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Venda de eletrônicos deve subir 40%

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Andrielle Mendes – repórter

Embora ainda representem uma pequena parcela das intenções de compras no Dia das Crianças, celebrado na próxima sexta-feira (12), os eletrônicos (videogames, celulares, computadores) vêm ganhando cada vez mais espaço entre as crianças e prometem incrementar em até 40% as vendas de lojas especializadas, em relação ao mesmo período do ano passado. O percentual – puxado pelos tablets – é maior que o esperado no varejo de brinquedos.
Tablets e outros itens, como celulares, ganham espaço na data
Segundo pesquisa divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Rio Grande do Norte (Fecomercio/RN), 5,6% dos 600 natalenses entrevistados pensam em presentear a criançada com eletrônicos. O item aparece atrás dos brinquedos (50,3%), vestuário (26,2%) e calçados (7,2%). O percentual, entretanto, já foi menor: 4% em 2010, segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal. Gleiby Silva, gerente da Nagem/ Midway Mall, especializada em eletrônicos, estima que o percentual suba para 8% já em 2013. Há razão para tanto otimismo.

Na Miranda Computação, também no Midway, o incremento nas vendas neste Dia das Crianças deve superar os 30%, segundo a gerente Juliana Cristina. Crescimento puxado pelos tablets, item que chegou a custar R$ 2,3 mil e hoje pode ser encontrado por menos de R$ 400, dependendo do fabricante. Só na Miranda, a venda de tablets subiu 250% no último ano. Na Ibyte do Midway, que espera um incremento de até 40% nas vendas para este Dia das Crianças, a venda de tablets supera em 400% a venda de netbooks – principal concorrente. João Vitor Lima Teixeira de Carvalho, 9 anos, foi presenteado com um pela avó, ontem. “É mais fácil de usar e não pesa”, explicou o garoto, que escolheu o presente. A avó Célia Macedo, 60 anos, queria comprar um brinquedo, mas o neto fez ela mudar de ideia.

A expectativa das lojas de eletrônicos é sustentada por números como os do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram que o número de lares com computadores saltou de 36.236 para 228.069 no Rio Grande do Norte entre 2000 e 2010 – um avanço de 529,39% em dez anos – maior que o avanço de itens como geladeira (+71,75%), por exemplo. Se depender da vontade de presentear, este índice deverá aumentar ainda mais.

Segundo o  IPDC/Fecomércio, quase oito em cada dez natalenses entrevistados comprarão presentes para as crianças. Um pouco mais da metade confirmou que comprará um brinquedo. O gasto médio  deverá ser de R$ 118,17.

Apesar de liderar a intenção de compras, as lojas de brinquedo esperam um crescimento mais modesto. Na Ri Happy, do Midway Mall, o incremento deve ficar em torno de 10% este ano. A Planeta Brinquedos, no mesmo shopping, preferiu não fixar um percentual, mas confirmou que o movimento ainda está fraco.

A CDL Natal espera um incremento de 7% nas vendas no período, mesmo percentual registrado no ano passado. Para Augusto Vaz, diretor do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal, os brinquedos ainda permanecerão como os ‘queridinhos’ por um bom tempo. Ele, porém, não deixa de reconhecer o avanço dos eletrônicos. “Eles têm avançado, principalmente em datas como o Natal”.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) orienta que  o consumidor analise a situação financeira da família antes de efetuar qualquer compra. “Com pouco tempo para decidir o que comprar e na ansiedade de agradar, os pais podem perder os melhores preços por falta de pesquisa”, afirma o diretor de educação financeira da Febraban, Fábio Moraes.

Presente deve ser compatível com realidade financeira

Para o diretor de educação financeira da Febraban, Fábio Moraes, o erro mais comum dos pais é presentear os filhos com objetos que estão além da realidade financeira da família. “Existem pessoas que se endividam para presentear os filhos com vídeo game de última geração ou roupas caras. É importante mostrar para esse futuro consumidor que o presente é uma forma de agradar, mas não é a única. Se a família está endividada, ou não tem condições de comprar um presente, os pais devem dialogar sobre isso com os filhos”, ressalta. O especialista diz que muitos pais se sentem pressionados, “mas é nesta hora que devem manter o controle da situação e explicar a vida financeira da família”.

Segundo o educador financeiro, crianças que crescem fora da realidade tendem a cometer os mesmos erros dos pais no futuro. “A melhor forma de educar uma criança financeiramente é mostrar o real valor do dinheiro, que é fruto de muito trabalho. A mesada é um instrumento pode ajudar as crianças a entender o valor do dinheiro. Quando o dinheiro acaba muitos pedem novamente, mas os pais devem explicar que no mês o pagamento já foi feito, agora a criança só ganhará novamente aquela quantia no próximo mês”, diz.

Para Moraes, o processo de aprendizado sobre o dinheiro não é rápido. “Quando eles pedem algum presente com valor elevado é interessante estimulá-los a poupar o valor da mesada para adquirir aquele objeto desejado, de repente um cofrinho pode ajudar neste processo, mas aos poucos elas começarão a entender o valor do dinheiro”, finaliza.

TRIBUTOS

O Dia das Crianças exige olho nos preços e nos tributos. Os pais que desejam presentear seus filhos com um videogame, no próximo dia 12 de outubro, deverão preparar o bolso para pagar até 72,18%  de imposto sobre o valor do produto.  No caso do tênis importado, o percentual de tributos corresponde a 58,59%. Se o tênis for fabricado no Brasil, o imposto equivale a 44% do valor do calçado. Os números constam em estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT. O presidente do IBPT, João Eloi Olenike, diz que “o sistema tributário brasileiro é perverso, uma vez que a maior tributação ocorre sobre o consumo e não sobre a renda, fazendo com que os contribuintes com menor poder aquisitivo paguem, proporcionalmente, mais impostos sobre os produtos que adquirem. “A alta carga tributária impede,  muitas vezes, que os pais realizem os sonhos dos seus filhos, sendo obrigados a optar por presentes mais baratos que não correspondem à expectativa da criançada”, afirma Olenike. 

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