Agnelo Alves – Jornalista
O Brasil como é que vai? Em crise. Leio, ouço e vejo na TV. Em crise política. Aí, então, as redes sociais tomam conta. Audiência para gregos e troianos. E brasileiros também, é claro, porque “ninguém é de ferro”, diz Vulgo da Silva, um cara entendido das causas populares.
Saúde? Os olhos da cara, o seu custo. Acredito na melhor das intenções do legislador ao implantar no texto constitucional que “a saúde é um direito de todos e o Estado tem o dever de assegurá-la”. Algo assim. A variação pode variar o mínimo, mas o essencial é imutável e está lá, na nossa brava Constituição.
Lá se foi o tempo em que o médico pegava no pulso do cliente para ver se o enfermo tinha febre e mandava repetir “trinta e três, trinta e três, trinta e três” e baixava a língua do paciente com uma colher para examinar melhor a garganta do distinto. Durante o exame, o médico também cobria o enfermo com uma toalha limpa para encostar o ouvido nos peitos dele e o mandava suspirar fundo e prender a respiração.
Hoje? Hoje olhou, já pede radiografia ou adianta, pedindo outros exames, todos custando os “olhos da cara”, cada um. E, dependendo dos primeiros resultados, mais exames. Baixa complexidade, média complexidade e alta complexidade, exames sem fim.
E não pode ser diferente. O que falta é a definição dos custos e do pagador, porque se não tiver pagador, como dizia a comadre Purifinha: “Neguete”, isto é, não tem exame nenhum. O problema da Saúde é o seu custo com alta tecnologia disponível, mas precisando que apareça quem pague, conforme determina a nossa Augusta Constituição.
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Reforma política? Se não há como calcular seu custo, a operação Lava Jato tem bagagem material para começar a acionar as mudanças. Vale a pena.
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Quanto valia a Petrobras? Quanto vale agora? A Petrobras vai escapar porque é símbolo nacional.
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Façam o que foi feito na Petrobras em outra empresa, estatal ou privada. Não antecipo o resultado.
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Qual o setor que não está em crise no Brasil?
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Até a Dengue está causando “crise” entre os seus combatentes e os que estão entre as vítimas do mosquito.
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O Banco do Brasil registrou um lucro de nada menos que cinco bilhões e oitocentos milhões de reais só no primeiro trimestre deste ano. Crise, que crise? Vale salientar que este lucro representa quase o dobro do valor registrado no mesmo período, no ano passado.
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Arenas dão prejuízo. As arenas construídas para a Copa do Mundo – em Natal, inclusive – estão dando prejuízo. Quem se candidata a comprá-las? Crise ou má gestão?
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A senadora Fátima Bezerra por onde voa? Esteve em Natal, mas dela não se ouviu um piu ou se leu uma letra.
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Há quem esteja aconselhando que cada pessoa cuide da própria aposentadoria. É a crise!
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A bancada do governo está na Câmara Federal. Pode? Leia-se “bancada do PT”.
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O ministro Joaquim Levy não esconde o jogo: se o ajuste fiscal não for aprovado, haverá aumento de impostos. É mole? É a crise.
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Os aposentados do Governo do Estado estão ansiosos. O governador Robinson Faria anunciou que vai começar a devolver o que levou dos aposentados. Ver para crer!