quinta-feira, 25 de abril, 2024
24.1 C
Natal
quinta-feira, 25 de abril, 2024

Velhos riffs turbinados

- Publicidade -

Yuno Silva
repórter

Riffs de guitarra, vocais melódicos e produção retrô setentista são alguns dos elementos que caracterizam as bandas que congregam em torno do stoner rock, estilo que mescla sonoridades do heavy metal, do rock psicodélico e do abrangente acid rock. Ainda pouco conhecido do grande público, o movimento ‘stoner’ no Rio Grande do Norte ganha força e fôlego com a chegada do combo Catamaran (selo e festival), criado justamente para dar visibilidade à cena. Algumas ações já estão em curso para promover a primeira edição do Festival Catamaran, que une dez bandas de quatro estados e acontece no próximo dia 18 na Ribeira, como a prévia agendada para esta quinta (22h) no bar El Rock em Candelária. “A ideia do selo/festival surgiu há uns dois anos. A proposta é promover um festival alternativo, underground porém com apelo de público”, disse o músico Patrick Schafstein, parceiro na empreitada do também músico e artista visual Gustavo Rocha. “Somente agora vemos a a cena em um momento ideal para a realização do evento”, acrescenta.
Na galeria LeBoards, músico e artista visual Gustavo Rocha e o guitarrista Patrick Schafstein trocam ideias sobre novo festival
Ainda sem patrocínio, o Festival Catamaran entra no circuito para engrossar o caldo rocker potiguar: “Temos uma grande movimentação de bandas do rock alternativo, pesado e psicodélico aqui no RN. A qualidade dos trabalhos e os lançamentos frequentes de discos são destaque na região Nordeste e vem chamando a atenção de outros partes do país com mais tradição”, afirmou Patrick. Para um futuro próximo, a dupla quer buscar amparo em editais e leis de incentivo para alavancar a iniciativa, que já surge com a proposta de profissionalizar a cena ‘stoner’.

Gustavo Rocha conta que selo e festival nasceram juntos, “vamos lançar o selo durante o festival”, e a meta é realizar o evento todos os anos. “Queremos dar o máximo de suporte para as bandas que a achamos interessantes, tanto produzindo shows como lançando discos”, disse Rocha, que atualmente toca na Son of a Witch. A banda acaba de gravar seu primeiro álbum no estúdio SuperFuzz, Rio de Janeiro. “Vamos lançar pelo selo carioca Magic Ride e, claro, pela Catamaran Discos ainda esse ano”, avisa o músico e artista visual.

O incentivo que faltava para a dupla embarcar no Catamaran foi a falta de selos dispostos a investir no gênero. “O retorno financeiro de um selo é lento e arriscado, por isso nosso foco é buscarmos sustentabilidade para promover nossos próprios eventos e dar visibilidade as bandas”, disse Patrick, que toca com Gustavo na Son of a Witch, e ainda soma nas bandas Tesla Orquestra, Abducted e Ourang Medan.

O músico potiguar define o stoner rock como um estilo “fortemente influenciado pelo Black Sabbath (Inglaterra) e pelo seu precursor Kyuss (dos EUA, que deu origem ao Queens of the Stone Age). Para alguém que nunca ouviu, mostraria de cara a própria Kyuss, Fu Manchu, The Atomic Bitchwax, Orange Goblin, Monster Magnet, Nebula, Los Natas, e a nacional Fuzzly, do Mato Grosso”, enumera.

Para quem acha que é só na capital que o stoner rock se faz presente, é bom que se saiba que o RN tem representantes de peso em cidades como Mossoró, de onde vem Red Boots, Monster Coyote e Mad Grinder – em Natal destaque para Damage Division e Son of a Witch. “Quando fomos escalar as atrações para o Festival listamos mais de 70 bandas que se encaixam na proposta do evento”, revela Schafstein. Participam do Festival Catamaran dia 18 no Galpão 29 as bandas Necro (AL), Quarto Astral (PE), Rieg (PB) e potiguares Mahmed Ruído de Máquina, Zurdo, Orchestre Noire, Red Boots, Mad Grinder e The Velociraptors. O evento na Ribeira também conta com exposição de três artistas plásticos (com curadoria de Dora Bielshowsky) e performances de dança e acrobacia aérea em tecido.

Ele enxerga certa confusão na mídia sobre o termo ‘stoner rock’: “Por ser algo recente no Brasil, se confunde qualquer banda que faça algo que remeta aos anos 1970 ou 90, mas o que temos no país são bandas que se relacionam com o stoner através de outros estilos como grunge, doom, metal ou southern rock. As bandas do RN não são stoner na essência, mas se relacionam com a cena”, finaliza Patrick Schafstein.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas