentaram o México na decisão e ganharam por 2 a 1. Depois disso os platinos até conseguiram chegar à final, como em 2004 e em 2007, mas em ambos os casos perdeu para a Seleção Brasileira o confronto decisivo.

Se o Chile busca seu primeiro título na história do torneio, a Argentina já foi campeã 14 vezes e se erguer o caneco vai se igualar ao Uruguai em número de títulos. Os uruguaios são os mais vitoriosos. Já o Brasil aparece em terceiro lugar com oito troféus.

O palco da final:
1 – No fundo do Estádio Nacional do Chile, palco da final da Copa América  há um setor de arquibancadas de madeira em vez de plástico, cercado de grades em vez de painéis publicitários. Na parte superior lê-se a frase “Um povo sem memória é um país sem futuro”, lema escolhido por um grupo de ex-presos políticos da ditadura militar que transformou esse setor do Coliseu em um museu permanente do horror. Ali 20.000 pessoas viveram um improvisado campo de concentração em 1973 depois do golpe de Estado encabeçado por Augusto Pinochet.

2 – O projeto Estádio Nacional-Memória Nacional escolheu para seu propósito a “escotilha”, ou portão, número 8, a favorita dos presos, porque dali podiam ver os familiares desesperados que se amontoavam do lado de fora para fazer ou receber sinais. Embora as paredes da escotilha tenham sido pintadas pelo menos quatro vezes desde então, ainda se pode notar o relevo das iniciais e dos riscos feitos pelos prisioneiros (com pregos ou chaves) para marcar a passagem dos dias na prisão.

Ficha técnica
Chile:  Claudio Bravo, Isla, Medel, Rojas e Albornoz (Eugenio Mena); Díaz, Aránguiz, Arturo Vidal e  Valdivia; Eduardo Vargas e Alexis Sánchez. Técnico: Jorge Sampaoli
Argentina: Romero, Zabaleta, Otamendi, Garay (Demichelis) e Rojo; Mascherano, Biglia e Javier Pastore; Lionel Messi, Ángel Di María e Agüero. Técnico: Gerardo Martino
Esta´dio: Nacional/Santiago (Chile)
Horário: 17h(de Brasília)
Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia)
Assistentes: Alexander Guzmán (Col) e Cristian de la Cruz (Col)

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