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Ministério implanta gestão para acompanhar agronegócio

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São Paulo – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) quer se tornar um exemplo de eficiência gerencial no setor público, e se preparar para atender as novas demandas do agronegócio a partir das mudanças pelas quais o setor passará nos próximos 10 anos, considerando, entre outras variáveis, o crescimento populacional, as tendências econômicas, ambientais e tecnológicas no Brasil e no mundo.

Para isso, o ministro Roberto Rodrigues criou a Assessoria de Gestão Estratégica, responsável por captar informações sobre o cenário do agronegócio mundial e brasileiro e definir quais serão os instrumentos públicos mais eficientes para adequar a estrutura gerencial e administrativa do Mapa às necessidades futuras. O Ministério da Agricultura é o primeiro da Esplanada a implantar a gestão estratégica.

“Assim como qualquer empresa privada, o setor público pode ser altamente eficiente a partir de uma estrutura gerencial eficaz e da excelência administrativa”, disse em entrevista coletiva à imprensa Elisio Contini, assessor de Gestão Estratégica do Mapa. A idéia é apoiar a competitividade do agronegócio brasileiro com instrumentos capazes de gerir todo o processo. “Não é um trabalho fácil, pois implica numa mudança cultural profunda no servidor público”, comentou o coordenador-geral de Articulação Institucional, Paulo Fresmeda.

Segundo o coordenador, a intenção é de que os instrumentos de gestão estejam em pleno funcionamento e totalmente introduzidos na estrutura do ministério até o ano 2015, integrados com outros mecanismos de planejamento do governo federal, como o Plano Plurianual. “São instrumentos que poderão ser reformulados e adequados a qualquer momento, de forma a dar agilidade à máquina”.

Para responder à evolução do agronegócio, disse o coordenador, o ministério estabelecerá prioridades estratégicas. Para o ano de 2006, por exemplo, foram destacados dez itens: controle sanitário, biotecnologia, agroenergia, certificação, negociações internacionais, interlocução com a sociedade por meio das câmaras setoriais, política agrícola, desenvolvimento sustentável, cooperativismo e excelência administrativa.

 No longo prazo, o horizonte com o qual a Assessoria de Gestão Estratégica trabalha leva em conta, por exemplo, que entre 2014/15, os três maiores produtores de soja em grão do mundo serão Argentina, Brasil e Estados Unidos, que serão responsáveis por 75% da produção mundial.

A produção global de açúcar atingirá 172,5 milhões de toneladas em 2015. O Brasil será um país-chave na determinação do futuro dos preços mundiais do açúcar, permanecendo líder em produtividade e em exportação (56% do total). As projeções do etanol (álcool anidro e álcool hidratado) projetada para 2015 no Brasil é de 36,8 bilhões de litros, para um consumo interno estimado em 28,4 bilhões e as exportações em 8,5 bilhões de litros.

A Secretaria de Produção e Agroenergia do Mapa projeta para 2010, vendas de 1 milhão de veículos bicombustível (flex fuel) quase o dobro a mais que os automóveis a gasolina.

Aberta inscrição para concurso de professor

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A Pró-Reitoria de Recursos Humanos da UFRN(PRH) está com as inscrições abertas para os concursos públicos de Professor Substituto e Titular da Instituição, nas diversas áreas do conhecimento. Para professor substituto, as inscrições continuam até o dia 06 de fevereiro e para titular, até dia 16 de março.

As inscrições para Professor Substituto serão realizadas no departamento dos cursos onde há disponibilidade de vagas (inclusive no CERES de Caicó), ao custo de R$ 13,00. Os inscritos deverão apresentar o título de graduação ou pós-graduação. As vagas e as exigências para o preenchimento delas podem ser encontradas no seguinte endereço eletrônico:  www.prh.ufrn.br

Para Professor Titular, as inscrições foram iniciadas em 16 de dezembro de 2005 e prosseguirão até o dia 15 de março de 2006, ao custo de R$ 162,00. Elas estão sendo realizadas das 8h30 às 11h e das 14h30 às 17h, na Secretaria do Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos – DDRH. Para este concurso são oferecidas 9 vagas em regime de dedicação exclusiva, distribuídas nas seguintes áreas: Técnica Operatória, Bioecologia Aquática, Geologia Estrutural e Geotectônica, Química Inorgânica, Filosofia, História, Formação e Atuação do Psicólogo, Planejamento Urbano e Ambiental e Engenharia de Materiais. A remuneração e de R$ 6.495,23.

Os editais de ambos podem ser encontrados no site da PRH, http://www.prh.ufrn.br/ , onde há disponível, também, informações sobre outros concursos, como, por exemplo, para técnicos dos hospitais universitários e técnico-administrativos, com inscrições previstas para serem iniciadas em 27 de março.

