Havana (AE) – Mais uma tradição revolucionária foi interrompida em Cuba: uma congressista votou “não” no Parlamento. E não foi qualquer congressista. Mariela Castro, filha do presidente Raul Castro e sobrinha de Fidel, rejeitou um projeto de lei trabalhista que, segundo ela, não seria suficiente para evitar a discriminação contra pessoas com HIV ou identidades de gênero não convencionais. “Esta é a primeira vez, sem dúvidas”, disse Carlos Alzugaray, um historiador e ex-diplomata cubano. Ele lembrou que mesmo medidas que foram muito criticadas em reuniões públicas das bases, como uma lei que aumentava a idade para a aposentadoria, passaram unanimemente na Assembleia.
O analista cubano Arturo Lopez-Levy, que dá aulas na Universidade de Denver, sugeriu que o voto pode “abrir portas para outras iniciativas importantes”. A própria Mariela deu sinais de que poderia haver mais debate na Assembleia. “Houve avanços na maneira como as coisas são discutidas, sobretudo a maneira como as coisas são discutidas no nível de base”, disse ela ontem.
