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Equipamento de patente da UFRN atesta eficácia de óleos lubrificantes em motores

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A cada período pré-determinado, a manutenção dos motores de carro precisa ser realizada. Um dos itens recorrentes é a troca de óleo, pois a lubrificação adequada atenua o atrito entre as peças dentro do motor e, consequentemente, o desgaste delas. A falta de lubrificação pode, inclusive, travar o motor. A necessidade é comum a todos os motores de combustão interna, como os de automóveis e caminhões, mas também na indústria, em maquinários que precisam de lubrificante. Portanto, a durabilidade e o desempenho do motor do carro tem íntima relação com um melhor óleo lubrificante.
Para além de diminuir o atrito entre peças, o óleo lubrificante mantém a temperatura do motor, contribui para limpeza do motor e atua como agente de vedação, características que são verificadas com maior precisão pelo aparelho
Fruto da primeira patente concedida em 2020 à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), um novo dispositivo eletromecânico é capaz de verificar a eficácia, de forma comparativa, entre óleos lubrificantes nas situações descritas acima. Intitulado “Equipamento para ensaio de desgaste relativo ao atrito”, o equipamento desenvolvido pelos cientistas José Ubiragi de Lima Mendes, Synara Lucien de Lima Cavalcanti e Rudson de Souza Lima analisa se um determinado lubrificante é eficiente para a situação apresentada. “Em automotivos, por exemplo, temos muito os eixos que ficam apoiados em mancais. Nesse ponto, podemos fazer corpos de prova que simulam o eixo e o mancal destes tipos de materiais e simular o contato entre elementos rotativos, sob a ação de uma carga que induz esse contato. Nessa interface entre o eixo e o mancal, insere-se o lubrificante a ser analisado e, a partir daí, com o equipamento, averiguar se ele é eficiente. Se for, minimiza o desgaste entre as peças e melhor dissipa o calor”, explicou o professor de Engenharia Mecânica da UFRN, José Ubiragi de Lima Mendes. Exemplos de lubrificantes são óleos, do petróleo e de origem renovável, e graxas.
O estudo teve seu depósito de pedido de patente realizado em agosto de 2014, enquanto que a concessão efetiva aconteceu no mês de fevereiro de 2020. Os ensaios para checagem da eficácia do equipamento ocorreram no Laboratório de Mecânica dos Fluidos e a pesquisa deu como fruto uma dissertação e uma tese, ambas vinculadas ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da UFRN. Synara Cavalcanti enfatiza que a aplicação do produto acontece tanto na indústria quanto na academia. “Na indústria, voltado para fabricantes de produtos lubrificantes, o equipamento é uma ferramenta que vai proporcionar mais um ensaio aditivo ao seu produto. Para além disso, o fabricante pode ensaiar com os pares metálicos que já podem ser do mecanismo que o lubrificante que ele produz vai atuar; assim, ele tem uma maior segurança da eficiência do seu produto. Já na academia, o invento pode ser como um dispositivo que vai ajudar, de forma didática, o aluno visualizar questões de desgaste, de lubrificação, como também é uma valiosa ferramenta na questão da pesquisa, pois o aluno pode desenvolver pesquisas relacionadas ao desgaste de lubrificantes em cima disso”, pontuou a cientista. Ambos deram outros detalhes da invenção em vídeo no Instagram.
Comparando, a pesquisadora enfatizou que os atuais equipamentos mais disseminados utilizam baixas cargas e baixas quantidades de lubrificantes, portanto não simulam o que seria um sistema real. Ela acrescentou ainda que o equipamento pode ser utilizado para pesquisar tanto lubrificantes de base do petróleo, como de materiais renováveis, conhecidos também como biolubrificantes. Depositado em 2019, outro pedido de patente fruto dos estudos desenvolvidos pelo mesmo grupo de pesquisadores, denominado “Óleo Biolubrificante para sistemas mecânicos com temperatura de trabalho até 150ºC”, tem íntima relação com a patente concedida, haja vista que, a partir da necessidade de teste para este óleo lubrificante, os pesquisadores partiram para desenvolver um equipamento com esta finalidade. “Não existe esse tipo de lubrificante vegetal no mercado e, nas análises comparativas realizadas por nós com os lubrificantes convencionais, os resultados são animadores em termos de eficiência”, afirmou o docente José Ubiragi de Lima Mendes. 
Números da UFRN
Chegando agora às 22 cartas-patente concedidas, a UFRN é a universidade líder no Norte-Nordeste, a frente de instituições com Índice Geral de Cursos similares ao seu, como Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal de Pernambuco e Universidade Federal da Bahia. Segundo o diretor da Agência de Inovação, Daniel de Lima Pontes, a tendência é que em 2020 os números se repitam ou até aumentem, já que no ano passado observou-se um aumento na celeridade das análises dos pedidos, por parte do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Atualmente, além das cartas-patente concedidas, a Universidade tem em seu portfólio 245 pedidos de patente, 190 programas de computador registrados e 61 pedidos de registro de marca. 
As orientações e explicações a respeito dos aspectos para patentear uma determinada invenção são dadas na própria AGIR, unidade criada em 2007 inicialmente sob a nomenclatura de Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) e localizada no segundo piso do prédio da Reitoria. Dentre suas atribuições, a Agência de Inovação é responsável pela gestão da propriedade intelectual, transferência de tecnologia e ambientes promotores de inovação na UFRN, acompanhando e estimulando, por exemplo, as atividades das incubadoras da Universidade, bem como, as atividades dos parques e polos tecnológicos.
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