Balconista ganha alvará de soltura

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CONFISSÃO - Carlos Nunes alega legítima defesa no crimeO juiz da 3a Vara Criminal, Ivanaldo Bezerra Ferreira dos Santos, concedeu habeas-corpus ao balconista Carlos Antonio Nunes, 32 anos, acusado pela Polícia de ter matado a golpes de facão o empresário espanhol Jaime Florensa Roche, 57 anos.

Bezerra acatou a argumentação dos advogados do balconista, Fláviano e Milena Gama, de que o cliente se encontrava preso desde a terça-feira, dia 31 de janeiro, sem que a Polícia tenha lavrado o auto de prisão em flagrante.

Nunes foi solto ontem de manhã da Subsecretaria de Defesa Social, em Candelária, onde se encontrava sob a custódia do delegado Elivaldo Jácome, que cumpriu o alvará de soltura assinado pelo juiz Ivanaldo Bezerra. 

Além da liminar, os advogados de Nunes conseguiram uma ordem para que o balconista fizesse, ontem mesmo, exame de corpo de delito no Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep), na Ribeira, sob a alegação de “sofreu tratamento hostil” durante os quatro dias em que ele esteve preso na Subsecretaria de Defesa Social.

Flaviano Gama explicou que Nunes encontrou o corpo no apartamento em que o espanhol morava, numa pousada em Ponta Negra, chamou a Polícia, que imediatamente o levou para a delegacia e ainda o impediu de ter acessos aos advogados.

Segundo Gama, o balconista ficou “incomunicável” durante esse período, enquanto a Polícia alegava não ter ninguém que pudesse acompanhar o balconista até a presença de advogados.

Gama explicou que o juiz Ivanaldo Bezerra ouviu seu cliente no começo da noite de sexta-feira, num prévio interrogatório diante do representante do Ministério Público, e falou com detalhes sobre o tratamento recebido da Polícia e relatou os fatos da acusação que pesa contra ele. A Polícia vinha trabalhando com a tese de que o balconista assassinou o empresário espanhol para ficar com R$ 400 mil, dinheiro a ser usado na construção de uma pousada em Natal, mas que  fora depositado numa conta bancária a qual só Nunes tinha acesso.

Carpe Diem!

A amizade torna os fardos mais leves porque os divide pelo meio.
A amizade intensifica as alegrias, elevando ao quadrado, na matemática do coração.
A amizade esvazia o sofrimento porque a simples lembrança do amigo acalma.
A amizade ameniza as tarefas difíceis porque a gente não as realiza sozinho: são dois cérebros pensando quatro braços agindo.
A amizade enseja confidências redentoras; problema partilhado, percalço amaciado, felicidade repartida, ventura acrescida.
A amizade coloca música e poesia na banalidade do cotidiano.
A amizade é a doce canção da vida e a poesia da eternidade.
O amigo é a outra metade da gente; o lado claro e melhor.
Sempre que encontramos um amigo, encontramos um pouco mais de nós mesmos.
O amigo revê, desvenda, conforta. É uma porta sempre aberta em qualquer situação.
O amigo, na hora certa, é sol ao meio-dia, estrela na escuridão.
O amigo é bússola e rota no oceano, porto seguro na tribulação.
O amigo é o milagre do calor humano que Deus opera num coração.

Saúde

Amanhã, das 8h às 12h, a Casa Durval Paiva de Apoio a Criança com Câncer promove a Campanha Diagnóstico Precoce do Câncer Infantil, no auditório do Parnamirim Shopping. Na programação, palestras sobre sinais e sintomas de câncer infantil.

Parabéns

• Vivas e abraços de parabéns para o publicitário José Ivan Fernandes, Juiz  Luiz Jarbas Bezerra, Rosângela Moreno, Koca Aprígio e o amigo de longas datas Amaro Jordão.

• Nesta segunda, dia 06, vivas antecipados para os aniversariantes, Virgínia Shelman Maia, Marlise Romano, José Vieira Filho, Fernando Barros.

Crescendo

Natal foi a capital do Nordeste escolhida para implantação do hotel Ibis da cadeia francesa Accor. Com negociação da NL Imóveis, numa parceria do já franqueado da Rede Ibis, Carlos Frederico, da Paraíba e a HM Empreendimentos, de Natal, depois de pesquisa, uma torre de 14 andares, com 140 apartamentos será construída na Salgado Filho. O início das obras esta agendado para o mês de março.

Na frente

Será no próximo dia 17, o lançamento da pedra fundamental do Natal Norte Shopping  que a Ecocil vai construir na zona norte. Convidados de outros Estados serão recebidos pela diretoria da Ecocil e pelo senador Fernando Bezerra. Take a note!

