São Paulo (AE) – O governo manterá até o fim deste ano a redução de 25% para 20% na mistura do álcool anidro à gasolina – que entra amanhã (01) em vigor – e, dificilmente, deverá liberar entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão pedidos pelos usineiros para o financiamento dos estoques do combustível. As duas medidas são encaradas como uma punição aos produtores de álcool pelo não-cumprimento do acordo de janeiro, que estabeleceu teto de 1,05 real no preço praticado nas usinas e pela falta de garantia de abastecimento na entressafra de cana-de-açúcar.
Para evitar novas altas da gasolina, o governo mostrou que pode ainda reduzir a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide). Como o dinheiro para o financiamento da estocagem de álcool vem de recursos da Cide, os usineiros seriam penalizados duplamente: deixariam de vender mais álcool e pagariam a conta pela arrecadação menor.
“Para dar a garantia (de abastecimento de álcool) ao consumidor brasileiro, e até por uma questão de postura, o governo quer examinar com mais profundidade o assunto. Seguramente, a mistura vai (ficar em 20%) pelo menos até o final do ano, disse ontem o ministro Roberto Rodrigues.