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Zoonoses detecta dois casos de raiva em morcegos na zona Sul

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O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) identificou dois casos de Raiva em morcegos (mamíferos quirópteros) em  dois bairros da Zona Sul de Natal. O primeiro caso  foi  detectado no dia 24 de junho em  Ponta Negra e o segundo três dias depois, no dia 27, em Neópolis. A praxe em situações como essa é a abertura de investigação no prazo de 24 horas, seguindo-se resolução do Ministério da Saúde.
Morcego é considerado suspeito de estar infectado ao ser encontrado em horário e local não habitual
Plantonista do CZN, o veterinário Ciro Fagundes explicou, ontem, que o órgão chega à investigação dos casos através das notificações ocorridas no Hospital Gizelda Trigueiro (HGT), situado nas Quintas, que é unidade de referência em doenças infectocontagiosas no Rio Grande do  Norte.

Fagundes diz que também são prestadas informações pela própria população, nos casos em que se identifica um animal suspeito de estar doente e contaminado pelo vírus da Raiva, por intermédio dos telefones 3232.6135 e 3232.8238.

Segundo Fagundes, é muito importante que a população informe o CCZ ou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ao encontrarem morcegos, “que têm hábitos particulares”, em situação crítica. Ele diz, por exemplo, que o morcego tem hábito noturno ou crepuscular, ou seja, saem ou voam ao entardecer ou à noite para se alimentar, mas quando são vistos rastejando, voando ou tentando se alimentar de dia, é sinal de que está com algum problema de doença, inclusive infectado pelo vírus da Raiva.

O veterinário que estava de plantão no CCZ, afirmou que os morcegos contaminados pela Raiva em Ponta Negra e Neópólis não são hematófagos, ou seja, não se alimentam de sangue, e se alimentam de frutas, nectares ou insetos.

Por isso, ele explicou que o risco de propagação da doença não é tão grande, quanto a transmissão pelos morcegos hematófagos, que estão contaminados, mas não apresentam a doença ainda, e saem transferindo o vírus para outros animais.

Em qualquer uma das hipóteses de se encontrar um morcego caído, rastejando ou morto, a orientação para as pessoas é que não entrem em contato com o animal, isolando-com uma caixa ou um pano pesado em cima dele e dai, chamar o agente de endemia do Centro de Zoonoses para recolher o mamífero.

Ele explicou que em Ponta Negra, um homem chegou a entrar em contado com o  morcego. Nesse caso, o procedimento, é que a pessoa procure o HGT, onde passará por cinco sessões de vacinação, contando-se um dia zero, e em seguida se submetendo-se a uma vacina três dias depois, posteriormente a mais sete dias, mais outros sete dias e finalmente a última vacinação no 28º dia. “Se o paciente for furado ou se ferir no contato com o morcego, ainda tomará soro”, informou.

Ciro Fagundes disse, ainda, que o CCZ faz um trabalho educativo de orientação à comunidade onde ocorreram os casos, num raio de 300 a 500 metros, embora o protocolo do Ministério da Saúde não faça exigência disso. Em nota, a SMS informou que o risco da transmissão de Raiva de morcego para humanos e animais de estimação existe devido à proximidade desses animais às residências.

Plantão
Para informar suspeita de casos, a SMS disponibiliza os seguintes números:
Centro de Zoonoses: 3232.6135
Secretaria de Saúde: 3232.8238

O que é a Raiva
A Raiva é uma grave antropozoonose que causa um quadro de encefalomielite infecciosa aguda e fatal, podendo acometer todos os mamíferos. Seu agente etiológico é um vírus pertencente à ordem Monegavirales.

A principal via de transmissão da Raiva é o contato com a saliva contaminada de um animal doente, mais comumente através de lesão da pele do indivíduo, uma vez que o vírus não penetra pela pele íntegra. O modo mais comum de transmissão é a mordedura, mas o contato do vírus com soluções de descontinuidade da pele ou com membranas nasal, bucal ou ocular também são importantes.

Dentre os diversos reservatórios, os quirópteros listam-se como os principais transmissores da Raiva no Brasil. Morcegos não hematófagos também devem ser considerados pela sua crescente participação no chamado ciclo aéreo da Raiva.

Sintomas da raiva animais
Morcego – Deve-se ressaltar que o morcego tem hábito noturno e é considerado suspeito de estar infectado com o vírus da raiva quando for encontrado em horário e local não habitual, como por exemplo, caído no chão durante o dia ou à noite.

Cão – O animal demonstra alterações sutis de comportamento, anorexia, esconde-se, parece desatento e, por vezes, nem atende ao próprio dono. Nessa fase ocorre um ligeiro aumento de temperatura, dilatação de pupilas e reflexos corneanos lentos.

Gato – Em consequência das próprias características dos felinos, o primeiro ataque é feito com as garras e depois com a mordida. Devido ao hábito dos felinos se lamberem constantemente, as arranhaduras são sempre graves. Considerar os seguintes diagnósticos diferenciais para raiva felina – encefalites, intoxicação e traumatismo cranioencefálico.

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