Em João Pessoa

Companheiros do Rotary Distrito 4500 reúnem-se logo mais às 9h, no Hotel Litoral, no I Interclubes de Imagem Pública de Rotary Internacional do D4500. No evento, presença da Coordenadora Mundial do Grupo de Apoio à Imagem Pública de RI, Mary Margaret Fleming.

Madrinha

A produtora cultural e fotografa Candinha Bezerra foi convidada, e aceitou, ser a madrinha dos Artistas, no baile da cidade, próximo dia 17, no Albatroz. Ocasião que o irreverente bloco As Kengas faz grito de folia para o carnaval 2006.

Encontro

Próximo dia 10, no Serhs Natal Grand Hotel, a Abrajet/RN promove a 1ª reunião do ano da entidade. No encontro, que começa com almoço às 13h, serão discutidos assuntos relativos à instituição, seguido de visita técnica as instalações do hotel.

Dez de dez (Rosane Pires Rocha Soares)

•   Fé em Deus

•   O amor de Lauro

•   A vida dos meus filhos: Andressa, Lauro Filho e Rafaella, meu maior presente.

•   Minha família

•   Verdadeiros amigos

•   Saúde

•   Paz

•   Felicidade

•   Solidariedade

•   Realização profissional

Estadual 2006: Diretoria do ABC exige melhoras

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A julgar pelas palavras do presidente do ABC, Judas Tadeu Gurgel, a equipe entrará numa semana decisiva. Insatisfeita com os resultados obtidos nas primeiras rodadas, a diretoria decidiu cobrar resultados do elenco e exige uma melhora de rendimento já na partida de domingo, contra o São Gonçalo. Em caso de novo insucesso, já na segunda-feira pode ser anunciada uma lista de dispensa contendo alguns nomes considerados “graúdo” dentro da Vila Olímpica.

“Estamos acompanhando o desempenho do time e sabemos que não podemos exigir um primor de padrão tático, mas pelo menos empenho o jogador que veste a camisa do ABC tem de mostrar”, afirmou Tadeu, “eu não vou ficar pagando e esperando as coisas acontecerem. Quero resultados e as cobranças vão sempre acontecer.”

Deixando patente um certo ar de decepção, o dirigente abecedista não esconde que está em busca de reforços para qualificar o elenco, salientando que até domingo pode anunciar a contratação de mais um zagueiro e um cabeça de área. “Pretendemos dar mais opção ao treinador Flávio Lopes e estamos mantendo contatos para trazer mais reforços. Embora o mercado seja vasto está sendo difícil arranjar jogadores de qualidade. Temos uma lista com 22 atletas para contactar, mas quando eles não estão parados há algum tempo, não agradam a nossa comissão técnica”, revelou.

 A situação está sendo considerada tão incômoda que foram mantidos contatos com três atletas bem conhecidos no cenário nacional hoje defendo alguns clubes considerados pequenos no Rio de Janeiro: Robert (América), Sorato (Cabofriense) e Sérgio Manoel (Volta Redonda). Todos agradeceram a lembrança e disseram que não desejavam abandonar os seus clubes. Judas Tadeu só confirma contato com Sérgio Manoel, ainda em janeiro.

Com problemas para solucionar, o treinador Flávio Lopes fará duas alterações na equipe. Nego vai aparecer na lateral-direita e Montanha vai entrar na vaga de Lico — puxado para zaga — no meio-campo. A modificação mais significativa também ocorrerá neste setor, já que Teci entrou no lugar de Chiquinho, o primeiro jogador com status de estrela a ser barrado por Flávio Lopes.

Xuxa deve começar jogo no América

O técnico Luiz Carlos Martins foi obrigado a fazer algumas alterações de última hora para o jogo deste domingo contra o Potiguar, em Parnamirim. Sem poder contar com o volante Donizete, que está no departamento médico com uma lesão muscular na coxa, o treinador rubro desistiu do esquema com três volantes e deve colocar a equipe em campo com dois meias. Com isso, Leandro Sena deve receber a companhia de Xuxa, que pode fazer sua estréia oficial.

Fabiano Silva treinou, ontem, no CT,  com uma proteção no nariz e vai para o jogo. De volta de Maceió, onde se apresentou, sem dar explicações a diretoria do América, ao CRB no último fim de semana, o atacante Paulinho Macaíba já está à disposição de Luiz Carlos Martins.

Identidade carnavalesca enfraquecida

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COORDENADORA -  Ivonete Albano fala sobre as dificuldades

Para dar continuidade à série de reportagens sobre o carnaval, nesta edição, a TRIBUNA DO NORTE traz o outro lado da diversão, mostrando as dificuldades enfrentadas pelas agremiações para fazer e levar a festa ao povo.

