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São José, a Água no Nordeste, e a Ciência

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Cassiano Arruda Câmara

No dia 19 de março, ontem, portanto, foi celebrado o Dia de São José. O santo é o padroeiro do estado do Ceará e também de municípios de vários Estados em todo o Nordeste, com rezas, missas e procissões (como a de Angicos/RN).


São José, segundo a Bíblia, esposo de Maria, “pai adotivo de Jesus Cristo” e com ofício de carpinteiro, é um santo bastante popular da Igreja Católica. Ele é considerado o protetor das famílias, dos trabalhadores e da Igreja. E ainda é popularmente conhecido entre os nordestinos, pelo prenúncio do bom inverno.


O dia de São José é carregado de um sentimento de esperança para o homem do campo, pois conforme a crendice popular, se chover nesse dia, é sinal de que o ano será de muita chuva, garantindo a boa colheita.


Vale ainda dizer que essa crença é alimentada pelos “profetas da chuva”, mesmo num ano como este que já se contabiliza sete açudes de porte médio no Rio Grande do Norte transbordando e com muita área já plantada.
Essa associação tem origens históricas e culturais profundas na região. O mês de março é particularmente importante, quando muitas comunidades celebram o dia de São José, em 19 de março. Muitas vezes, a chegada das chuvas é vista como um presente ou uma bênção do santo, especialmente quando ocorre perto de sua festa.

O SANTO E O EQUINÓCIO

Além da crendice popular, existe outra justificativa para data. É causada pela inclinação do eixo da Terra e pelo movimento de translação.


Durante o fenômeno, os hemisférios Norte e Sul recebem a mesma quantidade de radiação solar.

Os dias e as noites têm a mesma duração no equinócio. Acontece duas vezes no ano: uma vez no mês de março, e outra no mês de setembro. O equinócio marca o início astronômico de duas estações do ano: a primavera e o outono.

O equinócio de 20, hoje (ou 21) de março, marca o início astronômico da primavera no Hemisfério Norte e do outono no Hemisfério Sul. Tal equinócio de 23 (ou 22) de setembro marca o início astronômico do outono no Hemisfério Norte e da primavera no Hemisfério Sul.

  • O que danado é equinócio?
    Equinócio é um fenômeno astronômico que acontece quando os raios solares incidem perpendicularmente sobre o equador terrestre, proporcionando a mesma quantidade de iluminação solar em ambos os hemisférios demarcados pela Linha do Equador: Norte e Sul. O equinócio é momentâneo, isto é, possui curta duração temporal, e acontece somente em dois dias no ano. A palavra equinócio é derivada do latim equinox e significa “noites iguais”.

CARCTERÍSTICAS DO EQUINÓCIO

O equinócio é um momento astronômico que está diretamente relacionado com a órbita elíptica que o planeta Terra realiza em torno do Sol. Por duas vezes no ano, a inclinação dos raios solares com relação ao plano do equador terrestre é nula, fazendo com que eles incidam de forma perpendicular sobre o paralelo de 0º, que é a Linha do Equador. Nesse momento, tanto o Hemisfério Norte quanto o Hemisfério Sul recebem a mesma quantidade de energia proveniente do Sol.


Durante os equinócios, os dias e as noites têm a mesma duração em ambos os hemisférios, em termos práticos. Na realidade, podemos dizer que os períodos possuem a mesma duração.


De acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, durante e nos períodos que antecedem e sucedem o equinócio, o período diurno apresenta a seguinte duração:


Na Linha do Equador (0º de latitude): 12 horas, 6 minutos e 3 segundos; em 30º de latitude norte e sul: 12 horas e 8 minutos; em 60º de latitude norte e sul: 12 horas e 16 minutos.


Essa diferença é ocasionada por diversos fatores, sendo o principal deles a refração da luz solar promovida pelos gases que compõem a atmosfera terrestre.


O fenômeno do equinócio não dura mais do que um dia, tendo em vista que o planeta Terra continua a se deslocar ao redor do Sol. A partir do momento em que acontece esse deslocamento, um hemisfério passa a receber mais radiação solar do que o outro, e os dias tendem a se tornar mais longos ou mais curtos, a depender da localização.

A VOZ DA CIÊNCIA
A Universidade Federal do RN entrou nesse embalo. Ontem, iniciou no campus de Caicó, em pleno semiárido potiguar, um evento alusivo a data: “A água nos une, o clima nos move. Vamos cuidar das águas do Seridó! No dia 19 de março”.


O propósito dos promotores do evento é reunir representantes de todas as instituições públicas, especialmente de agricultores, pescadores e estudantes, professores e servidores da UFRN. Segundo o professor José Yure Gomes, coordenador da promoção, serão realizadas atividades científicas e culturais, uma mesa redonda e um momento de confraternização. “A mesa de diálogos irá discutir o atual panorama da água no Seridó, no que diz respeito à distribuição, demandas, obras que estão sendo realizadas, abastecimento das cidades e comunidades rurais. Necessidade de preservação e desafios que estão por vir com a mudança do clima.”
No fim, se busca estabelecer a oportunidade de diálogo entre a academia e o povo, entre as providencias governamentais e a expectativa de uma população crédula e fiel as suas tradições.


Em tempo: na linguagem dos indígenas, Seridó quer dizer terra seca. – E água, consequentemente, sua maior riqueza.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.

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