Como recuperar a competitividade do Rio Grande do Norte e expandir as articulações entre a esfera pública e privada? Essas foram as perguntas centrais do Fórum “Caminhos para o Futuro”, realizado em alusão aos 75 anos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio RN) na última quarta-feira, 24de abril. Reunindo especialistas de economia, representantes do segmento econômico, Governo do Estado e Prefeitura do Natal, o evento destacou oportunidades de investimentos no estado e os potenciais dos municípios propulsores da economia.
De acordo com o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, um dos principais propósitos foi estimular os participantes a pensarem sobre novas estratégias a partir de diálogos em torno do empreendedorismo e Parcerias Público Privadas (PPP’S). Trata-se de uma busca pelo fortalecimento já observado na história da Federação, que procura expandir presença em todo o Estado, seja a partir das unidades físicas, ou dos serviços móveis que prestam atendimentos em áreas como cultura, saúde e capacitação profissional.
E os 75 anos chegam com expectativas de crescer ainda mais. Neste ano, especialmente, estão sendo realizados investimentos para modernizações e reformas nas unidades do Sesc Potilândia, Hotel Sesc Enseada, no Senac Alecrim e no Hotel-Escola Senac Barreira Roxa. Aliado a isso, está sendo construída uma sede unificada para concentrar as administrações das três casas do Sistema Fecomércio.
O cenário de investimentos da Federação acontece no momento em que o Estado apresenta a menor alíquota modal do ICMS entre os estados nordestinos, correspondente ao percentual de 18%. Contudo, precisa recuperar sua competitividade. É o que apontam dados apresentados pelo economista e consultor da Fecomércio RN, Guilherme Mercês, palestrante do Fórum. Ele avalia este cenário como uma nova janela de oportunidades para o RN.
Isso porque, embora ocupe 1º lugar no ranking de formalidade e tenha a segunda menor taxa de desemprego do Nordeste, o RN foi o que mais perdeu competitividade no Nordeste pós-pandemia. Enquanto em 2019 estava em 15º lugar, em 2023, desceu para 23º no ranking. Em termos de nota, saiu de 47 para 34,2. Por trás dos números, a queda está associada ao declínio dos pilares de solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital humano e sustentabilidade ambiental.
Face a esse cenário, Guilherme Mercês aponta que uma alternativa decisiva para ampliação da competitividade são as PPP’s e concessões. Alguns setores, em especial, ainda apresentam necessidades de melhorias que podem ser efetivadas pela iniciativa privada, tais como saneamento, rodovias e resíduos sólidos. No caso do primeiro, por exemplo, pesquisas apontam que apenas 29% da água e esgoto do Estado são tratados. Além desses eixos, ele destaca que a descoberta da Margem Equatorial pode ser um forte combustível para a economia potiguar. A fronteira exploratória brasileira se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá em 2.200 km. “É preciso estar atento às oportunidades, uma vez que a cadeia de petróleo e gás pode desenvolver muitos outros setores e ser fundamental na geração de emprego e renda”, diz.
Para embasar o debate em torno das PPP’s, iniciada por Guilherme Mercês, o Fórum contou com a presença da Coordenadora da Secretaria Executiva de PPP’s da Bahia, Maíra Nieto, que participou do Painel RN em Foco. A proposta da palestra, além de apresentar cases de sucesso da Bahia, foi evidenciar os potenciais do Rio Grande do Norte e os caminhos de fortalecimento da união entre estados e empresas.
O diretor Executivo da Fecomércio RN, Laumir Barrêto, diz que as discussões do Fórum são estratégicas para apresentar as perspectivas da entidade. “Temos trabalhado para o fortalecimento da nossa agenda institucional, com foco na defesa dos interesses que representamos. Este foi o momento de compartilhar esse posicionamento com uma plateia qualificada. Agora, seguimos com o desenvolvimento de projetos e iniciativas em buscas de resultados para o RN”, afirmou.
