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Wallber Virgolino deve assumir Sejuc na quinta-feira (5)

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Ricardo Araújo
Repórter

A rotina de fugas e mortes dentro das penitenciárias potiguares marca o início da semana na qual a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (Sejuc) mudará de comando. Na próxima quinta-feira, dia 5 de maio, deverá ser empossado o delegado de Polícia Civil paraibano Wallber Virgolino da Silva Ferreira, de 37 anos, como o novo titular da Sejuc. Ele substituirá Cristiano Feitosa, que assumirá a Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos Humanos (Searh), e será o quinto titular da pasta em menos de um ano e meio da gestão do governador Robinson Faria. Entre os principais desafios a serem enfrentados pelo paraibano, conhecido como delegado “linha dura” estão a falta de recursos, o déficit de vagas e o descontrole do Sistema Penitenciário, parcialmente destruído desde as rebeliões de março de 2015.

#SAIBAMAIS#Num breve contato por telefone com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE, Walber Virgolino da Silva Ferreira se disse entusiasmado com o convite do governador Robinson Faria e reconheceu que terá uma “grande missão pela frente”. Alegando indisposições burocráticas, pois ainda não tinha se desvinculado do Governo do Estado da Paraíba oficialmente até a tarde de ontem, preferiu não tecer maiores comentários sobre a vinda para o Rio Grande do Norte e como pretende atuar como secretário de uma das pastas mais complexas da administração pública estadual. Na vizinha Paraíba, o delegado que já ocupou o cargo de secretário de Estado da  Justiça e da Cidadania, é citado como “linha dura” e, conforme publicado na imprensa paraibana, sofreu ameaças de morte recentemente em decorrência da atuação enquanto delegado na região de Guarabira.

A vinda de Walber Virgolino da Silva Ferreira para o Rio Grande do Norte é mais uma tentativa do Governo do Estado mitigar a crise do sistema penitenciário, que já registra mais de 180 fugas no primeiro quadrimestre deste ano, além de quase uma dúzia de mortes suspeitas ocorridas dentro das carceragens administradas pela Sejuc.

“Pode significar alguma mudança. Por enquanto, não tenho condições de avaliar o novo secretário pois não conheço como trabalha”, comentou o juiz de Execuções Penais, Henrique Baltazar Vilar dos Santos, sobre a mudança na Sejuc. O magistrado disse, ainda, que o novo titular poderá estreitar a relação com os agentes penitenciários, estremecida por Cristiano Feitosa após algumas declarações polêmicas envolvendo a categoria. Entretanto, como não somente de relação interpessoal será feita a gestão de Walber Virgolino, será necessário investir.

“De toda forma, se não tiver recursos, não adianta mudar. Tem que melhorar a estrutura das unidades prisionais fisicamente. Nosso principal problema é esse”, apontou Henrique Baltazar. Numa reunião da qual participou semana passada com representantes do Executivo Estadual foi discutida a possibilidade de remanejamento de até R$ 40 milhões de Secretarias e órgãos diversos do Governo do Estado para a composição de um caixa exclusivo para a construção de unidades prisionais. O remanejamento, porém, depende de criação e aprovação de projeto de lei na Assembleia Legislativa. Não há nenhum prazo para envio de tal projeto ao Legislativo.

Sobre a mudança na Sejuc, o presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Marcos Dionísio Medeiros Caldas, destacou que falta planejamento. “O Estado continua errando, fazendo mais do mesmo. Numa atitude de desespero anunciou uma pessoa linha dura. O perfil deve ser de liderança, que saiba dialogar. Lamentamos que o Governo do Estado esteja enveredando pelo lado do populismo penal como saída para os problemas da Segurança Pública”, frisou Marcos Dionísio.

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