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Cenipa explica investigações sobre acidente aéreo da Noar

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O chefe da Divisão de Aviação Civil do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), Tenente Coronel Frederico Alberto Marcondes Felipe, explica como é o trabalho de apuração dos fatores que contribuíram para o acidente com o bimotor no Recife na manhã desta quarta-feira (13).

Clique e ouça o áudio da entrevista.

#SAIBAMAIS#Nós soubemos pela manha que houve um relato do próprio piloto minutos antes da queda com a torre de controle. O senhor confirma? E qual foi o teor deste relato?

Segundo as informações preliminares que nós podemos levantas, o piloto entrou em contato com a torre de controle após a decolagem, e informou que estava tendo problemas e que retornaria para pouso no aeródromo. Logo a seguida ele informou que tentaria realizar um pouso na praia de Boa Viagem.

Coronel, a aeronáutica já está lá fazendo a investigação. Qual é papel que é feito nesse momento?

Esse momento inicial de investigação consiste numa grande coleta de dados. Nós temos uma equipe do Ceripa 2, que o o órgão regional do Cenipa, e já está trabalhando no local, e  uma equipe do Cenipa se deslocando para o  Recife. Essa grande coleta de dados vai  abordar informações relativas aos destroços, à aeronave, processo de manutenção dessa aeronave, os gravadores de voo, conhecidos como caixas-pretas, meteorologia, informações relativas aos pilotos ao seu treinamento, à empresa operadora, tráfego aéreo. Todas as informações que forem relevantes para o acidente serão levantadas nesse momento.

Coronel, pra quê serve essa investigação? Já há indícios das possíveis causas?

Nesse momento nós não temos indícios ainda de porquê o acidente aconteceu, os fatores contribuintes para o acidente. A ação inicial realmente visa coletar as informações, para que a gente possa, depois dessa grande coleta, determinar quais vão ser as linhas de investigação, de acordo com as evidências que forem levantadas.  Para que a gente possa descobrir quais foram os fatores contribuintes, e atingir o objetivo da nossa investigação, que é a prevenção de acidentes aeronáuticos, para que não ocorra novamente um acidente dessa natureza.

Qual é o prazo para a conclusão das investigações?

As investigações não têm um prazo pré-definido para serem concluídas. Isso depende muito da complexidade e do andamento dos trabalhos. A investigação tem que ser feita de maneira bastante completa, para que nós não deixemos nenhum fator contribuinte de fora, e que a gente tome, então, medidas de prevenção de maneira bastante abrangente. Para que a gente possa efetuar uma prevenção que seja, realmente, eficaz, e os acidentes não voltem a acontecer. Por isso não existe um prazo pré-definido. Às vezes demora um ano, às vezes demora dois anos. Depende do andamento dos trabalhos.

Os investigadores contam com que tipo de material? Quais são os elementos para fazer esta investigação? Tem caixa-preta, por exemplo?

Sim. Neste acidente a aeronave era equipada com gravadores de voo, que são as chamadas “caixas-pretas”, e que são uma fonte muito importante de informações para a investigação. Essas caixas-pretas t~em que sofrer um processo de downloads dos dados, para que esses dados possam ser decodificados e analisados em função das características do acidente. A caixa-preta não vai dizer pra gente o porque que o acidente aconteceu. Ela é mais uma fonte de informações, que vai se somar ás investigações que a gente retira dos destroços e de todo esse levantamento que é feito.

O senhor disse que não há um prazo certo para a conclusão das investigações, mas a gente sabe que ao longo dessa investigação os senhores vão emitindo recomendações de segurança de voo. Por favor, explique para o ouvinte da força aérea o que são  recomendações de segurança de voo.

As  recomendações de segurança de voo são medidas de prevenção que são emitidas, à solicitação de que sejam tomadas essas medidas de prevenção para que a gente possa, então, eliminar fatores de risco que foram levantados na investigação do acidente. Como foi colocado, elas são emitidas tanto durante a investigação, quanto ao final do processo de investigação. Então, assim que a gente tem conhecimento de um determinado fator de risco, a gente emite essa  recomendação de segurança de voo de maneira imediata, para que a gente possa fazer uma prevenção eficaz.

E nesse final da investigação é feito um relatório final. Esse relatório final vai a público?

Sim. Ao final da investigação, é emitido o relatório final, que é o documento oficial, a palavra oficial do Comando da Aeronáutica sobre a investigação do acidente. Esse relatório final é disponibilizado a todos na página do Cenipa, na internet.

De que maneira atuam FAB e Anac em uma situação como essa?

A investigação fica por conta do Cenipa. A Anac, como órgão regulador e fiscalizador da aviação civil tem as atribuições dela previstas em termos de legislação, de acompanhamento da empresa operadora, e de acompanhamento da situação da aeronave, dos pilotos, etc.

Então, pelo que o senhor falou, o papel da FAB na investigação tem um foco na segurança, não propriamente para apurar responsabilidades.

Exatamente. A Investigação feita pela Força Aérea visa exclusivamente a prevenção de novos acidentes. Então, o único objetivo das investigações efetuadas pelo Cenipa e pela FAB é prevenir novos acidentes, evitar que tragédias como essa voltam a acontecer.

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