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Uma voz falou na minha cabeça para eu assaltar

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Wancleir Barbosa Bezerra, de 23 anos, afirma que não tinha motivos para assaltar a padaria na última sexta-feira. “Foi uma voz que falou, na minha cabeça para eu fazer aquilo”. Com o salário modesto que recebe em uma fábrica de beneficiamento de camarão, ele sustenta a esposa, de 19 anos, que está grávida de três meses. Ele afirma que a família ainda não sabe de sua prisão. O detento também não tem um advogado e concordou dar entrevista desde que não tivesse foto do seu rosto publicada.
Wancleir Barbosa Bezerra, de 23 anos, foi espancado no meio da rua após tentar assaltar uma padaria. Ele está preso. Quanto ao  futuro, só espera concluir a pena, que deverá voltar ao regime fechado, e ver o nascimento do seu primeiro filho
De uma família tranquila, com um irmão e uma irmã de vida estruturada, ele afirma que foi o único a se envolver com o crime. No site do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte,  o nome dele está relacionado como réu em julgamento que o condenou por homicídio. O crime aconteceu em 2008. Wancleir tinha 18 anos e cursava o 2º ano do Ensino Médio em uma escola tradicional de Natal quando resolveu matar um homem que teria batido no seu pai. “Meu pai já tinha mais de 60 anos. Numa bebedeira, bateram nele e eu resolvi me vingar”, conta. Preso em flagrante, logo após o assassinato, Wancleir passou a cumprir a pena em regime fechado. Segundo ele,  foi na cadeia onde teve o primeiro contato com as drogas.  Hoje, confessa ser viciado em cocaína.

Wancleir conta que saiu de casa, em Extremoz, na manhã da última sexta-feira (21), pensando em assaltar. “Sai de casa pensando nisso. Depois, comprei um cigarro e ia desistir, mas uma voz ficou dizendo para eu ir lá. O pessoal da padaria já estava preparado porque eles já tinham sido assaltados. A mulher correu e vieram uns cinco ou seis correndo atrás de mim”,  conta. Cercado, pelos perseguidores e vários curiosos ele sofreu várias agressões. “Me jogaram para cima, para eu cair no chão. Bateram com pau na minha cabeça, até urtiga passaram em mim”, fala, mostrando as marcas na cabeça, no rosto, nas costas. “Apanhei muito”, diz.

Questionado se teria a mesma postura da população, caso fosse assaltado, ele desvia. “Não sei. Isso depende da pessoa ou da hora. A gente não sabe como vai ser”, pontua.

Detido junto a mais de 30 presos na cela do CDP de triagem, na zona Sul de Natal, ele diz lamentar que seja “uma decepção” para os pais. Quanto ao futuro, só espera concluir a pena, que deverá voltar ao regime fechado, e ver o nascimento do seu primeiro filho.

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