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Inovação, superação e projetos em cinco histórias de sucesso empresarial

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Flávio Gurgel Rocha

O Rio Grande do Norte será diretamente beneficiado no plano de expansão da Riachuelo para os próximos anos, com a criação de novos empregos. Durante participação no seminário Motores do Desenvolvimento, ontem à tarde, o presidente do Grupo Riachuelo, Flávio Rocha, disse que o objetivo da empresa é criar 100 mil novos postos de trabalho em até quatro anos e focar a maior parte possível dos empregos no Rio Grande do Norte.

Participando de um talk show com o tema “Histórias de Sucesso: como sair de uma micro a uma grande indústria”, Flávio Rocha disse que, no momento, a Riachuelo possui 55 mil postos de trabalho, sendo 40 mil permanentes e 15 mil temporário. No entanto, há um plano para investimentos de R$ 2 bilhões nos próximos quatro anos para duplicar o número de lojas e triplicar o faturamento. O objetivo é beneficiar diretamente o estado natal do empresário.

O presidente do Grupo Riachuelo deu como exemplo a região da Galícia, na Espanha. Segundo ele, a atuação de empresários de grandes indústrias fez com que a área tivesse o menor índice de desemprego do país. “Sabemos que é difícil, mas é o sonho fazer isso também aqui no Rio Grande do Norte. Com o plano de expansão, pretendemos trazer para o Rio Grande do Norte a maior parte possível dos postos de trabalho que serão criados”, disse o empresário.

A democratização da moda é o propósito do negócio de família, reconhecida por ser de economia integrada, agregando o parque industrial, varejo, serviços com cartões de crédito e transportadora e distribuição.

A aposta é o Pró-Sertão, projeto que promete interiorizar a indústria no Rio Grande do Norte através da abertura de 360 pequenas unidades de confecções – as chamadas facções – até dezembro de 2018. O projeto, que começou a ser gestado há oito meses, promete quadruplicar o número de facções e multiplicar por oito o número de pessoas empregadas na atividade, nos próximos cinco anos. Hoje, são 90 facções no estado e 2,5 mil pessoas empregadas nessas unidades.

A indústria Guararapes, que emprega atualmente 13 mil pessoas e conta com o serviço de 40 facções, responsáveis por atividades específicas na cadeia de valor, como acabamento de peças. O objetivo é ampliar para 300 esse número de pequenos negócios gerando 5 mil novos empregos até o fim de 2014 e 20 mil nos próximos quatro anos, com meta de atingir a produção de 120 mil peças por dia até 2017. É uma forma de competir com os produtos chineses que inundam o mercado paralelo de confecções do País.

“O Pró-sertão é um verdadeiro ovo de colombo que reflete para o Estado, benefícios para a cadeia produtiva da área têxtil”, destacou Flávio Rocha.

O Programa visa ampliar as facções industriais com a missão de levar o desenvolvimento ao interior e incentivar a competitividade de pequenas confecções inseridas na cadeia de valor de grandes indústrias. A ideia é criar 20 mil empregos diretos no interior do estado.

A consolidação das facções depende, entretanto, da desburocratização do setor, ainda penalizada com a carga tributária, obrigações trabalhistas e custo Brasil. “Esperamos que a segurança jurídica na questão trabalhista seja sancionada”, disse. Por ano, 3 milhões ações trabalhista, o que equivale a 15% da força de trabalho acionando a Justiça para assegurar direitos.

A lei da terceirização é considerada a via para um ambiente mais favorável a estruturação da cadeia produtiva, com a formalização e adequação a legislação para as micro e pequenas empresas. “Com isso poderemos ter empresas legalizadas dominando a tecnologia e podendo gerar emprego, renda e reativar a industria têxtil do Estado”, afirma.

Antônio Thiago Gadelha Simas

As deficiências em infraestrutura logística trouxe um efeito reverso para a indústria de exportação no Rio Grande do Norte. A análise é do economista e industrial da Candy Pops, Thiago Gadelha. Embora demonstre crescimento no setor, a falta de um porto estruturado para escoamento da produção tem beneficiado a economia de outros estados – Ceará, Pernambuco e Paraíba – por onde a mercadoria segue para o exterior. O que também impõe ao empresário custos mais elevados de produção.

Sem um Porto estruturado para escoar a produção, o uso do modal rodoviário acaba exportadores acabam prejudicando a indústria local que deixa de ganhar receita advinda da movimentação no porto e da contratação de frete. As operações do transporte rodoviário gera um acrescido de até R$ 2 milhões por mês no transporte de carga de caminhão para outros estados.

Thiago Gadelha foi um dos cinco empresários potiguares durante um talk show com o tema “Histórias de Sucesso: como sair de uma micro a uma grande indústria”, realizado durante o bloco da tarde do Seminário Motores do Desenvolvimento o Rio Grande do Norte. A Candy Pop foi criada há quatros anos após a cisão da Simas Industrial, já voltada para atender a demanda internacional.

