Se de um lado os consumidores reclamam da escalada dos preços das refeições nos restaurantes, quem vive desse negócio diz estar amargando perdas com as altas nos custos. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Norte (Abrasel-RN), a estimativa é de que, quando dezembro chegar, o setor registre em média uma queda de 20% no faturamento. Além da alta dos insumos, diz a Associação, os reajustes do salário mínimo também estão entre os motivos da elevação dos preços aos clientes.
“Com certeza comer fora de casa está mais caro”, sentencia a gerente de loja Tercilene Pinheiro, de 31 anos. “A gente sabe que, quando aumenta a demanda, os restaurantes sobem os preços. Eles poderiam baixar, já que a demanda é maior”, opina. O policial civil Hugo Bezerra, de 34 anos, também vê dificuldade para arcar com os preços. “Se eu fosse ter que me alimentar fora todo o dia, o salário não daria”, comenta.
#SAIBAMAIS#Entretanto, a questão não é tão simples, conforme explica a dona do restaurante Coronel Mostarda, Leda Medeiros, de 57 anos. “Não foi só o alimento manipulado que aumentou. O supermercado também está mais caro. Fica difícil segurar o preço o ano inteiro”, diz. “A carne, por exemplo, aumentou muito”, comenta.
Na avaliação do presidente da Abrasel-RN, Max Fonseca, o maior vilão para a subida dos preços tem sido os reajustes do salário mínimo. “A mão de obra tem um peso considerável na composição dos preços”, diz. Ele acrescenta que altas em produtos como a carne e o queijo também impactaram o setor.
“Se fizermos uma recomposição de preços efetiva, perderemos em competitividade”, explica. “As vendas caíram 20% em média até agosto e devemos fechar o ano assim. Na lucratividade, a queda é de até 50%”, diz Fonseca.