Os impasses são incalculáveis. A começar pela própria identidade cultural da cidade, que tem passado por um período de provação desde que a indústria cultural impôs a axé music baiana ao mercado. “A característica do carnaval natalense sempre foi o frevo. Mas a cidade aceitou essa ‘franquia baiana’, o que acabou minando em um dos principais motivos de enfraquecimento da identidade carnavalesca”, lamenta o folclorista Gutenberg Costa.

Na pesquisa que fez para escrever o livro ‘História do Carnaval de Natal’ – que tem lançamento previsto para o próximo ano – o folclorista constatou que o primeiro grande golpe ao carnaval local foi o acidente com o ônibus desgovernado em 1984, que matou dezenas de pessoas que desfilavam no bloco Puxa Saco. Gutenberg percebeu que a partir de 1985 o público já não comparecia à festa como antes e a imprensa divulgava que o esvaziamento havia acontecido em função da tragédia.

“A imprensa teve papel fundamental porque as pessoas levam em conta o que é divulgado. A partir de 1985 todos os jornais que eu li anunciavam que o carnaval de rua estava enfraquecido. Isso ajudou a desestimular o público”, diz Gutenberg, lembrando que, aliado a isso, os anúncios publicitários convidavam a população a migrar para as praias ou para outras cidades, como Recife, Olinda e Bahia.

“Faltou ao poder público da época ativar o carnaval de rua como fizeram (e ainda fazem) os governos de Pernambuco e da Bahia. O que aconteceu foi que cruzamos os braços e deixamos acontecer”, explica o folclorista. O carnavalesco Haroldo Maranhão, coordenador da Banda da Ribeira, conta que nos anos 60, Natal já abrigou um dos melhores carnavais do país. Ele concorda com Gutenberg Costa. “Dois motivos que levaram ao esvaziamento do público no carnaval foi a tragédia com o bloco Puxa Saco e a massificação da cultura baiana, que acabou seduzindo a população natalense”, afirma.

Outro fator que, na análise do folclorista, prejudicou a identidade cultural carnavalesca, foi a falta de incentivo das próprias autoridades locais. “Os colunistas sociais, os gestores, os secretários, não prestigiam o carnaval daqui. Nas colunas saem fotos de carnavais de fora. Isso não incentiva a população a ficar, pois, se até os próprios gestores evacuam a cidade, todos só podem concluir que não existe carnaval de rua.”

Para o folclorista, até mesmo compositores locais que se destacam ganham mais visibilidade em outros lugares. A exemplo de Dozinho (Claudionor Batista de Oliveira, cantor e compositor potiguar que ficou conhecido pela composição de frevos), que ficou mais conhecido em Pernambuco do que em sua terra de origem. “Tem gente aqui que nem ao menos sabe de quem se trata.”

De acordo com Haroldo Maranhão, como não houve preocupação em manter a tradição, ela acabou enfraquecida. Mesmo assim, alguns focos de resistência, como as tribos indígenas, as escolas de samba e o carnaval da Redinha, trataram de segurar – embora quase sem o apoio do poder público – o carnaval de rua natalense.

“Hoje estamos passando por um momento de resgate que começou há aproximadamente dez anos por iniciativa dos carnavalescos da cidade”, relata Gutenberg, contando que foi com essa intenção que o Movimento Cultural Antigos Carnavais, foi fundado em 2002. “É uma Organização Não-governamental cujo principal objetivo é trazer de volta o carnaval de rua e preservar, através da arquitetura e de documentos históricos e fotográficos, toda a história do carnaval natalense”, descreve o folclorista, que preside a entidade. Ele ressalta que a OnG já tem em torno de 500 fotos, que retratam o carnaval desde 1909 até os dias atuais.

Falta de investimento é um entrave

Além do golpe que sofreu a identidade cultural e carnavalesca, o folclorista Gutenberg Costa aponta outros problemas, que impedem o resgate do carnaval de rua natalense ainda hoje. E os maiores são, sem dúvida, a falta de investimento financeiro do poder público e a burocracia.

“Para se ter uma idéia, só a banda Antigos Carnavais emitiu 25 ofícios aos órgãos públicos para aprovação do projeto. Como se fosse uma festa minha. Mas é uma festa do povo”, reclama ele, sugerindo a criação de uma lei que facilitasse e estimulasse essas manifestações, e não o contrário. “O que mais me revolta é que se trata de uma festa sem fins lucrativos. Estou desde novembro trabalhando em um evento que dura apenas dois dias e tudo que irei ganhar com isso é a satisfação de ver a alegria das pessoas, quando na verdade, o próprio poder público deveria cuidar disso.”

