Daniel Weterman e Camila Turtelli
Agência Estado
Delegado Waldir assegura que permanece na liderança do PSL pelo menos até janeiro
#SAIBAMAIS#O encontro também avalizou a destituição do deputado Eduardo Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro dos comandos dos diretórios regionais do PSL em São Paulo e no Rio, respectivamente. O ato será formalizado na próxima semana.
Os cinco deputados punidos criticam a atuação de Bivar, que disputa o controle do partido contra Bolsonaro. São eles: Carla Zambelli (SP), Filipe Barros (PR), Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG) e Carlos Jordy (RJ). Eles estão suspensos das atividades partidárias e, com isso, não podem representar a legenda em comissões e em nenhuma atividade da Câmara.
Na quarta-feira, todos eles tentaram, sem sucesso, derrubar o deputado Delegado Waldir (GO) da liderança do PSL na Câmara. O plano, idealizado por Bolsonaro, era tirar Waldir – que é ligado a Bivar – e nomear Eduardo para a cadeira. A articulação do presidente fracassou, puxando a crise para o Palácio do Planalto Mesmo assim, o governo tentará novamente destituir Waldir, que chamou Bolsonaro de “vagabundo” e disse que iria “implodir o presidente”.
A ampliação da ala bivarista na cúpula do PSL, no entanto, praticamente inviabiliza uma nova tentativa de fazer Eduardo líder da bancada na Câmara. “Esse é o efeito imediato. Se eles tentarem montar uma lista, já perderam cinco votos”, disse o deputado Coronel Tadeu (SP).
Mandato
O PSL aumentou de 101 para 153 o número de integrantes da direção com direito a voto em reuniões nacionais. Dos novos convencionais, 34 têm mandato parlamentar. Na prática, a mudança desidrata a ala bolsonarista. O mandato de Bivar termina no fim de novembro e ele pretende disputar a reeleição. Com as alterações no estatuto do PSL, o grupo de Bolsonaro dificilmente conseguirá o controle do partido, dirigido por Bivar desde 1998 – com exceção de 2018, quando Gustavo Bebianno assumiu o posto.
Destituída por Bolsonaro da função de líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (SP) disse que o partido deveria expulsar deputados que estão em confronto aberto com a direção. “A porta da rua é serventia da casa”, afirmou Joice. Ela, Junior Bozzela e Coronel Tadeu são cotados para dirigir o PSL em São Paulo, no lugar de Eduardo. No Rio, os nomes cogitados para a vaga de Flávio são os dos deputados Felício Laterça, Gurgel e Professor Joziel.
Um dos suspensos, Jordy disse que pode entrar na Justiça para reconquistar direitos partidários. “Essa medida foi arbitrária”, afirmou. Dos cinco suspensos, apenas Carla Zambelli compareceu à reunião desta sexta. “Eu acho que a gente tem de pacificar o partido, porque isso afeta nossa atuação em comissões.”