Rio (AE) – A Pesquisa Mensal de Serviços chega para ajudar a preencher uma lacuna nos indicadores econômicos do País e será incorporada no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) a partir dos dados referentes ao terceiro trimestre – previstos para ser serem divulgados em dezembro. “Na divulgação do PIB, no fim de agosto, relativo ao segundo trimestre, vamos dar um briefing do que vai ser feito”, adiantou o coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto.
A falta de dados sobre os serviços gerou polêmica entre economistas no ano passado. Os primeiros debates surgiram por causa de discrepâncias entre estimativas de analistas e os dados apresentados pelo IBGE para o PIB – um dos primeiros objetos de polêmica foram os serviços de intermediação financeira. Em abril deste ano, a LCA Consultores fez um estudo sugerindo uma subestimação no PIB de serviços. Pelos cálculos da consultoria, o crescimento econômico de 2012 teria sido de 2,9%, e não 0,9%.
Antecipado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o assunto foi tema numa reunião entre a presidente Dilma Rousseff e os economistas Luiz Gonzaga Belluzzo, Delfim Netto e Yoshiaki Nakano.
Todos os meses, a PMS divulgará o índice do mês frente a igual mês do ano anterior, o índice acumulado no ano e em 12 meses. Inicialmente, não haverá apresentação de dados do comparativo com o mês imediatamente anterior. Segundo o IBGE, esse cálculo exige uma série histórica de cerca de quatro anos – a coleta de dados para a PMS começou em janeiro de 2012.
A nova pesquisa do IBGE monitora as empresas de serviços com 20 ou mais pessoas ocupadas, numa amostra de cerca de 9,5 mil firmas em todo o País.
Atualmente, o peso do setor de serviços é de 67,5% da renda gerada pela atividade econômica no PIB. No entanto, a PMS abrange 36,5% desse valor. Ficam fora serviços financeiros e de seguros, administração pública, serviços de saúde, serviços de educação, assistência social e serviços sem fins lucrativos.