A falta de recursos para ele é outra grande dificuldade. Gutenberg revela que uma agremiação carnavalesca chega a gastar cerca de R$ 30 mil para sair nas ruas. “Desse montante, poderíamos dizer que a ajuda que a prefeitura dá – material e financeira – fica na ordem de R$ 10 mil. Ainda é insuficiente para quem quer resgatar um carnaval esquecido pela população”, afirma ele, contando que têm despesas absurdas para promover o Antigos Carnavais. “Eu já paguei desde o que a rainha e o rei momo comem, até uma multa da Ordem dos Músicos, por causa de um músico da banda de sopro que estava sem registro profissional.”

Embora os percalços de uma festa como esta sejam infindáveis, o folclorista, acredita que a gestão pública esteja percebendo a necessidade de apoio que o carnaval local necessita. “Essa realidade está mudando. No primeiro ano do Antigos Carnavais nem éramos recebidos pelas autoridades. De uns anos para cá existe mais democracia nas decisões: a prefeitura tem feito reuniões periódicas com as agremiações”, frisa ele, ressalvando que isso só se deve à resistência de alguns carnavalescos, que continuaram mantendo o brilho da festa. Mesmo que para poucos.

Comunidade promove o Carnarocas

Dentro da programação das prévias carnavalescas, acontece no próximo sábado, dia 11 de fevereiro, o Carnarocas, evento promovido pela própria comunidade do bairro das Rocas.

No quarto ano de edição, o evento vai às ruas este ano orçado em R$ 80 mil, e tem o apoio da prefeitura no que concerne a materiais e serviços. “O dinheiro que investimos tiramos da venda dos abadás”, afirma um dos produtores do evento, Antônio Soares, informando que este ano o Carnarocas tem parceria com a Secretaria da Tributação, através da campanha Cidadão Nota 10. “O folião pode trocar 10 notas fiscais por um abadá”, explica.

O evento contará com três blocos: o Canguleiros na Folia, que traz o artista pernambucano Almir Rouche; o Pragandaya, que será protagonizado pela cantora local Lane Cardoso; e o Piabinha, bloco infantil que trará a Banda Badala.

A concentração será na rua Esplanada Silva Jardim, no bairro da Ribeira, próximo ao Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Natal (Seturn). O primeiro bloco, Piabinha, sairá às 17h30, seguido do Canguleiros, às 20h30, e por último, o Pragandaya, às 20h40. O encerramento está previsto para a 1h30 e ficará por conta da banda Fera Samba.

As camisas estão à venda na sede do bloco, que fica à rua São Jorge, número 502, por trás da Igreja Sagrada Família, no próprio bairro.

Ensaio dos “Antigos Carnavais”

O Ensaio Geral do Antigos Carnavais será na próxima quarta-feira, dia 8 de fevereiro, às 18 horas, no bairro da Cidade Alta, à rua Princesa Isabel. O evento terá a participação da banda, que tocará músicas carnavalescas até às 23 horas. Na ocasião, serão apresentados oficialmente o Rei e a Rainha do Antigos Carnavais.

No dia 10 de fevereiro (sexta-feira) será a saída da banda, que tem concentração também na rua Princesa Isabel, por trás da antiga TVU. Haverá a entrega do troféu Memória Antigos Carnavais ao jornalista Roberto Guedes, e das faixas ao padrinho e à madrinha da banda: o produtor cultural Zé Dias e atriz Carminha Medeiros.

Na oportunidade, o compositor Dozinho lançará o novo CD, contendo seus grandes sucessos carnavalescos.

O Movimento Cultural Antigos Carnavais (Mocac) foi fundado no ano de 2002, através da iniciativa voluntária de um grupo de produtores culturais que encontrou no carnaval uma forma de contribuir para a consciência das novas gerações. “É no carnaval de rua que o nosso discurso em preservação da documentação histórica e dos valores culturais da festa local tem prática. Nós queremos ampliar o carnaval e fazê-lo mais criativo e espontâneo, sem precisar pagar por isso, nem usar cordas de isolamento. Sem elitizá-lo”, explica Gutenberg Costa, ressaltando que a prioridade é sempre o frevo e as marchas da tradição carnavalesca.

Banda vai homenagear Dozinho

A Banda Independente da Ribeira está homenageando o cantor e compositor Dozinho nesta edição do carnaval. Além disso, trará uma grande novidade para as ruas: a banda Ribeira de Pau e Corda, cujo repertório se apoiará na execução de frevos instrumentais e marchas cantadas de compositores como Chiquinha Gonzaga, Moraes Moreira, Sivuca, Gaudêncio Torquato e Ciro Pedrosa.

Além disso, a banda, que só saía nas prévias carnavalescas, tocará também no sábado de carnaval. “Conseguimos finalmente atingir um dos objetivos que era chegar até o carnaval”, diz o coordenador Haroldo Maranhão.

