Repórter
O estudante Luis Felipe desenvolveu o jogo “Space Solitude”
Nascido em Pau dos Ferros, Oeste potiguar, Luis Felipe se mudou para a capital do RN ainda criança, aos três anos de idade. Desde pequeno, sempre gostou de jogos e descobriu aos poucos que queria trabalhar nessa área. “Entrei em T.I para desenvolver essa parte do meu sonho, mas eu não estou gostando, tem muita programação. E eu odeio programar, sendo que meu jogo tem a menor programação possível. Então, eu comecei a pesquisar sobre o assunto, ver vídeos na internet por conta própria para criar algo meu, sem ter que fazer algo que não goste”, comentou.
Em relação ao jogo criado, o estudante explica que o intuito é ver por quanto tempo o jogador consegue durar e coletar os pontos necessários para avançar na história. “Existem opções no jogo que dificultam e simplificam a jogabilidade. Depende de cada um, a exemplo disso, são as naves que você compra que podem te ajudar ou não”. A opção de criar um jogo arcade que ocorre no espaço, era o jeito mais fácil para ele. “O background (pano de fundo) foi o que eu mais gostei. Esse era o único que eu conseguia fazer sozinho porque eu não me considero um bom artista”.
A principal referência para colocar a “mão na massa” no projeto foi o livro “A Arte de Game Design”, de Jesse Schell que, de acordo com Luis, é o principal compilado de informações da área. “Baixei ele na internet e fiquei lendo enquanto fazia o jogo. O livro é pesado, são 500 páginas”. Além do livro, o software que ele trabalha, o “BuildBox”, também oferece tutoriais mais avançados e vídeos ensinando sobre como utilizar tais ferramentas na fabricação de aplicativos. “Eu também analiso canais de jogos para absorver algumas ideias interessantes”, disse.
O processo de criação do “Space Solitude” foi árduo. “Eu acordava às 7h, botava uma roupa definida previamente como farda e fazia esboços das fases em uma prancheta. Rabiscava bastante. Às vezes, ia direto no software trabalhar nelas. Fazia pesquisa de arte gráfica, olhava referência de jogos antigos e ficava testando”, disse. Luis criou o aplicativo em dezembro, durante as férias. Dedicava oito horas diárias na construção do app, e, quando precisava de sugestões nas cenas novas, chamava seu irmão de dez anos para ver se ele gostava ou não e o que precisava ser mudado.
O jovem tecnólogo falou que no começo, mexer no software de programação foi um pouco complicado, além de conseguir o contrato na Play Store, onde o aplicativo está disponível. Mas, o maior problema, foi executar a parte sonora. “As músicas eu achei, porém o looping (música de fundo do jogo) foi difícil. Eu tive que editar as músicas sozinho. Fiquei escutando várias vezes para depois re-editar da forma correta quando entrasse no jogo”, conta.
O aplicativo ficou pronto em dezembro de 2018, mas só foi lançado na Play Store no final de janeiro deste ano, depois de resolver as condições financeiras de contrato. Com o projeto lançado, família e amigos fizeram downloads logo em seguida para desfrutar o Space Solitude, que significa “Solidão Espacial”, na forma literal.
Números
Com pouco tempo de jogo lançado, o “Space Solitude” possui mais de 50 downloads até o momento e atingiu a nota máxima na Play Store, de acordo com as avaliações dos usuários.
Space Solitude foi a primeira iniciativa concreta do futuro tecnólogo, no entanto, outras ideias já estão sendo construídas em projetos seguintes.
Além da grande dedicação destinada ao desenvolvimento de ideias para o jogo existente e para os próximos que estão por vir, Luis gosta de cozinhar nos tempos livres. “Procuro receitas, experimento coisas novas, gosto de misturar. Adoro preparar doces e carnes”, disse. Além disso, Luis Felipe aproveita o tempo estudando cinema, sobre como é feito a parte técnica das produções da sétima arte, ler roteiros de filmes disponíveis na internet e jogar jogos de tabuleiro.