No começo dos anos 2000, a cena de rock alternativo natalense viveu um dos seus momentos mais produtivos. Três dessas obras lançadas apenas em CD na época, chegaram agora aos ouvintes dos streamings graças ao projeto Fora do Mapa, do combo cultural Mudernage: “Poemas Eletri-ficados & Outros que Foram Embora”, do Os Poetas Elétricos, lançado em 2004; “Os Bonnies”, da banda Os Bonnies, de 2005, e “Bugs”, da banda Bugs, de 2003. Todos estão nas plataformas digitais e também no Youtube.
O Fora do Mapa busca mapear e colocar nos atuais serviços digitais de consumo de música, discos relevantes de grupos potiguares que ainda não estão disponíveis no ambiente digital. Os três álbuns dessa etapa do projeto têm a peculiaridade de, na época de seus lançamentos, terem sido indicados a relevantes premiações do mercado musical brasileiro, como o Prêmio Dynamite de Música Independente (SP), Prêmio Claro de Música (SP), e Prêmio London Burning (RJ).
As obras também foram badaladas com louvor em publicações nacionais especializadas, tais como a revista “Bravo”, “Outra Coisa” (a revista de Lobão), “Laboratório Pop” (RJ), “Dynamite” (SP), “Revista MTV”, entre outras. Os CDs estiveram presentes em diversas listas de melhores do ano pelo país afora. Neste contexto, esses discos e grupos colocaram a música do RN em holofotes nacionais.
Os Bonnies e Bugs | Foto: Divulgação
Os álbuns
Os Poetas Elétricos, capitaneado pelo duo Carito Cavalcanti & Edu Gomez, é da praia das viagens sonoras. Música experimental, poesia, rock, etc. Há ainda participações espaciais que vão da jornalista Ana Paula Cadengue (voz em “Cínico Clínico”), passando pelos músicos Jorge Lima, Junior Primata, Michelle Régis, Rogério Pitomba, e o inusitado Zack Glass (filho do mestre Philip Glass).
Já o power trio Bugs (Paolo Araújo, Joab Quental e Denilton) em abordagens lo-fi de ares garageiro, flerta com um certo psicodelismo anos 60/70. E Os Bonnies (Arthur, Thiago, Rafael e Olavo) é festa total, rock ‘n roll e rockabilly, anos 50 no talo. A versão digital tem três faixas novas.
“A música do RN tem muita História, no entanto, uma parcela considerável dela vai se perdendo quando ocorrem essas mudanças nas formas populares de escutar música, e as obras pré-existentes não são migradas para o novo formato. Neste aspecto a ação da Mudernage busca minimizar esse desmemoriamento”, disse Vlamir Cruz, criador do projeto.
