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Urbana não consegue dar vazão a todo lixo de Natal

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Com capacidade para abrigar 800 toneladas de lixo, a estação de transbordo de Cidade Nova – por medida judicial – não pode receber quantidade superior ao pré-estabelecido, sob pena de multa diária à Urbana. Em Natal, a quantidade de lixo produzida diariamente é de 700 toneladas, enquanto Parnamirim, que também utiliza a estação de transbordo de Natal, produz aproximadamente 190 toneladas. Desse modo, para que o limite da estação não seja superado diariamente, é necessário que ocorra o transporte constante do lixo direto para o aterro sanitário, o que vem sendo difícil de se conseguir. Resultado: acúmulo de lixo em vários bairros de Natal.

Ontem, em Neópolis, o lixo doméstico se acumulava em praticamente todas as ruas do bairroDe acordo com o presidente do Sindlimp, Fernando Lucena, não há carretas suficientes para fazer o transporte. O sindicalista, atualmente vereador de Natal, explica que é comum os caminhões fazerem a pesagem e o depósito do lixo diretamente no aterro sanitário, em Ceará-Mirim, e isso seria a causa para o atraso e irregularidade na coleta de lixo em Natal. “Não se pode ultrapassar o limite do transbordo, e não pode recusar receber o lixo de Parnamirim. Por isso, muitos caminhões vão direto para o aterro, que é longe, e quando ele (caminhão) deveria passar três vezes, passa uma, quando muito, duas vezes nas ruas”, explicou Lucena.

 Além disso, o sindicalista também avalia que faltam carretas para o transporte do lixo. “A quantidade de carretas para retirar o lixo do transbordo é insuficiente e por isso que os caminhões precisam ir direto para o aterro”, concluiu o sindicalista, atribuindo a suposta baixa circulação de carretas a atrasos no pagamento da Urbana à empresa responsável pela coleta.

O presidente da Urbana, João Bastos, confirma que há atrasos no pagamento às empresas terceirizadas que realizam a coleta do lixo. Porém, ele acredita que o problema não está relacionado à quantidade de carretas que fazem o transporte do lixo da estação de transbordo para o aterro. Segundo o presidente, o problema no acúmulo de lixo na estação de transbordo está relacionado à estrutura do local, que só permite o carregamento de duas carretas de lixo simultaneamente. “Fomos no fim de semana à estação de transbordo e vamos fazer algumas intervenções de obras que vão melhorar a agilidade na saída das carretas. Vamos possibilitar que quatro carretas sejam carregadas ao mesmo tempo”, garantiu o presidente da Urbana, que também afasta a possibilidade de extrapolar o limite de 800 toneladas por dia na estação de transbordo. “Vamos respeitar a Justiça e isso já é também uma decisão administrativa”, disse, atribuindo o acúmulo de lixo em alguns bairros de Natal à suspensão da coleta durante o feriado de 12 de outubro.

Moradores denunciam falta de coleta

De acordo com o relato de moradores de Neópolis, o carros de lixo da Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana) não aparecem há dias no bairro, o que vem causado transtorno à população com o acúmulo de lixo.

“Nós colocamos o lixo para  fora nos dias em que ele deve ser recolhido, mas o carro não aparece e a sujeira continua na nossa calçada”, relata Francisco Eleutério, dono de um comércio na rua Alameda dos Eucaliptos. Segundo ele, o caminhão costumava passar todas as segundas, quartas e sextas-feiras, mas na última semana vêm atrasando as visitas. “Com certeza é um incômodo, já que nós temos que ficar recolhendo as sacolas quando eles não vêm”.

Mais adiante, nas ruas Santa Catarina, Piauí, Rio de Janeiro e Amambaí, a situação é a mesma: lixo em frente às residências, mau cheiro, insetos. “Não sei o que pode estar causando isso, mas nada justifica esse transtorno que nós estamos passando”, afirma a dona de casa Ivoneide Policarpo da Costa. Moradora da rua Santa Catarina, ela conta que não são todas as ruas do bairro que sofrem com a falta de coleta. “Eles passam nas ruas principais, mas esquecem das menores. É uma falta de respeito”, comentou.

A informação de que os carros estariam transitando em algumas das ruas do bairro foi confirmada pela dona de casa Socorro Alves de Medeiros, que reside na rua Raimundo Medeiros Dantas. Segundo ela, o caminhão da Urbana passou pela área na última segunda-feira, depois de muitos dias sem realizar a coleta na região. “Eles passaram dias sem passar, mas vieram na segunda e recolheram a enorme quantidade de lixo que estava no depósito do meu condomínio e que vinha, inclusive, atraindo muitos ratos”, disse ela.

Alecrim

Além dos moradores de Neópolis, os residentes do bairro do Alecrim, que recebe os caminhões da Urbana na terça, quinta e sábado, também enfrentam atraso na coleta domiciliar. Segundo relato de populares, o serviço começou a apresentar problemas na semana passada. “Semana passada eles passaram dias sem aparecer. Juntou muita sujeira”, disse Liliane Bonifácio da Silva, que trabalha como doméstica em uma residência na avenida Presidente Quaresma.

Segundo ela, a coleta prevista para ontem também sofreu atraso, já que deveria ter sido realizada por volta das 7h, mas não foi feita  até às 11h.

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