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Lágrimas, decepção, vaias

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Refletores – Valério Andrade [[email protected]]

A seleção das Manchetes

Assessoria de Neymar nega tratamento alternativo – 07/7.
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Árbitro polêmico vai apitar Brasil e Alemanha – 07/7.
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Felipão testa três opções para tentar vencer a Alemanha 08/7.
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Brasileiros tem pelo menos 10 motivos para acreditar que podem vencer (a Alemanha) – 08/7.
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A pegadinha do Felipão. Embora tenha treinado ontem com formação de três volantes, com Paulinho no lugar de Neymar, o treinador não confirmou a equipe que começa a partida contra a Alemanha – 08/7.
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Corrupção padrão Fifa. Policia (RJ) prende chefe do esquema de venda ilegal de ingressos da Copa – 08/7.

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A hora do espanto. Imprensa mundial recebe a derrota da Seleção Brasileira para Alemanha com surpresa – 09/7.
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Torcedores caem em lágrimas com a goleada alemã. O clima era de irritação e choque – 09/7.
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É do Brasil? Após fiasco contra a Alemanha, comércio tira produtos da seleção e anuncia promoções – 10/7.
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Ensaio sobre a cegueira. Felipão dá entrevista de emergência após os 7 a 1 e defende que o trabalho não foi feito ruim, apenas o resultado – 10/7.
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Sentimento ilhado. Após dias longe da Granja Comary, Neymar volta, lamenta derrota, mas elogia O time – 11/7.
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Jogar pra que? Técnico da Holanda critica a obrigação da disputa do terceiro lugar no jogo contra o Brasil e reclama a desigualdade no tempo de descanso – 11/7.
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O melhor torcedor brasileiro da Argentina. Neymar chora, reencontra com companheiros e diz que vai torcer pela Argentina – 11/7.
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Governo do RN que e empresa que instalou as estruturas temporárias divergem nos valores dos aditivos – 11/7.
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Não vai ter taça. Após vexame, Brasil disputa medalha de 3º lugar no Mundial com a Holanda – 12/7.
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Axé Alemanha. Na despedida da Bahia os alemães deram novo show de simpatia e receberam o apoio da população local – 12/7.
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Alemanha bate a Argentina conquista a Copa pela 4 vez – 13/7.

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Argentina de Messi perde e Alemanha é tetra campeã – 13/7
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Policia reprime manifestações no Rio, próximo ao Maracanã – 13/7.
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Brasileiros e alemães festejam título lado a lado, no Maracanã -13/7.
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 Copacabana tem brigas e confusões após final da partida entre Argentina e Alemanha – 13/7.
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Dilma volta a ser vaiada, no Maracanã, no encerramento da Copa do Mundo.

Seleção da imprensa
Passo cedo pela calçada da Cova da onça e lá estava Mestre Gaspar, mais uma vez envolvido com a bandeira do Brasil, rodeado pela patota de quase todos os dias. No ar percebia-se um clima de muita ansiedade. Na esquina com a Doutor Barata vejo Lenine Pinto subindo a escada do Carneirinho de Ouro. Na Cova, a conversa era uma só: futebol, a Copa, Neymar, o jogo desta terça-feira (…).

Sabe o que me preocupa na seleção (arremata Mestre Gaspar) é a teimosia de Felipão. Esse negócio de insistir escalar Fred no ataque nem o Fróide, judeu-austríaco-tcheco explica.
Woden Madruga (“Fred ou Fróide”): 08.7.14.

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O cemitério continental que abriga os revoltados pela surra alemã de 7×1 estava inaugurado bem antes da eliminação da Copa do Mundo. Ficou pronto primeiro do que o jamais inaugurado campo cômico de Sucupira do Odorico Paraguassu novelesco de Dias Gomes (…).

A derrota brasileira recebeu seu primeiro prego de caixão assim que se jogou no lixo da história a essência dofutebol praticado aqui desde a primeira bola dominada. Não chutada, dominada, equilibrada no pé, no peito, do jogo do corpo, do drible em escala industrial (…).

Quem é o futebol brasileiro de agora para chorar tragédia? Ninguém. É teatro de fantoches, boleiros medíocres, e cartolas comprometidos com falcatruas, ou e calúnia tudo o que foi investigado e comprovado sobre a CBF e a Fifa, matronas e madrastas (…).

O Brasil só será de novo quando a vassoura corretiva expulsar a sujeira em forma de gente e atitude torpe. O Brasil que não é o melhor do mundo faz décadas, só será outra vez quando os gramados forem reabertos aos negros e as arquibancadas aos pobres. Futebol no Brasil era diversão, cultura e show. A Alemanha apenas cimentou o mausoléu aberto pelos coveiros impunes.
Rubens Lemos Filho (“Túmulo”/passe livre): 10.7.14.

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A reputação da Fifa nunca esteve tão abalada, depois do escândalo da Máfia dos ingressos, cujo território estava enraizado há duas décadas na sala da presidência, agora foi a vez do criterioso credenciamento a imprensa desabar.

