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Comitê da Verdade será instalado hoje em Natal

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Uma releitura para contextualizar os fatos e identificar as vítimas. Para o coordenador do projeto Direito à Memória e à Verdade da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Gilney Viana, a instalação da Comissão da Verdade e do Comitê Estadual pela Verdade em Natal traz essas duas preocupações, que se refletem também nos fóruns já instalados nas outras cidades. A instalação do Comitê ocorrerá hoje, às 9h, na Câmara Municipal. A Comissão Especial da Verdade em Natal tem o nome de Luís Maranhão Filho.
Gilney Viana (E): relatos valiosos para restabelecer a verdade
Com a autoridade de quem foi preso político por dez anos, Gilney tenta desmistificar os argumentos do que considera de “direita” e “esquerda”. Ele analisa que logo quando a Comissão Nacional da Verdade foi criada alguns apontaram que ela seria instrumento de revanchismo, uma espécie de acerto de contas. Já outro grupo apostava que não teria uma investigação dos fatos. “Na verdade eu espero muito da Comissão da Verdade. Precisamos contextualizar os fatos, saber em que circunstâncias ocorreram. A Comissão irá contextualizar os fatos graves que ocorreram contra os direitos humanos”, comentou o ex-preso político.

Para ele, a Comissão é uma oportunidade de resgatar a própria história, fazer uma releitura do passado e contar a verdade. Ele também chama atenção para a problemática de que muitos mortos, durante o período da ditadura militar, ainda não foram reconhecidos. “Temos mais de 71 mil requerimentos com pedido de anistia”, destacou. Ele citou que há 612 lideranças sindicais que foram mortos no período e ainda não foram reconhecidas pelo Estado. “A Comissão trará relatos valiosos para estabelecer a verdade”, observou.

Avaliando o trabalho local do Comitê Estadual pela Verdade e da Comissão da Verdade, Gilney Viana ressaltou que é preciso resgatar a história e a própria luta social. “Como ocorreu o golpe militar aqui (em Natal)? É preciso esclarecer os fatos. É direito do Estado reparar moral e materialmente, além de conceder anistia e repor a verdade”, disse, citando que os dois fóruns que serão instalados hoje também trazem como objetivo o esclarecimento desses direitos as pessoas que foram vítimas da ditadura militar. “É a retratação da moral”, completou.

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