Em torno de 30 garis protestaram em frente ao escritório e garagem da empresa Líder, na Ribeira, contra o atraso no pagamento da rescisão salarial ocorrida em 13 de dezembro do ano passado. Os garis ainda tentaram atear fogo em pneus, vasilhames plásticos e pedaços de madeira no meio da rua Ferro Cardoso, mas foram impedidos com o chamado da Polícia Militar, que chegou no fim da tarde com duas viaturas para evitar eventuais danos ao patrimônio privado.
O advogado da Líder, Ricardo Maia, disse que a empresa reconhece o problema, mas como existe “faturas em aberto” para pagamento da Companhia Municipal de Serviços Urbanos (Urbana), onde será feita uma reunião com a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Asseio, Conservação e Limpeza Urbana do Rio Grande do Norte (Sindlimp-RN) e uma comissão dos garis. “Também falta a homologação das rescisões contratuais pelo Sindicato”, avisou ele.
O diretor-presidente da Urbana, João Alves de Carvalho Bastos, disse que a Líder solicitou essa reunião com o Sindlimp e a Urbana e explicou que com a abertura do orçamento municipal, a partir de hoje, pelo menos de 30% a 40% do que é devido à Líder será pago e os direitos trabalhistas dos garis deverão ser respeitados: “Esperamos sanar essa dívida até o fevereiro ou março”.
Os garis não escondiam a revolta pela falta de pagamento da rescisão contratual, como Luciano Justino de Lima, que denuncia a demissão de uns 70 garis. “Não recebemos nem o 13º salário”, protestou ele, que sem receber dinheiro, já foi despejado da casa por falta de pagamento do aluguel. Luiz Antonio da Silva disse que a empresa Líder chamou diversas vezes os garis para fechar a rescisão do contrato de trabalho, mas sempre vem adiando o acordo. Segundo ele, muitos deles estão sem fazer feira para dar de comer a família, outros também despejados porque não pagam aluguel de casa, como Cássio Atíla da Silva; “Eu morava no Bom Pastor e pagava R$ 260,00 de aluguel, sai da casa hoje”.