“O mercado quer shopping”. A frase, dita pelo superintendente do Natal Shopping, Rodrigo Vitali, em março de 2012, parece cada vez mais atual. Levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio/RN) no final de 2012 mostrou que quase seis em cada dez natalenses entrevistados fariam compras de fim de ano em shopping centers. O resultado não demorou a aparecer. Shoppings de Natal, como o Praia Shopping, registraram crescimento até 41% nas vendas em dezembro, em comparação com o mesmo período do ano passado. No Brasil, o crescimento foi de 6%, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). A economia cresceu menos em 2012, mas ainda assim alguns conseguiram vender até 28,89% mais do que venderam em 2011, como o Natal Norte Shopping. Para Antonio Barandas, diretor do empreendimento, fatores como maturação do negócio, mudança de hábitos do consumidor em relação ao local de compra, e melhoria do mix de lojas ajudam a explicar os números.
Os executivos potiguares projetam mais crescimento para 2013, e aproveitam o momento para realizar novos investimentos. O Natal Shopping, que ainda não fechou o balanço de 2012 nem comentou se houve ou não crescimento nas vendas, prossegue com a primeira grande ampliação desde que foi inaugurado. O investimento é de R$ 85 milhões e preparará o empreendimento para receber mais 55 lojas satélites, uma loja âncora e duas mega store ainda este ano.
O Midway Mall, que também não divulgou o balanço de 2012, inaugurou novas operações no ano passado e ampliou a Área Bruta Locável. De olho no crescimento do setor, a Ecocil Participações se associou a Paulista Partage e está se preparando para investir mais R$ 50 milhões no Natal Norte Shopping, inaugurado em 2007 e primeiro a ser erguido na zona Norte de Natal.
A Capuche, por sua vez, se associou ao 5R Shopping Centers, e construirá no bairro de Emaús, em Parnamirim, um shopping de 40 mil m² de Área Bruta Locável – maior que o Praia e o Natal Shopping. O investimento previsto é de R$ 300 milhões.
As empresas já deram entrada na documentação junto a Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo de Parnamirim e estão em vias de receber a licença prévia. As negociações com as ‘âncoras’ – lojas de grande porte que funcionam como suporte comercial – estão avançadas, confirma Edson Matias, presidente da Capuche. Segundo ele, a expectativa é aprovar o projeto e iniciar as obras em 16 meses. O shopping deverá ficar pronto em 2017.
A Coteminas, uma das maiores empresas têxteis do mundo, também manifestou interesse em construir um shopping na Grande Natal. O empreendimento faz parte do complexo imobiliário previsto para o município de São Gonçalo do Amarante e está incluído no pacote bilionário de investimentos previsto para a área.
“O crescimento do setor é palpável. O segmento vem crescendo acima do varejo no país permanentemente”, afirma Edson. Para o executivo, o crescimento do setor é resultado de uma combinação de fatores, entre eles o aumento da renda média do brasileiro. “Além disso, as pessoas preferem os shoppings”, afirma.
