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Lulinha

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Faltava o goleiro para o time ficar pronto. Ele veio em meados do segundo turno e o ABC formou sua última máquina de jogar futebol. Chegou Lulinha,famoso no Ceará, baixinho e ágil, voador e seguro, fechando o campeonato de 1983, de um time capaz de fazer 114 gols. Sensualidade obcecada por gols.

Pequenino Lulinha a desmentir a regra dos teóricos de teclados de computador: goleiro pequeno não serve. A trave é do mesmo tamanho desde a invenção oficial do futebol e o ABC de 1983, foi esquadrão montado a dedo pelo técnico Erandy Montenegro.
Erandy Montenegro, um artilheiro que gostava do jogo por música e só conseguiu tranquilizar a torcida quando achou Lulinha. Ele tomou o lugar de frangueiros gigantes que angustiavam a Frasqueira. A orquestra tocava em harmonia até o delírio da massa.
Lulinha morreu em 2013 em Fortaleza. Aos 64 anos de idade, esperava um transplante de pulmão e não resistiu a uma infecção generalizada. Um amigo de infância e pesquisador alvinegro, Leonardo Guerra, me passava informações regulares sobre a saúde(ou a falta de ) de Lulinha, seu amigo e ídolo também.
Me pus a recitar a escalação daquele time perfeito para mim e milhares: Lulinha; Alexandre Cearense, Joel, Alexandre Mineiro(o maior zagueiro) e Dudé; Nicácio, Dedé de Dora e Marinho Apolônio; Curió, Silva e Djalma(ou Reinaldo).
Conversei então com Erandy Montenegro, abalado. Erandy, falecido este ano, foi um homem elegante. Um gentleman de roteiro inglês. “Lulinha foi um homem acima do boleiro comum.” Sei(eu) o que aqueles homens representaram para mim, há 30 anos.
Foram heróis e heróis não nasceram para morrer. Estão todos lá, Lulinha e os que vivem onde estiverem, pairando no cemitério imposto às margens da BR-101 e da Avenida Prudente de Morais em Natal. Estão lá os meus heróis, no sitio arqueológico do Castelão. Depois rebatizado de Jornalista João Machado, a identidade com um personagem da terra.
Corto caminhos para não rever o abismo e as imagens que guardo, mantenho fechadas nos sorrisos abertos de cada ídolo para as lentes do fotógrafo Deodato Dantas, o pimpão do esporte. Machuca passar por Lagoa Nova e não ter mais as marquises sendo erguidas pelos meus olhos e mexendo com lembranças vivas de cada vitória, drible, gol e derrota.
Menino, tive medo de fantasmas. De almas penadas. De mortos que vinham do outro mundo me buscar. Hoje, a cada nova notícia como a de domingo à noite, me torno amigo deles, revejo as tardes de olhar tímido e maravilhado nas cabine de rádio.
Com o narrador Marco Antônio Antunes, o Garotinho da Copa, gritando em afinação aguda a cada defesa, o meu pai descrevendo em versos o salto passarinho e o repórter Souza Silva a berrar sempre que havia uma falta perigosa na entrada da área do ABC: “Eu aposto em você, Lulinha”. Lulinha está com eles no cemitério de minha geração luminosa.

Torcidas e Lei do Esporte

Representantes de torcidas organizada em audiência pública na Câmara dos Deputados, mudanças na Lei Geral do Esporte para individualizar condutas em casos de violência em jogos de futebol.
Atualmente, pela lei geral, quem promove tumultos, pratica ou incita a violência em torno de estádios e arenas esportivas, ou se envolve em brigas entre torcidas está sujeito a pena de reclusão, de 1 a 2 anos, e multa.
Além disso, os dirigentes das torcidas organizadas responderão civilmente, de forma objetiva e solidária, pelos danos causados por qualquer associado ou membro no local, nas imediações ou no trajeto de ida e volta.

Críticas

O vice-presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg), Cleomar Marques, criticou a responsabilização dos dirigentes. Eles podem ser obrigados a ressarcir danos gerados por terceiros com o patrimônio pessoal.
“A Anatorg e as organizadas não querem privilégios, querem ser tratadas como quaisquer outras instituições do País”, ressaltou Cleomar Marques. “Mas quem cometeu o crime que pague pelo crime, como manda a Constituição”, disse.
Segundo o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte, o ex-lateral Athirson Oliveira, as punições não deveriam atingir as torcidas organizadas. “Elas são a coisa mais linda que tem”, afirmou.

Atraso A diretoria do América, o América sem SAF, espera a prestação de contas do último quadrimestre do ex-presidente Souza. Até agora, nenhuma informação financeira foi passada.

Carros Um carro ganho pelo América de prêmio pelo campeonato potiguar estava em poder da SAF, mas foi resgatado pela atual diretoria. A SAF queria outro carro, mas deu com a cara na porta.

Sócio sem pagar Essa da SAF lançar da campanha de sócio sem pagar é uma porrada em quem paga e tem o tesão de quem dança com a irmã.

Bases O novo gerentão do ABC, Diá, vai mudar as categorias de base implantando a filosofia do habilidoso em primeiro plano e depois os grandalhões.

Liberdade Sua postura é de fazer o garoto ser livre para demonstrar seu talento. A coluna se desdobra em orações para dar certo.

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