A prévia está marcada para o dia 17 de fevereiro e a concentração será no Beco da Lama. O bloco irá até a Rua Chile, onde a Ribeira de Pau e Corda estará esperando os foliões para garantir que a festa continue noite adentro.

Os ensaios estão sendo realizados toda quinta-feira, às 19 horas, no Bar das Bandeiras, na Rua Chile.

Todo ano é escolhido um artista plástico para fazer a arte da camiseta da banda. Este ano, o responsável pelas camisas será Marcelus Bob.

A Banda Independente da Ribeira surgiu em 1999, por iniciativa de um grupo de arquitetos, jornalistas e artistas plásticos. “Ela é filha do Projeto Fachadas da Rua Chile, que foi inaugurado em 1996 e fazia parte de um plano maior que era o de reabilitação urbana da Ribeira”, explica o coordenador da banda, Haroldo Maranhão, referindo-se ao projeto que pretendia revitalizar o bairro, que passava por abandono.

“Foi nessa época (na gestão do ex-prefeito Aldo Tinoco), que a Ribeira se transformou em um novo pólo turístico e cultural da cidade. São também filhos desse projeto, a Casa da Ribeira, o Festival Música Alimento da Alma (Mada, que acontecia da Rua Chile), e o antigo bar Blecaute”.

O surgimento da banda, que traz em seu título o nome ‘Grêmio Recreativo Lítero Etílico Cultural e Esportivo Banda Independente da Ribeira’, veio para respeitar a memória poética e sentimental da cidade, resgatando a tradição e a liberdade do carnaval de rua. “O objetivo era usar o carnaval como veículo de educação patrimonial”, disse Haroldo Maranhão.

Arquitetos criam a Banda da Ribeira

“Este ano teremos Carnaval em Natal.” É com essa declaração que a coordenadora-geral do Carnaval 2006, Ivonete Albano, garante que as pessoas não precisam sair da cidade para se divertir. “Teremos muitos blocos de frevo e os desfiles de escolas de samba e tribos de índios estão muito mais coloridos e ornamentados que nas outras edições”, diz ela, ressaltando que a prefeitura, através da Fundação Capitania das Artes (Funcart) não está poupando esforços para resgatar os valores dos carnavais de outrora.

Conforme ressalta, a novidade este ano é que a festa está sendo ampliada para o Centro Histórico de Natal – Beco da Lama, Cidade Alta e Ribeira.

Ivonete informa que a abertura oficial do carnaval será no dia 23 de fevereiro com o Baile de Máscaras, ocasião na qual o prefeito entrega a chave da cidade ao Rei Momo e à Rainha do Carnaval 2006. O evento será realizado em frente à Confeitaria Ateneu (a programação oficial de todo o carnaval ainda não foi divulgada).

Este ano a festa também contará com cinco palcos para shows: um em Ponta Negra, outro no Centro Histórico (na rua Ulisses Caldas com a Vigário Bartolomeu), outro na Rua Chile, e dois da Redinha (um na Praça do Cruzeiro e outro na ‘Curva do Buiú’). O desfile das escolas de samba e das tribos de índios acontecem na avenida Duque de Caxias, todos os dias de carnaval, a partir das 20 horas (ver quadro).

Para a coordenadora, o carnaval de Natal só tende a crescer agora que a prefeitura está percebendo que deve ter uma participação conjunta com a população. “Tem havido a tentativa de se criar um maior incentivo nesse sentido de fortalecer a identidade cultural do estado, embora ainda não seja a condição ideal”, afirma Ivonete, ressalvando que a demanda para o carnaval é muito grande e que esse é o motivo de ainda não estar se investindo a contendo das necessidades específicas de cada agremiação.

“Mas há um esforço cada vez maior da prefeitura. Inclusive, o regulamento dos desfiles foi totalmente reformulado através de discussões que os gestores públicos travaram com todos os diretores e produtores de bandas, blocos, escolas e tribos de Natal”, esclarece.

A viúva pródiga

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Villas-Bôas Corrêa – Repórter político do JB

Qualquer que seja o resultado da eleição presidencial, com a vitória ou a derrota de Lula e até com o inesperado de um azarão disparado por fora na reta final, a reeleição será enterrada, em vala comum, amaldiçoada como praga que destruiu dois governos: o do segundo mandato do sociólogo Fernando Henrique Cardoso e metade do primeiro do torneiro mecânico.

No caso sabido de FHC, os meses iniciais do seu governo deslizaram como o barquinho bossa nova em plácido mar azul. A mosca da mesma cor picou a vaidade e assanhou a ambição da turma palaciana e o governo desandou. As reformas dos compromissos de campanha que estavam sendo aprovadas pelo Congresso em articulações decentes, foram paralisadas pela onda suja de suspeições das compras de votos amazônicos para garantir o bis da precipitação.

