Em reunião com o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (CAOP-Cidadania) representantes da Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP) informou que mais de 80% dos casos de Sarampo no Brasil foram registrados no Estado vizinho, Paraíba. Somando-se a isso o registro de nove casos (ainda não confirmados) no Rio Grande do Norte, os profissionais da saúde alertaram para o risco de um surto no Estado.
Diante dessa situação o Promotor de Justiça de Ielmo Marinho, Augusto Carlos Rocha de Lima, expediu uma recomendação para que as autoridades municipais adotem medidas para evitar a subnotificação de casos. A preocupação vem do fato de que na campanha de vacinação de 2008 o município não atingiu o índice tido como satisfatório (95%). A campanha disponibilizou a vacina tríplice viral, que combate a rubéola, a caxumba e o sarampo. Em Ielmo Marinho apenas 89,06% da população foi imunizada. Em 2010 o município também não atingiu a meta de vacinação de crianças de um ano de idade, atingindo apenas 90,29%.
Entre as medidas sugeridas pelo Ministério Público estão: informar os médicos do serviço de saúde municipal da necessidade de conscientização de seus pacientes sobre o quadro atual da doença e da imprescindibilidade de comunicação de eventuais casos suspeitos à vigilância epidemiológica da Sesap; a realização de campanha educativa para alertar sobre os riscos de contrair o Sarampo; um levantamento dos indivíduos não imunizados na campanha de vacinação de 2008 e no ciclo de imunização do ano de 2010 (crianças de 01 ano de idade) e realizem a vacinação dos indivíduos ainda não imunizados pela “tríplice viral”, a fim de que se atinja a meta de 95% do público-alvo geral, e especificamente de crianças de 01 ano de idade; e a comunicação imediata à Secretaria Estadual de Saúde Pública de eventuais casos suspeitos repassados pelos profissionais da saúde.
O sarampo é uma doença transmissível e contagiosa, que acometia de 2 a 3 milhões de crianças nos anos epidêmicos na década de 70; e que apesar de ter apresentado uma nítida tendência de redução da sua incidência no período de 1991 a 2000 – sendo que em 2001 alcançou-se a eliminação da circulação do vírus autóctone – tem comportamento cíclico, com a ocorrência de epidemias periódicas em média a cada cinco anos, caso não sejam adotadas estratégias adequadas de vacinação, com altas coberturas na vacinação de rotina (mais de 95% em crianças de um ano de idade), estratégias de campanhas periódicas e a investigação imediata de todos os casos suspeitos de sarampo.
Fonte: Ass. de imprensa do MPRN