A alta carga tributaria imposta a industria local, explicou o empresário Thiago Gadelha foi o fator propulsor que o empurrou ao mercado estrangeiro. “Era mais vantagem enviar para fora do país, do que para o Sudeste. Nós competíamos com indústria do sudeste que para atender o Nordeste, ela pagava 7% e para eu levar a mesma mercadoria para o sul, pagava 12%. Desleal”, disse.

O sucesso dos empreendimentos passa sobretudo na opinião do empresário em planejamento e política industrial do Estado. “Falta espaço para se pensar a curto, médio e longo prazo”, criticou. Diferente da indústria voltada para o mercado interno, as indústrias para exportação trabalham com o planejamento.

O empresário defendeu a realização das reformas tributárias, trabalhista e política como principal mecanismo para desentravar a economia do país. “A insegurança jurídica com a falta de uma reforma tributária e trabalhista nos imobiliza para que possamos fazer novos investimentos, buscar outros mercados”, afirma.

Essa quantidade de incertezas tem influência no baixo PIB do setor, em torno de 1,6%. O empresário também destacou a necessidade de capacitação de mão de obra, desde a base até o gerenciamento, e de inovação em todos as fases da produção. “Precisamos produzir melhor para concorrer com o mercado global”, afirma.

O ramo de confeitaria demonstrou o melhor desempenho na pauta de exportação do Estado esse ano. De janeiro a outubro foram R$ 33 milhões. Seguida pelas exportações de minério no Rio Grande do Norte que subiram 46,8% entre janeiro e outubro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O estado exportou, até o momento, R$ 27,6 milhões em tungstênio, caulim, quartzitos, granito e ouro – R$ 8,8 milhões a mais do que exportou entre janeiro e outubro de 2012.

Francisco Vilmar Pereira

Francisco Vilmar de Pereira, diretor da Vipetro, foi um dos empresários convidados para apresentar a sua empresa durante o Motores do Desenvolvimento. Segundo ele, o grupo, que tem sede em Mossoró, iniciou suas atividades executando grandes obras de infraestrutura no Rio Grande do Norte, como o Porto Ilha (terminal salineiro) e a barragem Armando Ribeiro Gonçalves antes de começar a atuar no setor petrolífero. “Estávamos trabalhando num desmatamento em Alto dos Rodrigues, quando a Petrobras perguntou se queríamos construir um oleoduto para eles. Nós aceitamos. Esse foi nosso maior desafio”, relatou.

A Vipetro está presente em 90% dos estados do Nordeste e tem entre seus clientes empresas como o governo do Rio Grande do Norte, a Petrobras, a MPX (do grupo de Eike Batista), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e as companhias de gás do Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Pernambuco e Ceará, entre outras empresas e instituições.

Criada na década de 80, atua nas áreas de montagem industrial, construção civil, serviços de terraplanagem, locação de equipamentos de elevação e transporte especializado.

A empresa participou da execução das principais obras estruturantes do Rio Grande do Norte como a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves; o Porto Ilha (Terminal Salineiro Off-Shore; Projeto de Implantação de Vilas Rurais (Município de Serra do Mel); Vias Permanentes na RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A); Expansão da Rede de gás natural do estado da Paraíba – Interligação de João Pessoa a Campina Grande.

FUSÃO

No ano de 2011, a os sócios da empresa venderam parte do seu capital para a portuguesa SIMI – Sociedade Internacional de Montagens Industrial, com larga experiência no mercado mundial. A Fusão da Vipetro com a SIMI resultou em uma Nova Vipetro que tem atuado principalmente na área do Petróleo e gás com o Pré-sal, na área de montagem de estruturas metálicas com a fabricação e montagem de coberturas dos estádios para a copa do mundo de 2014, e na área de fornos industriais devido ao grande aquecimento do setor dos produtores cimento, cal e vidro.

A empresa que era familiar hoje passa por um período de adaptação, explicou o empresário, que também analisou o ambiente de negócios do estado e do país durante sua fala.

Antônio Leite Sales

Antônio Leite Jales, diretor da SterBom, aproveitou o seminário para apontar dificuldades enfrentadas pelo setor industrial no Rio Grande do Norte. Segundo ele, falta “boa vontade” de alguns órgãos locais. “Existe uma cultura de atrapalhar o empresariado. Tem pessoas que têm vontade de resolver e outras de dificultar o nosso trabalho. Eles não sabem que agindo estão impedindo as empresas de gerar empregos e impostos. Deveria haver mais vontade das pessoas”.

 Jales observou que muitas empresas do seu ramo fecharam por falta de apoio. “Muitos não tiveram incentivo e por isso não conseguiram sobreviver. Com a carga tributária e sem incentivo fica impossível crescer. Eu consegui porque fui atrás do Proadi (principal política de apoio à indústria do Estado) e ele vem me ajudando muito. Quando você tem alguns incentivos, consegue sobreviver. Sem incentivo, não consegue”, afirma.

O segredo para crescer, além de contar com incentivos do governo, é economizar e reinvestir na empresa. “Não tem outro segredo não. É preciso entender que o apurado não é lucro”.