Como foi que a atriz global Daniela Winits conseguiu pegar um colete de exclusividade da imprensa para assistir no gramado o jogo entre Brasil x Alemanha? Enquanto isso, vários jornalistas esportivos ficaram de fora do Mundial porque perderam o prazo de credenciamento encerrado quatro meses antes da Copa. É o padrão Fifa de organização, uma piada.
Fábio Pacheco (“Reputação Abalada”): 10.7.14

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Tomo emprestado o titulo do samba-canção de Noel Rosa e Vadico e confesso: estava confiante. Pra que mentir? Tinha consciência da fortaleza da Alemanha jogando afinadíssima, mas não o suficiente para abalar a intuição na vitória brasileira. Tipo a que me ocorreu no jogo contra a Espanha, na Copa das Confederações e que se confirmou. O afastamento de Neymar e Thiago Silva, agora, não foram suficiente para abalar a convicção, mesmo achando que a ausência do zagueiro seria mais sentida que a do atacante. Na verdade, eu contava coma vitória. A casa, nossa, a torcida, a festa, Felipão, a invencibilidade em muitos jogos, o ser brasileiro, por quê estar pessimista? (…).

Continuei torcendo por nossa seleção, mas aquela altura já tinha pedido a Deus que não ampliasse a goleada. Consciente de impossibilidade de uma reação salvadora, mandei a emoção ir embora. Na minha solidão, pensei: por que o egoísmo de olhar somente para um time e não perceber a competência do adversário?

A emoção deu lugar a razão. Passei a enxergar uma das mais belas e convincentes exibições de futebol. Fiquei menos torcedor e mais amante do futebol (…).

Não acredito que a Alemanha repita em mais 100 anos de história, a exibição que fez contra a seleção brasileira. Não se repetirá domingo contra os argentinos. Caso aconteça, seremos todos uma multidão de privilegiados. Não pela derrota de nossos irmãos vizinhos. Mas pela beleza de um espetáculo incomum.

Albimar Furtado (“Disciplina, respeito, elegância e uma grande exibição de futebol”): 11.714.

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(…) Resta-nos admitir que a equidade que gostaríamos de ver aplicada no futebol anda cada vez mais rara em vista da transformação desse matrimônio catártico em bem de consumo apropriado por uma federação cuja estratégia é maximizar seus ganhos. Imperativo econômico que também governa os ídolos e treinadores de ocasião e sem fronteiras, cambistas das próprias carreiras. Prova de que o extremismo de mercado altera o caráter das pessoas, dos bens e das práticas sociais.

Em sendo assim, os cambistas de porta de estádio, presos pelo aparato de segurança pública posto à disposição da toda-poderosa federação, não seriam fichinhas perto dos grandes ficheiros do futebol? A incoerência das leis e dos arroubos moralizantes e circunstanciais é apenas um dos muitos “legados” da Copa do Mineiraço.
Erik Pereira (“Fichinhas e ficheiros”), advogado: 12.7.14

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Uma vitória esta tarde não vai amenizar o estrago já feito, ainda vivo na memória do torcedor brasileiro. Como se fosse um dia “D” às avessas, começou com o problema envolvendo Neymar e o ala colombiano Zuniga, prosseguindo com a atuação ridícula procedendo o “banho” dos sete gols. Nem sempre o chamado dia negro envolve apenas uma pessoa. Na goleada, pegou o time todo de Felipão, a partir do pró- prio treinador, definitivamente banido como técnico de uma Selação Brasileira, devendo despedir-se hoje na decisão do 3º lugar.
Everaldo Lopes (“Deu tudo errado”/Apito Final): 12.7.14.

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(…) Fico, porém, com as palavras do meu saudoso pai. “Vence o melhor: São onze contra onze”. E o Brasil se tornou time de um homem só. Ou, talvez, nem dele. Tudo parecia confuso e o peito estufado dos competidores que jogariam para ganhar murchou como um balão de gás desamarrado depois que uma sequência de gols fez desmoronar seus sentidos.

Não adiantou o endeusamento de Neymar, com irretocáveis vinhetas produzidas pela Rede Globo, as intocáveis hashtags a favor do jogador, artistas país afora gravando vídeos emocionados e o cansativo e repetitivo discursos de Galvão Bueno colocando-o num lugar que nem Zeus ocupou. O choro dele então…

Não adiantou a voz embargada do locutor no final do jogo e, o pior, seus argumentos sem sentido. Se ganha ou se perde. É simples. Time que não treina, perde. E quando perde feio, se torna horrível. Escrevemos na história, a pior derrota do século e, por favor, Ronaldo, poupe-nos das suas análises superficiais e sem sentido (…). Neymar, o salvador da pátria, deve estar agradecido por não ter participado de uma derrota tão vergonhosa.
Ricardo Araújo (“O dissabor de derrota”): 12.7.14.

