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Verba federal não chega ao HWG

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Alex Costa – repórter

O anunciado apoio do Ministério da Saúde ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel vem enfrentando problemas para sair do papel. O trabalho de acompanhamento da aplicação dos recursos, a serem enviados pelo Governo Federal, para a reestruturação da maior unidade hospitalar do estado seria feito mediante o programa SOS Emergência. Apoiadores do Ministério da Saúde (MS) atuariam na gestão do hospital, organizando os atendimentos eletivos e de emergência. Até ontem, os recursos federais não haviam chegado e o representante do Ministério do Saúde – João Carlos Franco – que começou a implantar o acompanhamento já deixou a cidade.
Ontem, os corredores do Hospital Walfredo Gurgel abrigavam 45 pacientes. Transferências para o Huol tiveram início, mas não são suficientes
Segundo o secretário estadual de Saúde, Isaú Gerino, acredita que a primeira parcela do SOS Emergência chegue ao hospital no próximo mês de abril, e não soube detalhar os problemas burocráticos que retardaram a liberação. Quanto a saída do técnico do Ministério da Saúde que chegou a vir ao estado para começar acompanhar o programa, ele disse que nem chegou a conhecer. “Quando ele (João Carlos Franco) esteve em Natal, eu estava em Brasília. E quando eu voltei ele tinha ido embora. A informação que tenho, é que o contrato dele com o Ministério não deu certo”, relatou.

Das medidas anunciadas, apenas o serviço de regulação dos atendimentos foi colocado em prática, mas de forma parcial por falta de informatização do sistema. “A regulação está funcionando para os pacientes de retaguarda. Mas está sendo difícil trabalhar e realizar os encaminhamentos. Todo o hospital está sem internet, de modo que a inserção dos prontuários de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) é realizada de maneira arcaica, através de modems com internet pessoal ou levando os documentos para serem registrados na Secretaria Estadual de Saúde (Sesap)”, afirmou Maria de Fátima Pinheiro, diretora geral do Hospital.

Para ela, o apoiador do Ministério da Saúde é essencial para colocar a “casa em ordem” e é bem aguardado pela unidade. “Como não obtivemos resposta da Sesap para o restabelecimento da internet  no hospital, iremos implantar um internet particular para garantir que o processo de regulação funcione normalmente”, completou.

Na manhã de ontem, haviam sido liberados 10 pacientes para os leitos do Hospital Universitário Onofre Lopes que deveriam ser transferidos ainda na tarde de ontem. Os 35 leitos disponíveis no Hospital da Polícia Militar também estão ocupados com pacientes com doenças crônicas. “Estamos operando com dificuldades, mas é visível a melhora no HWG”, considerou a diretora. Ontem, nos corredores do hospital estavam instalados 15 pacientes de ortopedia aguardando transferência para cirurgia eletiva e outros 35 de clínica médica.

Isaú Gerino informou que amanhã a diretora do Departamento de Atenção Especial à Saúde do Ministério da Saúde, Alzira Jorge, vai se reunir com o comitê do Plano de Urgência e Emergência Estadual para definir as metas a serem atingidas pela secretaria e fazer uma avaliação dos trabalhos, bem como informar o dia de início da aplicação do programa SOS Hospitais no Walfredo Gurgel.

REFORMA

Servidores da Secretaria Estadual de Infraestrutura (SIN) estiveram no início da manhã de ontem fazendo uma avaliação das estruturas do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel para viabilizar o início das reformas na unidade. A diretora da unidade, Fátima Pinheiro, explicou que a primeira etapa das obras deve se dar no subsolo do hospital, com a adequação do espaço para a instalação de dormitórios para os funcionários, bem como a organização do depósito de lixo. A segunda etapa será uma reforma no Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, onde as salas de repouso dos funcionários (já transferidas) se tornaram em novas enfermarias para tratamento semi-intensivo.

Sem rede básica, hospital atende casos simples

Outro fato que gera a superlotação do Walfredo Gurgel e provoca um aumento no número de pacientes nos corredores é a “omissão das prefeituras dos municípios do interior”, segundo Fátima Pinheiro, diretora da unidade. De acordo com ela, é papel dos municípios garantir o atendimento e o encaminhamento dos pacientes para as especialidades, porém a falta de médicos no interior causa a migração dos atendimentos para o HWG. “Não nos negamos a atender. Agora é complicado atender pacientes de baixa complexidade num hospital que foi feito para atender a pacientes de média e alta complexidade”, explicou.

De acordo com a diretora, os pacientes do interior rapidamente chegam no HWG, mas para serem levados de volta à cidade de origem, após a alta médica, precisam aguardar por muito tempo a chegada das ambulâncias, ocupando muitas vezes uma maca no hospital. É o caso de Maria Francidalva da Silva, de 29 anos. De Santo Antônio, a dona de casa deu entrada do seu filho, João Vítor de 12 anos, na unidade hospitalar no final da tarde da segunda-feira, após o garoto ter caído de uma árvore no quintal de casa.

