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Viagem poética para Augusto de Campos

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Tádzio França
repórter

“Amar o signo/tactilmente/na limpidez, na tessitura/na brancura/até onda do mar/oceânica/apagar o outro/signo arbitrário”. Os versos de “Signo”, poema do produtor cultural, compositor e poeta Dácio Galvão, tornaram-se uma das letras favoritas do repertório de Walter Franco, cantor e compositor paulistano de vanguarda. Ele  escolheu a canção/poema para o repertório do show “Linguaviagem”, que homenageia os irmãos poetas Augusto e Haroldo de Campos, dentro da 9ª edição do projeto Hora H, na Casa das Rosas, em São Paulo. A apresentação será neste sábado, às 18h30.
Poema Signos foi tirado do seu último livro Palavras, Palavras...
“Fiquei muito feliz quando o Walter me comunicou sobre a escolha de ‘Signos’. Mais ainda pela homenagem a Augusto de Campos, que eu tanto admiro”, afirmou Dácio Galvão. “Linguaviagem” comemora os 80 anos de Augusto de Campos, promovendo um encontro entre músicos e poetas que têm o lirismo em comum. Walter Franco cantará o poema de Dácio ao lado  de nomes como Cid Campos, Alberto Marsicano, João Bandeira,  Omar Khouri, entre outros.

A relação do poeta potiguar com o músico paulistano sempre trafegou entre a combinação harmoniosa de acordes e versos. Começou há sete anos, quando Dácio Galvão estava à frente de um projeto que iria musicar 28 poetas do Rio Grande do Norte. A ideia, segundo ele, era “trabalhar a tradição da modernidade poética do estado, criando uma ponte de diálogo experimental e interpretativa com renomados artistas do sul e sudeste”. Walter Franco foi um dos convidados a participar do projeto, ao lado de Tetê Espíndola, Augusto de Campos, Rogério Duarte, entre outros.

Dácio sugeriu a Walter Franco que fosse musicado um poema de José Bezerra Campos. No entanto, foi surpreendido pelo fato de que o músico se identificou muito mais com um poema do próprio Dácio, “Signo”, retirado do livro “Palavras, palavras, palavras”. “Fiquei meio desnorteado na hora, já que meu poema nem estava entre as sugestões do projeto”, conta. A versão dada por Franco recebeu um tratamento de rock melódico, alternando guitarras altas e momentos silenciosos, aliados à voz potente do cantor. A gravação foi lançada no álbum “Poemúsica”, em 2007. E desde então “Signo” está sempre no repertório do cantor, em diversas ocasiões. As relações foram estreitadas pelas palavras da música.

Letras em Pipa

As letras impressas também estão ocupando os pensamentos de Dácio Galvão. Curador do Festival Literário de Pipa, cuja nova edição será realizada de 17 a 19 de novembro, ele se encontra em pleno processo de fazer contatos, conferir agendas, fechar nomes, conferir a logística. “Terça-feira viajo a São Paulo para fazer os contatos diretamente, falar com Cia das Letras, Cosac Naify, entre outras”, ressaltando que tudo ainda está no terreno do especulativo. Nomes como Milton Hatoun, José Celso Martinez, Canaã Ferraz, Bráulio Tavares e Fernando Morais foram cogitados – mas não confirmados.

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