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Egito media cessar-fogo em Gaza

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Jerusalém (DW) – Israel e Hamas chegaram a um acordo ontem, sob mediação do Egito, sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que pode por fim a um conflito que já se estende por sete semanas e deixou mais de 2 mil mortos. A trégua, desta vez, é por período ilimitado, segundo os palestinos. “Anunciamos que a liderança palestina aceitou a proposta egípcia para uma trégua compreensiva e duradoura, começando às 19h (13h, no horário de Brasília) desta terça-feira”, disse o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
Após confirmação de acordo entre Israel e o Hamas, moradores de Gaza saem às ruas para comemorar suspensão dos ataques
Segundo autoridades palestinas, o acordo estabelece um cessar-fogo “em aberto” e um pacto com os israelenses para aliviar o bloqueio sobre Gaza, permitindo a entrada de suprimentos e materiais de construção.

Ziad Nakhala, um alto membro da Jihad Islâmica, disse que negociações mais complexas, como as exigências do Hamas pela construção de um aeroporto e um porto em Gaza, começarão dentro de um mês. Já um funcionário do governo israelense afirmou que o acordo não inclui as demandas do Hamas por libertação de prisioneiros, mas contempla a entrada de material de construção e ajuda humanitária em Gaza.

#SAIBAMAIS#O vice-líder do Hamas no exílio, Mussa Abu Marzuk, também comentou o acordo em sua página no Facebook. “As negociações terminaram com um acordo que simboliza a resistência do nosso povo e a vitória dessa resistência”, afirmou.

Desde o início da violência em Gaza, em julho, 2.133 palestinos foram mortos e mais de 11.000 ficaram feridos, de acordo com números das Nações Unidas. Do lado israelense, 68 pessoas morreram – entre elas, quatro civis. A ONU também estima que mais de 17 mil casas foram destruídas, deixando cerca de 100 mil desabrigados.

O novo acordo – se confirmados os termos anunciados pelos palestinos— é semelhante à resolução que colocou um fim aos combates travados entre as duas partes em 2012.

Sob os termos de dois anos atrás, Israel prometeu aliviar as restrições impostas a Gaza de maneira gradual, enquanto o Hamas prometeu parar com o lançamento de foguetes contra o território israelense. A trégua foi cumprida, mas o bloqueio contra Gaza permaneceu quase intacto. Israel e o Egito impuseram o bloqueio a Gaza em 2007, depois de o Hamas tomar, à força, o controle do território palestino.

Nações Unidas
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, recebeu bem as notícias sobre o acordo para o fim do conflito na Faixa de Gaza negociado por Israel e o grupo de militantes Hamas. Ele alertou, no entanto, que “qualquer esforço para a paz que não enfrente as raízes do problema fará pouco mais do que preparar o terreno para o próximo ciclo de violência.

Em depoimento, o porta-voz de Ban Ki-moon disse nesta terça-feira que Gaza “deve retornar a ser gerida por um governo palestino legítimo”, que o bloqueio da região deve ser suspenso e que as preocupações com a segurança de Israel devem ser respeitadas. “Após 50 dias de sofrimento humano profundo e destruição física devastadora, qualquer violação do cessar-fogo seria totalmente irresponsável”, ele afirmou. A declaração da ONU destaca que um processo político que crie dois Estados é a única maneira de se chegar a uma paz duradoura em Gaza.

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