O empresário, que fez investimentos de olho na Copa e espera que o consumo de sorvetes e picolés aumente durante o mundial, diz que a oportunidade não pode ser desperdiçada. “Eu, por exemplo, comecei a investir de olho na copa com três anos de antecedência. Investimentos no meu setor são altos. Fazer picolé é difícil”, disse Jales, que começou sua carreira ainda garoto vendendo picolé no interior do estado.

A SterBom, que atua no ramo de gelados comestíveis, foi criada em 1992 e iniciou suas atividades a partir de uma pequena sorveteria no bairro do Alecrim, em Natal. Em 1998, o grupo colocou em prática seu plano de expansão, passando a ocupar uma área de cinco hectares no Parque Industrial de Parnamirim, onde estão localizadas as principais indústrias e empresas do Rio Grande do Norte, e diversificou sua produção.

Além do sorvete, a SterBom passou a produzir também picolé, cobertura, casquinhos e waffer para sorvetes. No ano de 2006 instalou a água mineral SterBom e intensificou a produção de gelo mineral em cubo e em escama.

Hoje, a fábrica possui uma capacidade de produção média de três mil litros de sorvete, de dez mil unidades de picolé, de 5,5 mil unidades de casquinha de massa e de três mil casquinhas de biscoito por hora.

A fábrica, que produz diariamente cerca de 20 toneladas de gelo mineral, tem capacidade de envazar três mil copos de 300 ml, dez mil garrafas de 500 ml e 1.800 garrafões de 20 litros também por hora.

O grupo potiguar dispõe hoje de quatro mil pontos de vendas em supermercados espalhados pelos estados do Rio Grande do Norte do Norte, Paraíba, Ceará e Pernambuco, e conta com uma rede de 27 lojas próprias e 40 veículos para distribuir a produção.

Pedro Alcântara

Segundo Pedro Alcântara, diretor da Três Corações, maior fábrica de café do país, só há dois caminhos para crescer: “trabalhar muito e atender bem o consumidor”. A ‘fórmula’ foi compartilhada com centenas de outros empresários e autoridades que participaram da 19ª edição do Seminário Motores do Desenvolvimento.

 “O consumidor é o nosso patrão. Todos os nossos esforços para atender o consumidor tem levado a empresa a crescer. Ao longo desses anos também aprendemos que dinheiro da companhia não é dinheiro da pessoa física que comanda a companhia, é dinheiro do negócio”.

Quem trabalha e reinveste o dinheiro na empresa tem, de acordo com Pedro Alcântara, mais chances de obter sucesso, mesmo em meio a adversidades. “A escola é essa. Buscar oportunidade, competitividade. Acredito que o negócio não pode ficar preso ao seu estado, a sua região”, disse, sem se referir ao processo de expansão por qual passou a sua empresa desde que foi fundada.

Perguntado sobe qual foi o pulo do gato da Três Corações para se tornar a marca de café mais lembrada do país, Pedro disse que sua empresa “é um gato que anda sempre pulando”. “Não existe um pulo só. Existe decisão. Decisões difíceis são tomadas todos os dias pela minha empresa”, afirmou.

O empresário ressaltou que os empresários precisam fazer sua parte “sem olhar para o negócio dos outros”, mas também cobrou ações do governo federal. “Se eu tivesse a caneta da presidente Dilma Rousseff fazia a reforma tributária e trabalhista desse país”, disse ao ser interrogado. A alta carga tributária e a complexidade da legislação trabalhista, segundo ele, acabam reduzindo a competitividade de empresas potiguares, um dos temas abordados durante o seminário.

Trajetória

A Três Corações iniciou suas atividades em 1959, quando o fundador João Alves de Lima começou a vender café verde em São Miguel, dando início à Santa Clara. Em 1961, a empresa, que antes comercializava café, passou também a torrar e moer os grãos e lançou o café Nossa Senhora de Fátima.

A expansão da empresa começou a ganhar força em 1989, com a inauguração da fábrica em Eusébio, no Ceará, e constituição da Santa Clara Indústria e Comércio de Alimentos Ltda. A década de 90 marca a inauguração da planta industrial de Mossoró, a incorporação da marca café Kimimo e a criação da plataforma de logística do grupo Santa Clara.

No início dos anos 2000, a Santa Clara torna-se a marca de café nº 1 no Norte e Nordeste do Brasil, segundo pesquisa Nielsen, e em 2003, a companhia expande seus negócios para o Sudeste com a incorporação da marca Pimpinela e em 2004 automatiza todas as unidades industriais do grupo.

Anos depois a marca 3 Corações é incorporada ao portifólio de produtos da companhia, a empresa adquire as marcas de refresco Frisco e Tomado, incorpora a marca Letícia, com forte atuação no norte de Minas e inaugura a nova fábrica de refrescos em Mossoró. A última aquisição informada no site oficial do grupo data de 2011, quando a companhia incorpora a marca de café Fino Grão, uma das maiores marcas de Minas Gerais.

 

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