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O xadrez eleitoral

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Refletores – Valério Andrade [ [email protected]]

Não é por acaso que o xadrez é chamado de o jogo da vida. São muitas as semelhanças entre o que acontece no tabuleiro e no palco da vida. Pouco foi dito sobre o elo de ligação com as campanhas eleitorais, mas as lições do xadrez também são igualmente aplicáveis às eleições.

O fator surpresa existente na disputa eleitoral é chamado no xadrez de o lance oculto, ou seja, uma jogada que não fôra prevista pelo adversário e que mudou o destino da partida. Foi esse lance que adiou neste domingo a vitória de Henrique.

O lance da surpresa
Este ficou por conta da surpreendente votação de Robério Paulino que, ao obter 129 mil e 916 votos, evitou a vitória de Henrique e impediu a derrota de Robinson.

Deve ser ressaltado que o tamanho da vitória do PSOL foi dilatado por haver ultrapassado a fronteira natalense (onde Robério é conhecido no meio universitário) e chegado ao interior do estado, principalmente em Mossoró.

Sabia-se, entre nós, jornalistas, que ele seria bem votado, como, alias, alertou Vicente Serejo, porém, ao alcançar o percentual de 8,74%, ultrapassou a mais otimista das previsões.

A vitória de Henrique
O candidato do PMDB não foi eleito governador no 1º turno, mas não foi derrotado por nenhum dos quatro adversários. Para ser mais exato: teve mais votos do que a soma do quarteto.

E no confronto com Robinson a vantagem foi de 78.582 votos e na comparação dos percentuais, o placar do votos
válidos foi 47,34% contra 42.02%.

Ou seja: Henrique começará o 2º turno como favorito. E na nova partida que terminará dia 26 de outubro, Henrique não será surpreendido e Robinson não será favorecido pelo lance oculto.

Lembrete
Paras os Wilmistas. Não foi por falta de apoio de Henrique e Garibaldi que a vice-prefeita de Natal deixou de ser eleita.

As origens da derrota
Às vezes, um único lance errado causa a derrota. Em outras ocasiões, a derrota é consequência de uma lenta e gradual sequencias de pequenos erros ou dos lances não feitos. O mesmo acontece na campanha eleitoral. Na avaliação do desempenho de Wilma em 2014, numa análise isenta de paixões e ódios, pode-se localizar o que foi dito sobre a partida de xadrez.

O primeiro dos equívocos de Wilma foi o longo e incerto período da sua gestão eleitoral. Durante a fase do jogo de esconde-esconde, pairou (sempre) uma dúvida intranquilizadora: será candidata ao Governo do Estado, ao Senado, a Câmara Federal?
Enquanto Wilma permanecia cultivando a dúvida, Fátima já percorria o interior do Estado como candidata (de Lula & Dilma) ao Senado.

Memória
Antes, como nos filmes, um rápido flashback. No período em que participei do Conselho Estadual de Cultura, tive o privilégio de conviver com o professor Alvamar Furtado de Mendonça. Devo ao cinema a aproximação que tivemos, e, através de minha coluna, sempre externei a admiração e o apreço pessoal que tinha por ele.

O direito da discordância
Este flashback me veio à memória avivada pela correspondência que recebi pelo correio eletrônico do doutor Roberto Furtado de Mendonça. Como veterano jornalista, sei que 99% dos que escrevem são para discordar ou para apontar algum erro de informação. Por isso, não estranhei a contundência do texto do filho de Alvamar, motivado pelo meu posicionamento jornalístico em relação à candidatura de Henrique Eduardo Alves.

É normal no sistema democrático, o direito individual de ser a favor ou ser contra, tanto do jornalista como do leitor.
Porém, cabe esclarecer que nunca recebi de Henrique, de Agnelo, ou de qualquer outro Alves, nem do jornal, qualquer pedido para escrever o que tenho escrito. E que também há tempos deixei de estranhar o silêncio da gratidão.

Aprovação
Pelo menos, foi motivo de satisfação saber que Roberto Furtado aprova o que escrevo sobre o cinema do diretor Frank Capra e que também é leitor (sem restrições) da coluna Peão 4 Rei.Diante disso, alimento a esperança de que a ira política dele não se prolongue além da duração da batalha eleitoral.

Alegria
Por ser dotado da afetuosidade dos personagens fordianos, fiquei torcendo, pessoalmente e através de Refletores, por Agnelo Alves. Secretamente, temia que tivesse destino do candidato Spencer Tracy em O Ultimo Hurra, que no crepúsculo existencial seria expulso da ribalta política.

Felizmente, Agnelo encerrará a sua carreira política com uma vitória, ou melhor, duas vitórias – a outra contra a enfermidade que heroicamente vem lutando.

Cai o pano
Já o grande senador do Rio Grande do Sul, Pedro Simon, figura histórica dos tempos heroicos do PDB, sairá de cena amargando a solidão da derrota.

Outro derrotado
Como de habito, por ser da sua natureza, Lula fez que não via nem ouvia os tambores da oposição, anunciando a derrota do companheiro Eduardo Suplicy.

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