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Vias (quase) livres para as drogas

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Roberto Lucena – repórter

A realização da Copa das Confederações e os preparativos para a Copa do Mundo no Brasil já produziram os primeiros efeitos no Rio Grande do Norte. Ao contrário do que se imagina, os resultados, até o momento, são negativos. Por causa das competições, a vigilância nas rodovias federais que cruzam o Estado foi reduzida este ano. Com o objetivo de participar de cursos preparatórios e reforçar a seguranças nas cidades-sede da primeira competição, os agentes da Polícia Rodoviária Federal no RN (PRF/RN) foram deslocados para outros Estados. Como consequência direta da ação, o órgão que, em 2012, liderou o ranking de apreensão de entorpecentes, encontra-se hoje na última posição no combate ao tráfico de drogas.

Em todo Estado, o número de apreensões de maconha, cocaína e crack realizadas pelas forças policiais reduziu 14% no período de  janeiro de 2012 a novembro de 2013. Concomitantemente, os índices de violência chegaram a patamares inéditos.

Analisando os números de cada órgão isoladamente, o desempenho não foi ruim. Pelo contrário. Polícia Militar, Polícia Federal e Polícia Civil conseguiram apreender uma quantidade superior de drogas durante os onze meses de 2013, se comparado com 2012. No entanto, a PRF teve fraco desempenho e produziu resultado irrisório que puxou o desempenho geral para baixo.
Efetivo da PRF no RN diminuiu nas estradas em função da Copa
#SAIBAMAIS#Em 2012, os responsáveis pelo patrulhamento das rodovias federais no Estado conseguiram apreender quase uma tonelada e meia de maconha. Somou-se a essa quantia, mais de 15 quilos de crack e 7,146 quilos de cocaína. De janeiro a novembro deste ano, os números sofreram redução acentuada. Os policiais rodoviários apreenderam somente 33 quilos de maconha, pouco mais de um quilo de crack e apenas 460 gramas de cocaína.

De acordo com o inspetor Roberto Cabral, há uma explicação para o declínio na atuação da PRF. O fato é que os policiais foram convocados para atuarem em outras capitais do Nordeste durante boa parte deste ano, especialmente na época da Copa das Confederações. “Mas os policiais estiveram ausentes antes, durante e após a realização do campeonato. Estamos nos preparando para a Copa do Mundo do próximo ano”, coloca o inspetor. “Como temos um efetivo aquém do necessário, ficamos descobertos para realizar barreiras nas estradas durante 2013”, completa.

Apesar dos números insignificantes no RN, a PRF continua liderando o ranking de instituições que apreendem entorpecentes no país. Até o dia 16 deste mês, os policiais conseguiram efetuar a apreensão de 115,803 toneladas de maconha, 5,895 toneladas de cocaína e 1,928 tonelada de crack. “A PRF está presente nas fronteiras. Por isso esse destaque em nível nacional”, disse Cabral.

Atualmente, a PRF/RN conta com efetivo inferior a 300 homens. Em fevereiro passado, durante entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o superintendente do órgão, inspetor Rosemberg Alves de Medeiros, afirmou que o quadro seria modificado com a realização do concurso público. Em julho passado, foi deflagrado um certame com disponibilidade de 1.000 vagas e formação de cadastros de reserva para todo país.

Não há informações a respeito da quantidade de policiais que serão encaminhados ao RN. No concurso de 2009, vieram apenas quatro. “Teremos concurso público no segundo semestre desse ano. O efetivo vai sofrer acréscimo até 2014”, disse Rosemberg.

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