O confortável cenário nacional, do qual desfrutam PT e PSDB – os representantes sumários de apoio e oposição à presidenta Dilma Rousseff – nem de longe refletem o panorama em que ambos estão inseridos no Rio Grande do Norte. A diferença é facilmente perceptível, a ponto de o Partido dos Trabalhadores potiguar, o dono da maior bancada na Câmara Federal, dispor de um único parlamentar na Casa, a deputada Fátima Bezerra; e do PSDB, que ostenta um plantel de fazer inveja, não ter um só assento com DNA norte-riograndense no Congresso Nacional, na Assembleia Legislativa e nas principais prefeituras do estado. Com uma bancada pequena – seja no executivo, seja no legislativo – as duas legendas são literalmente engolidas por siglas também potenciais no país, como PMDB e PSB, estes sim com uma representação acentuada no estado.
Se traçado o mapa da presença de petistas e tucanos em nível de Brasil e de Rio Grande do Norte, sobressaem-se dados, senão preocupantes, mas que chegam a constranger os principais líderes. O PT de até pouco tempo altíssima popularidade nunca conseguiu arrancar dos potiguares votos suficientes para eleger um governador ou um senador. Essa mesma legenda conta há três mandatos com a mesma deputada federal, nunca tendo obtido êxito com qualquer outro candidato para uma vaga na Câmara Federal. Na Assembleia Legislativa, o único parlamentar, o deputado Fernando Mineiro, atua solitário desde que iniciou o primeiro mandato e na Câmara de Vereadores da capital o máximo que se tem conseguido é o assento de dois parlamentares – na atual legislatura Fernando Lucena e Hugo Manso.
Essa é uma estatística eminentemente oposta à pomposa cena nacional. O quadro político-partidário do PT na atualidade conta com cinco governadores, 12 senadores, 91 deputados federais, 149 estaduais, 617 prefeitos e 5.247 vereadores. O partido no Rio Grande do Norte não dispõe de representante no Senado, conta com uma deputada federal, um estadual, seis prefeitos e 63 vereadores. Isso representa uma participação potiguar de 1,1% no partido a nível nacional.
Quanto ao PSDB, o grau é ainda mais elevado. Elevado pra pior. Quando o ex-governador Geraldo Melo abriu espaço para Rogério Marinho assumir a legenda já não havia representação no Senado, Câmara e pouca coisa se havia conseguido na Assembleia e Legislativo municipal. Após o novo comando quase nada mudou. O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Rogério Marinho, detém a liderança da sigla, mas na última eleição sequer conseguiu se eleger deputado federal. Atualmente, os tucanos potiguares não estão representados em Brasília, na Assembleia Legislativa idem, e dispõe de um único assento na Câmara Municipal de Natal, com o vereador Dickson Júnior.
Nacional, o partido vive uma outra realidade, inclusive mais afortunada que o próprio PT. São oito governadores, 12 senadores, 49 deputados federais, 111estaduais, 712 prefeitos e 5.247 vereadores. A participação dos tucanos potiguares no todo do PSDB é, portanto, de 0,01%. Ou quase nada.