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Nos deixem trabalhar!

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Sílvio Bezerra
Engenheiro Civil e empresário,  presidente da Ecocil Incorporações e Vice Presidente da FIERN.

Recentemente o Ministério do Trabalho, divulgou que a Construção Civil vem fechando aqui no Estado, mensalmente, desde fevereiro deste ano, de setecentos a novecentos empregos. Tudo isso sem que cause comoção sequer parecida com a provocada pelo anunciado fechamento da Ambev. Em 2015, esse número já ultrapassa os 4.800 empregos. O equivalente a fechar 16 fábricas iguais à da Ambev.  São dados preocupantes, que deveriam merecer a atenção de toda a sociedade, sobretudo do próprio tesouro estadual que precisa arrecadar pra sobreviver.

Mesmo encurralado pelas enormes dificuldades geradas pela atual conjuntura econômica, o segmento vem sendo tratado com indiferença e, em alguns casos, até com raivosa discriminação. No Ibama/RN, para citar um exemplo mais flagrante, criam-se tantas barreiras tecnicistas e amarras burocráticas para dificultar a  aprovação de  um empreendimento no Estado que dão margem à desconfiança de que agem a favor do progresso de vizinhos como Ceará ou Pernambuco.

Não é que a direção local do Ibama tenha maior zelo e apego sustentável que outros congêneres para licenciar os projetos daqui. A percepção é de que os dirigentes locais do instituto trabalham sistematicamente para não licenciar nada. Esse tipo de postura não deriva de falhas técnicas ou documentais das empresas. Na maioria das vezes, estas dispõem de estruturas cada vez mais organizadas para atender às exigências estabelecidas, algumas delas absurdas. Em vão. O que prevalece, na imposição irracional dos obstáculos, são questões de natureza ideológica e preconceitos ultrapassados contra a livre iniciativa.

O resultado dessa política equivocada é o sufocamento de todo um setor de reconhecida relevância econômica. De dois anos para cá, nosso mercado imobiliário não tem visto praticamente nenhum projeto novo. Posso garantir que não é por falta de demanda.

Empreendimentos sustentáveis são uma realidade no mundo inteiro, e há muito tempo passaram a ser exigidos pelo nosso mercado.  A cultura do equilíbrio entre as sustentabilidades ambiental, social e financeira está incutida em grande parte da indústria da construção civil e do mercado imobiliário do RN.

Como qualquer empreendedor sério, queremos apenas trabalhar, conduzir nossos negócios condignamente, ajudar no crescimento da nossa economia e, com honestidade e esforço, também obter nossos dividendos, o que, embora seja próprio da atividade privada, parece constituir crime para alguns “luminares” do serviço público. Sinceramente, gostaria de tecer palavras mais otimistas, mas lidar cotidianamente com a obscuridade e o preconceito acaba cansando e diminuindo o ânimo de empreender.

É urgente que todos os potiguares, atentem para esta questão e abram os olhos para a má vontade e para as investidas deliberadas em travar o crescimento do RN, principalmente num momento de crise como o que vivemos atualmente, onde os investimentos estão sendo disputados numa queda de braço entre todos os estados.

Quero enfatizar minha sincera torcida para que a Ambev recue de sua intenção de fechar a fábrica de Extremoz, preserve e até aumente os empregos hoje ameaçados. Da mesma forma, ficaria muito feliz se alguém assegurasse as condições necessárias para o desenvolvimento da Construção Civil no nosso Estado. Não defendo privilégios, nem regimes tributários especiais ou qualquer outro tipo de benesse. Meu clamor é um só: Pelo amor de Deus, nos deixem trabalhar!

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