Senadores e deputados aprenderam a lição oficial e, daí por diante, cada voto foi negociado na barraca da barganha. E se o restante do primeiro mandato perdeu o embalo e patinhou em embaraços, o segundo começou empestado pelas denúncias das trampas notórias, embora nunca provadas por documentos, como recibos de pagamentos registrados em cartório. As suspeitas e indícios de fantásticas tramóias na coceira das privatizações que desfalcaram o patrimônio nacional fizeram o resto.

Lula, pelo visto, não aprendeu os ensinamentos teóricos das leituras históricas da sua confessada paixão recente nem prestou atenção aos alertas da prática: o seu hipotético segundo mandato (que, de favas contadas, baixou às funduras de inviável e ganha fôlego com as últimas pesquisas) está sendo perdido de véspera, como peru de Natal.

Como o festejado comunicador bom de improviso gosta da ênfase, não custa fazer a sua vontade: nunca, na história deste país, um presidente-candidato mobilizou o governo, com tal desembaraço que passa pelo descaramento, como o que estamos assistindo na campanha ostensiva da reeleição.

Salta todos os limites do decoro e da compostura. Lula consegue desmentir o que está à vista com a facilidade com que esqueceu, durante três anos, as promessas de quatro campanhas.

A fase amarga da angústia com as denúncias do mensalão e do caixa 2, o maior escândalo de todos os tempos, expôs o governo na fragilidade dos seus erros, da omissão, da ineficiência, do aleijão do obeso ministério de 31 ministros e secretários atolado na inércia da desmoralização. As suspeitas bateram às portas do Palácio do Planalto, ao gabinete do presidente. O todo poderoso José Dirceu, chefe da Casa Civil e virtual presidente em exercício caiu na engrenagem das acusações e foi desossado. Sem mandato, vaga como sombra à procura de nada.

A linha de risco não foi ultrapassada. A CPI dos Bingos, de maioria oposicionista, promete prolongar os trabalhos até o fim da corda. Na CPI dos Correios, o relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) antecipou que incluirá o presidente Lula no seu relatório como negligente em relação ao escândalo que alega não ter visto nem sabido no seu trânsito palaciano.

Muitos aborrecimentos não foram removidos. O alento com a derrubada pela Câmara da barreira da verticalização, que escancara a porteira para as alianças estaduais e municipais entre partidos, liberados para lançar candidatos próprios a presidente, ajuda mas, não basta para limpar a barra.

No clima de vale-tudo para pavimentar a rota da reeleição nos quatro meses de pressa, antes da vigência das restrições legais que engessam o governo, Lula joga pesado. No ritmo frenético do desespero tenta fazer o que não fez em três anos. A agenda de viagens domésticas e internacionais garante palanque, microfone e assistência para as inaugurações simbólicas, como de trechos de estradas com buracos tapados no corre-corre da improvisação.

E a choradeira da herança maldita das dívidas impondo o sacrifício de severa economia virou pelo avesso da orgia da gastança. O ministro Antonio Palocci, da Fazenda, arriou a trouxa e abriu o cofre da viúva à farta distribuição de donativos eleitorais. Aumentos, reajustes de salários, de vencimentos, de aposentarias e pensões, sejam dos favoritos de sempre do Judiciário, do Legislativo e do Executivo chovem em todas as hortas, em generosidade nunca vista. Até os servidores públicos, tangidos à miséria em 11 anos de desumano e discriminatório esquecimento, vão receber o engambelo de um cala a boca de cerca de 10% das perdas com a inflação.

Na escalada do descaramento, o governo anuncia a realização de uma penca de concursos para mais de dez mil vagas no serviço público. E é para já, para as nomeações antes da quarentena da proibição constitucional.

Ou Lula recebeu um aviso do além de que sua reeleição está garantida pelos astros ou a leviandade arma o laço de um deplorável açodamento. Não é ético atropelar o eventual sucessor com fatos consumados. Certamente há várias áreas do serviço público com urgente necessidade de pessoal, como a Saúde, a Previdência Social e outras, de mazelas expostas nas filas da falência do governo. O mais, pode e deve esperar.

Lula inventa moda para tampar o rombo na promessa dos 10 milhões de empregos em quatro anos.

Murilo Melo – cem anos depois

Murilo Melo Filho – Das Academias Norte-Riograndense e Brasileira de Letras

Se vivo fosse, Murilo Melo, meu pai muito querido, teria comemorado, no último 22 de janeiro, o I Centenário do seu nascimento, completando 100 de idade, porque nascido em igual data do ano de 1906.

A primeira visão que tenho da vida foi a de vê-lo carregando-me nos braços a fim de encontrar um médico, que logo diagnosticou: “seu filho está simplesmente envenenado”.

