terça-feira, 14 de maio, 2024
30.1 C
Natal
terça-feira, 14 de maio, 2024

Estiagem: Metade dos reservatórios em estado crítico

- Publicidade -

Não há mais esperança para este ano. O mês de agosto se aproxima do fim e o sertanejo não vê prenúncio de chuva no céu limpo e azul do sertão. O inverno deste ano no semiárido nordestino, apesar de classificado como normal pela meteorologia, não foi capaz de encher os reservatórios de água no interior do Rio Grande do Norte a índices satisfatórios. Resta, agora, esperar por um 2015 menos doloroso.
Perímetro irrigado de Cruzeta não faz distribuição de água há meses. Produtores pararam de plantar e não há perspectiva de safra
Mais da metade dos açudes monitorados pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) está com o nível abaixo dos 20% da capacidade total. Índice considerado crítico pelos especialistas. Além disso, cinco cidades convivem com colapso no abastecimento e outros municípios estão em estado de emergência devido à situação climática desfavorável.

O Estado possui ao todo 46 reservatórios monitorados periodicamente pela Semarh. Os  açudes e barragens estão localizado nas bacias dos rios Apodi/Mossoró, Piranhas/Açu, Ceará-Mirim, Potengi, Trairi e Jacú. De acordo com levantamento divulgado pela secretaria na última sexta-feira, dia 15, pelo menos 25 mananciais estavam com a situação volumétrica em estado crítico, ou seja, com menos de 20% da capacidade total.

#SAIBAMAIS#De acordo com a coordenadora de Gestão de Recursos Hídricos da Semarh, Joana D’arc Medeiros, o Estado continua em alerta. No início do ano, as chuvas ajudaram a recuperar alguns açudes, mas reservatórios importantes como o Gargalheiras, Itans e o açude de Pau dos Ferros quase não acumularam água. “Houve uma recuperação parcial, abaixo da nossa expectativa. Sabíamos que os açudes não iriam encher, mas o prognóstico era mais animador. Infelizmente, mananciais importantes não receberam volume de água considerável e a situação continua preocupante”, coloca.

Em Acari, distante 201 quilômetros de Natal, o açude Gargalheiras – que tem capacidade para armazenar 44.421.480 metros cúbicos de água – está com o volume de 3.274.877  metros cúbicos, o que representa 7,37% de sua capacidade total. O açude Itans, localizado em Caicó, a 256 quilômetros da capital, é outro reservatório em situação alarmante. Com capacidade para acumular até 81.750.000 metros cúbicos de água, o açude está com 13,08% da capacidade, ou seja, 10.695.000 metros cúbicos. Água que, segundo a Emparn, suporta abastecer as cidades atendidas pelo açude até janeiro do próximo ano. A vazão de retirada é de 185 litros por segundo.

Já em Pau dos Ferros, a 400 quilômetros de Natal, o principal açude da cidade, que leva o mesmo nome do município, está com 7,67% de sua capacidade total. O reservatório pode receber até 54.846.000 metros cúbicos de águas, mas, atualmente, reserva apenas 4.205.000 metros cúbicos. A vazão de retirada é de 45 litros por segundo e, se continuar com essas configurações, suporta abastecer a cidade até março do próximo ano.

Bate-papo – Joana Dar’c
Coordenadora de Gestão de Recursos Hídricos da Semarh

“O que podemos fazer, agora, é administrar essa situação drástica”

Temos alguma boa notícia com relação aos reservatórios?
Não. Infelizmente não. Não tivemos chuvas nesses últimos meses e os reservatórios não ganharam volume.

E o que deve ser feito até o fim do ano?
O que podemos fazer, agora, é administrar essa situação drástica. É trabalhar com o que temos a disposição priorizando o abastecimento humano.

Mas, no início do ano, tivemos algumas chuvas. Não foi suficiente?
Houve uma recuperação parcial, abaixo da nossa expectativa. Sabíamos que os açudes não iriam encher, mas o prognóstico era mais animador. Infelizmente, mananciais importantes não receberam volume de água considerável e a situação continua preocupante.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas