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Auditoria da CGU investiga adutora

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A Controladoria-geral da União confirmou a existência de uma auditoria acerca dos custos da obra da Adutora do Alto Oeste. A informação tinha sido passada primeiramente pelo secretário-adjunto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Jader Torres. Segundo Moacir Rodrigues, chefe da CGU no Rio Grande do Norte, a investigação é algo comum, realizada em todas as obras com recursos federais. Não há na auditoria nenhuma determinação para paralisar as obras. A paralisação foi decidida pelo próprio Governo do Estado, da forma como foi explicado por Jader Torres.

As obras da Adutora do Alto Oeste foram iniciadas em 2009A CGU não irá revelar os valores envolvidos na auditoria. Contudo, a Controladoria nega que seja o mesmo montante informado pela Semarh (por volta de R$ 1 milhão). Informações colhidas pela TRIBUNA DO NORTE dão conta que os valores são superiores a essa marca. “Não podemos revelar valores, até porque o processo ainda está na fase do contraditório. Estamos esperando uma resposta do Governo do Estado”, diz Moacir. E complementa: “Contudo, nada nos pedidos de esclarecimento da CGU implica em paralisação de obra, até porque a Controladoria não costume pedir paralisação de obra”.

A auditoria está centrada, segundo Moacir Rodrigues, em uma “divergência de preços”. Há o custo contratado para a obra, de acordo com o que diz o projeto básico da adutora, a partir do qual se realizou a licitação e se fixou um preço. A CGU confronta esse dado com o de um sistema de controle do Governo Federal. Há um teto para gastos com cada obra e em alguns itens esse valor pode ter sido superado. “Se foi pago um valor acima do teto, é preciso readequar os custos. Esse teto é definido de forma bastante confortável para o empresário executar o projeto. Por isso, o custo não pode ultrapassar esse valor”, explica.

As divergências foram comunicadas ao órgão responsável pela verba federal – o Ministério da Integração, no caso. O Ministério repassou a informação para o Governo do Estado que, por sua vez, irá prestar os devidos esclarecimentos. Há cerca de 10 dias a Semarh recebeu a planilha de custos a partir da qual os cálculos da CGU foram feitos. Caso a “divergência” seja confirmada, as próximas faturas da obra terão descontos para reaver o dinheiro gasto anteriormente de forma indevida.

A adutora do Alto Oeste está em construção desde 2009, num custo total de R$ 136 milhões. Ela irá beneficiar 26 cidades da região do Alto Oeste, que sofrem constantemente com problemas relacionados à água. Há casos de falta de água como também de água imprópria para o consumo. Segundo o Governo do Estado divulgou amplamente no último ano, a adutora é a solução para os problemas nesses municípios, mas enquanto a obra não anda milhares de pessoas sofrem todos os dias com o problema da falta de água.

Como a TRIBUNA DO NORTE mostrou no último domingo, a situação em cidades como Luís Gomes é preocupante. Lá o único reservatório da cidade está secando e foi necessário realizar um racionamento de água, segundo informações da Caern. O fornecimento é alternado entre os bairros da cidade a cada dia. Mesmo assim, a qualidade da água é baixa. Pessoas como Raimunda Maria, de 45 anos, entrevistada pela reportagem, consomem água escura, amarelada.

O Governo do Estado declarou que só irá dar continuidade à obra da adutora quando a investigação sobre o sobrepreço nas obras for concluída pelo TCU. “Não podemos dar continuidade a uma obra que pode estar viciada”, disse Jader Torres.

Informações

A Controladoria-Geral da União deu informações conflitantes com o que havia dito o Ministério da Integração Nacional. O Ministério se comunicou com a TRIBUNA DO NORTE por e-mail na última sexta-feira, após receber algumas perguntas formuladas pela reportagem. Já a CGU foi ouvida através do seu chefe regional, Moacir Rodrigues.

O Ministério havia dito que a obra da Adutora estava 81% concluída, com todos os recursos federais liberados e que o fim do convênio deveria ter acontecido em julho desse ano. Já a CGU informa uma conclusão de 75% da obra com a necessidade de liberar R$ 25 milhões dos R$ 106 milhões de responsabilidade do Governo do Estado. Ainda segundo a CGU, o convênio deve terminar somente em meados de 2012.

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