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A volta de Lampião

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Refletores – Valério Andrade
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É excelente o trabalho de pesquisa histórico do documentário “Chapéu Estrelado”, feito por Iaperi Araújo e Rostand Medeiros. Trata-se, na verdade de um meticuloso pré- roteiro sobre a passagem de Lampião e seu bando pelo Rio Grande do Norte.

Filmado com câmera digital, foi idealizado para a televisão, mas também poderá ser exibido em cinemas.  De acordo com a cronologia geográfica, a narrativa começará no Ceará, passará pela Paraíba, terminando no Rio Grande do Norte.

Serão gravadas entrevistas com historiadores e testemunhas do tempo do Capitão Virgulino.

Inicio das filmagens
O diretor e fotógrafo Silvio Coutinho, mineiro, radicado no Rio, com passagem (duas vezes) pelo Festival de Cinema de Natal, chegará próximo dia 21 e, no dia seguinte, embarcará com Rostand Medeiros para o interior do estado.

Valeu a pena ver
Lima Duarte no papel do pistoleiro Zeca Diabo, ao lado de Paulo Gracindo em “O Bem Amado”, lançada em 24 de janeiro de 1974.
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Paulo Gracindo & Carmen Silva, o casal de velhos de “Os Ossos do Barão”, ótima adaptação da peça teatral de Jorge Andrade, lançada em 8 de outubro de 1973.
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Sônia Braga, no papel-título da novela “Gabriela”, adaptação (livre) do romance de Jorge Amado, lançada em 14 de abril de 1974.
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Ary Fontoura, como o professor Aristóbulo, que se transforma em lobo, na novela “Saramandaia”, lançada em 3 de maio de 1976.

Fernanda Montenegro
Como sempre, ela está bem. Mas, ao contrário de outras atuações na televisão, mais do que o desempenho, é a personagem, Teresa, uma respeitável advogada, quem despertou a atenção do público. Junto com a curiosidade, veio à maldição dos evangélicos clamando os fiéis a boicotarem a novela.

A ira religiosa começou quando as duas amantes, Teresa e Estela (Nathalia Timberg) se beijaram na boca, já no primeiro capitulo de “Babilônia”. Se “Em Família” a relação lésbica havia sido focalizada com trocas de carícias e beijinhos, qual é a causa da indignação dos verdadeiros e dos falsos puritanos?

Há duas explicações: a idade das personagens e por serem interpretadas por duas veneradas damas da ribalta artística. Felizmente, como a censura religiosa não tem o poder que tinha a Censura Oficial, desta vez, e ao contrário do que aconteceu em “Torre de Babel”, Teresa e Estela não serão mortas ou desaparecerão da novela.

Graças aos novos tempos, vão oficializar através do casamento uma vida conjugal de trinta anos, abençoadas pela Lei.

Pânico nas nove
O que parecia ou poderia ter sido um tropeço, tornou-se uma vertiginosa queda de audiência. É inadmissível que a super-produção das nove esteja , pelo menos em São Paulo, principal referência do ibope, alcançado a mesma pontuação de “Alto Astral”. Como a plateia cativa da emissora (em SP) gira em torno de 18 pontos, chegando até 23, é espantoso que “Babilônia” tenha caído nos últimos dias de 24 para 18 pontos.

Porém, se é verdade que por absoluta falta de concorrência a Globo não se importa com a qualidade das novelas das seis e sete, também é verdade que em relação à das nove a emissora se esforça para manter um nível acima da rotina.

A julgar pelo inicio, que chegou a merecer inusitadas palavras elogiosas da revista Veja, era impensável acontecer o que começou e continua acontecendo. Tendo como o autor principal, um novelista consagrado, Gilberto Braga, e a participação do seu principal colaborador, Ricardo Linhares, este finalmente promovido nos créditos a autor, parecia que “Babilônia” estava destinada ao sucesso – ou que não repetiria o fracasso de “Em Família”.

Explicação
Veja listou, entre as causas da rejeição, o beijo na boca entre o casal de lésbicas vivido por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg. Como foi dito nesta coluna este beijo intempestivo, talvez até provocativo, não foi indecente – nem inédito, salvo apenas, em relação à idade das personagens. Também incluiu a participação de Alice (Sophie Charlote) que seria transformada em prostituta pelo namorado cafetão (Bruno Gagliasso) e, em outras novelas, atrizes conhecidas não fizeram esse mesmo papel?

O que não foi dito
Que todas as sequências do morro da Babilônia são monótonas repetições de surrados clichês sociais. Existe coisa mais chata do que o romance repetitivo, tipo ata-desata, entre Camila Pitanga e Thiago Fragoso? E dupla mais chata e supostamente engraçada do que Clóvis (Igor Angelkorte) e Noberto (Marcos Veras)?

O problema é que Gloria Pires e Adriana Esteves não serão capazes de neutralizar tantos personagens desinteressantes e igual número de atores e atrizes atuando de maneira inadequada.

A reação ao beijo já ficou lá atrás (até porque não se repetiu), a queda, portanto, tem sido consequência de uma conjunção de situações, cenas e personagens que, quando não são supérfluos, são incapazes de segurar o público.

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