Galeria das Personagens/Em Família
 
Chica

Ela é duplamente agradável: Chica, a personagem, Natalia do Vale, a atriz. Em relação a Chica, temos de esquecer o problema da faixa etária, pois, fisicamente, ela seria mais convincente como irmã do que mãe de Helena. Afinal, entre Natália e Júlia Lemmertz, a diferença é de apenas 10 anos.

Ser mãe de um personagem chatíssimo como Felipe (Thiago Mendonça), o médico bêbado, é um problema insuperável, mas Chica nada tem a ver com ele. Também e difícil aceitar que uma mulher charmosa e bonita como Chica, tenha passado anos e anos – desde que ficou viúva – sem ter tido sequer um namorado. Mas essa falha, como a anterior, não é culpa dela – é de Manoel Carlos.
Durante capítulos e capítulos, Chica pouco teve o que fazer, limitando-se a ouvir as filhas e tratar as bebedeiras de Felipe, como se este fosse um adolescente. Chica passou a ganhar vida própria, sem porem deixar de ser coadjuvante, quando redescobriu o amor e o prazer de amar e ser amada.

Ela parece ter encontrado a plena felicidade com Ricardo, (Herson Capri) um aviador (de uma companhia que a Globo oculta o nome), ex-mulherengo, que vivia tiranizado pela ex-mulher, Branca (Ângela Vieira), e que continua sofrendo a implacável perseguição dela. Nas cenas amorosas, Natália do Vale transmitiu (sem exagero) aquela alegria e a graciosidade cativante da mulher quando está amando.

Nos confrontos verbais com Branca, interpretada com extrema agressividade por Ângela Vieira, Natália, sem sair do papel, teve uma conduta coerente com a personalidade e a educação da sua personagem. Segurou as cenas, sem jamais ser obscurecida por Ângela Vieira, cujo papel a tornava mais notada pelo telespectador.

Natalia do Vale merecia ter sido melhor aproveitada e ter tido mais espaço Em Família.

Virgilio
De uns tempos para cá, talvez depois de “Escrito nas Estrelas”, Humberto Martins tornou-se menos atlético e mais ator. “Em Familia”, a despeito de o papel não ser tão bom como o daquela novela, saiu-se bem. E se, por vezes, pareceu estar apático, a limitação da interpretação deve ser acreditada ao papel.

O fato de “Em Família” ser mais vista pela plateia feminina do que a masculina, não justifica a passividade emocional e total submissão de Virgilio a uma mulher que não o ama e vive criticando-o. Quando esse tipo de submissão ocorre no cinema, o homem, invariavelmente, é velho ou desprovido de atrativos físicos, como se viu no exemplo clássico de “O Anjo Azul”.

Acontece que o Virgilio vivido por Humberto Martins não é velho e muito menos despossuído de atributos físicos. Por isso mesmo é que não se justifica (da parte dele) uma relação matrimonial de vinte anos. Não vamos confundir tolerância com submissão, e, como se não bastasse, tolerância com humilhação.

Não dava mais para suportar a conduta de Virgilio, quando finalmente, Manoel Carlos permitiu que o personagem, cansado de Helena inclusive de viver dentro de casa à sombra de Laerte, saísse de sua passividade bovina.
Entretanto, quando parecia que ia se livrar dos grilhões do casamento, eis que, numa reviravolta inesperada e artificiosa, Virgilio voltou para Helena.

Por pouco, muito pouco, o ator não afundou junto com o personagem. Nos confrontos com Laerte (Gabriel Braga Nunes), sempre esteve melhor, inclusive, no duelo dos olhares, quando, sem diálogos, sem o complemento gestual, a interpretação se desloca para o olhar.

Mas que Virgilio merecia uma mulher menos complicada, menos amorosamente frustrada, ah, isso merecia.

Nando
Em alguns casos, fica difícil até dizer se um personagem chato ficou ainda mais chato por causa do ator. Este é o caso do Nando vivido por Leonardo Medeiros. Se em relação a Virgilio, Manoel Carlos errou, mas Humberto Martins evitou o pior, no tocante ao Nando de Leonardo Medeiros o erro foi mortal. Nenhum dos dois se salvou. São personagens como Nando, Felipe, Alice (Erika Januza), que contribuíram para que Em Família fosse travada pela chatice.

Embora seja um advogado bem sucedido, profissão em que as pessoas são pragmáticas, se como marido Nando era chato, como ex-marido e enamorado, tornou-se caricatural. Numa novela que tem como molduras o cotidiano, é inaceitável que Nando viva atrás de uma mulher agressiva, neurótica, que o despreza, e que humilha, inclusive publicamente.

Esse tipo de louco amor pode existir durante a cegueira da paixão, que, nascida do verão, deixará de existir no outono. Vale lembrar que no inicio da novela, Nando já não suportava as neuroses da esposa, que o expulsou de casa e o acusou de não lhe ter dado filhos.

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