“Para vir para cá foi bem depressa. A ambulância prontamente nos atendeu e ele foi bem diagnosticado pelos médicos. Teve um traumatismo craniano encefálico, porque bateu com a cabeça, mas se recuperou depressa. Desde as 8h da manhã de hoje que aguardamos aqui no leito pediátrico a chegada da ambulância e nada”, informou a mãe do João Vítor, por volta das 13h de ontem.

Segundo Francidalva, uma ambulância grande levou embora, na manhã de ontem, 14 pacientes para Santo Antônio. “Comigo, meu filho e meu marido seriam mais três passageiros. É um absurdo. Meu marido já foi atrás de um táxi para nos levar de volta para casa”, informou.

Outro caso é o de Edson Lima, de 25 anos, natural de Brejinho. Em companhia de sua mãe, o moto-táxi que deu entrada no início da tarde da segunda-feira, vítima de um acidente de moto, recebeu a alta durante a madrugada e aguardava a chegada da ambulância desde as 5h50 da manhã de ontem. “O jeito é esperar. O pior é que tendo recebido alta não temos mais direito a comer dentro do hospital. Sem dinheiro no bolso, só nos resta esperar com fome”, lamentou.

De acordo com a mãe do jovem, Josefa Maria de Lima, de 41 anos, várias pessoas de Brejinho já conhecem a realidade da demora da ambulância na hora de vir buscar o paciente após a alta. “Eles ficam esperando alguém precisar da ambulância lá em Brejinho para poder descer pra Natal. Enquanto isso, fazem os pacientes já atendidos esperarem horas pela chegada da viatura”, reclamou. Até o horário em que a reportagem da TRIBUNA DO NORTE saiu do HWG na tarde de ontem, por volta das 13h30, a ambulância de Brejinho ainda não havia chegado para levar o paciente de volta para casa.

Gestão da UPA de Pajuçara deve ser compartilhada

 gestão da UPA de Pajuçara, que continua sob a direção da Organização Social Marca, até o dia 7 de dezembro, deverá ser transformada numa gestão compartilhada entre município do Natal e Governo do Estado a partir da data de vencimento do contrato com a OS. Após uma reunião na última segunda-feira entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), OAB, Tribunal de Contas do Estado e técnicos Ministério da Saúde, foi sugerido pelo município, através da secretária Joilca Bezerra, uma “co-gestão” da UPA da Pajuçara.

“Isso está em fase de estudo. Pedimos apenas que a titular da SMS nos  trouxesse os valores de quanto o município pretende investir nesse questão, para que seja possível apresentar à governadora o  orçamento que deverá ser investido para arcar com a gestão compartilhada”, explicou Isaú Gerino, titular da Sesap. Segundo ele, a própria governadora Rosalba Ciarlini já entrou em contato com o atual prefeito, Paulinho Freire, propondo um Termo de Ajustamento Sanitário, com prazo máximo de 180 dias, visando um compromisso para garantir uma gestão integra da UPA de Pajuçara.

“Agora, nós estamos aguardando a secretária municipal se pronunciar com esses valores para darmos continuidade a esse processo”, disse Isaú Gerino. Contatada, titular da SMS, Joilca Bezerra, não atendeu às ligações da reportagem para esclarecer em que data deverá entregar o relatório ao Governo do Estado.

Sesap inicia censo da Saúde na próxima semana

Foi publicado no Diário Oficial do Estado desta terça-feira uma portaria conjunta da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) e da Secretaria Estadual de Administração e Recursos Humanos (Searh) que visa cadastrar os cerca de 15 mil servidores da Sesap via internet, entre o período de 12 a 23 de novembro. De acordo com Carlos Pinto, coordenador de Recursos Humanos da Sesap, o trabalho é necessário para que haja um controle eficiente do quadro de servidores de saúde disponíveis no Estado, bem como as suas atribuições e especificidades. “Dessa forma será possível saber quantos servidores estão ativos, quantos foram cedidos ao município e em que áreas eles atuam. Com isso, será possível fazer um direcionamento de funções, visando uma gestão eficiente do corpo de servidores, podendo-se reduzir até o número de terceirizados e os conseqüentes custos ao Estado”, considerou.

Segundo ele, muitos inativos ou aposentados ainda recebem como ativos devido a lentidão do processo de aposentação. “Com esse cadastramento, fica mais fácil aposentar o servidor e encaminhá-lo para o Instituto de Previdência Estadual”, anunciou. Através do canal www.searh. rn.gov.br, o servidor será obrigado a cadastrar os seus dados com transparência. Quem não atender a convocação deverá ter o seu vencimento suspenso a partir da folha de pagamento do mês de dezembro, até que estejam com a situação regularizada. O servidor que apresentar informações inverídicas ficará sujeito a sanções disciplinares, como a exoneração.

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