Um sagüi mordera-me no dedo e eu amanhecera no dia seguinte com o corpo todo malhado por manchas roxas e uma hemorragia no canto da boca, pelo qual jorrou sangue, sem parar, durante 30 dias e 30 noites.

Salvou-me um médico, o Dr. Farkhatt, que, naquela época, ainda sem antibióticos, produziu uma vacina “ensinada por Deus”. Muitos anos depois, no Rio, reencontrei-me com ele, já velhinho, babando: acompanhava-me na televisão, abraçou-me emocionado e chorou copiosamente no meu ombro.

Uma semana depois, morreu. Dir-se-ia até que não queria morrer sem nos despedirmos e estava protelando o resto dos seus dias para passar a uma nova existência, mas deixando aqui outra vida, que ele, anos antes, havia salvado.

As visões da infância, em seguida, foram as da revolução comunista aqui em Natal, no ano de 1935, quando o Major Luis Júlio e o Tenente José Bezerra, que estavam com o Governador Rafael Fernandes no Teatro Carlos Gomes, foram bater em nossa casa, ali bem perto, na então Rua das Virgens e meu pai os escondeu numa casa próxima, desocupada. E eu, durante os quatro dias do domínio comunista na cidade, exerci uma função, depois chamada de “contra-revolucionária”, levando-lhes a comida numa marmita.

Como castigo e represália por esse asilo, um vizinho da frente denunciou-nos ao comando da revolução: o carro de meu pai, um Ford-28, de bigode, foi levado pelos revolucionários e só reapareceria quatro dias depois, quando a revolução já terminara.

Meu pai foi um pioneiro no bairro do Tirol, quando, em 1938, construiu uma casa na Rua Apodi, 558. Foi uma construção no peito e na raça, durante quatro meses, sem um engenheiro ou arquiteto, mas apenas com um mestre-de-obras e quatro operários. Ainda hoje, quase setenta anos depois, ela ali se encontra, de pé, sólida.

O Tirol era, naquele tempo, um imenso areal, com muito mato e muita cobra. Fomos seus primeiros habitantes, desbravadores, ao longo de todo aquele quarteirão, tendo à direita à Igreja de Santa Terezinha e à esquerda o Seminário de São Pedro.

Meu pai começou como telegrafista do Telégrafo Nacional, no mesmo ano e no mesmo emprego de Juscelino, dominando como ele o controle dos sistemas e mistérios da telegrafia do Morse e do Baudot, sendo depois radio-telegrafista da Condor Lufthansa e da FAB, como pioneiro na Base de Parnamirim.

Ali, a primeira coisa que se construiu foi a Estação-Rádio, de onde monitorava os vôos solitários do Brigadeiro Eduardo Gomes, comandante da 2ª Zona Aérea, sediada no Recife.

Estabeleceu-se então entre meu pai, na terra, e o Brigadeiro, no ar, uma enorme e confiante amizade. Nunca tiveram chance de um conhecimento pessoal e direto, mas, mesmo à distância, a admiração do telegrafista aqui em baixo pelo piloto lá em cima era tamanha que, mesmo sem ser político ou correligionário da UDN, – e sem a ninguém comunicar a razão daquele gesto – deu o nome de Eduardo ao seu último filho, nosso irmão mais moço.

Ele trabalhava muito em dois empregos, correndo de um para o outro e dormindo mal, de dia e de noite, sempre com aquele fone nos ouvidos. Precisava somar dois salários, para acudir às despesas de uma família com mulher e sete filhos, necessitados de tudo.

Nós o víamos tão pouco que nas nossas briguinhas de irmãos – Herilo, Hênio, Elma, Ilma, Ana Emília e Eduardo – nos ameaçávamos uns aos outros:

– Quando chegar domingo, nós vamos nos queixar ao papai.

Este é o retrato que, cem anos depois, ainda estou em condições de pintar: o retrato de Murilo elo, um homem de bem, honesto, probo e trabalhador, hoje homenageado numa rua de Natal.

Dele herdamos não apenas o nome, mas também um legado, uma lição e um exemplo de muita dignidade, correção e luta, que tanto buscamos honrar e à cuja memória somos extremamente gratos.

La Plaza de  Toros

Tomislav R. Femenick – www.tomislav.com.br

Ainda muito jovem e convalescendo de uma gripe, para passar o tempo ele pegou um livro na biblioteca de seu pai. Era “Tempo de viver”, uma coletânea de reportagens escrita por Ernest Hemingway. Como não era dado à leitura, ia passando por cima das matérias, lendo trechos de uma ou de outra, até que se deparou com uma intitulada “Tourada: uma tragédia”. Leu tudo, de cabo a rabo, e se empolgou. Em imaginação, transportou-se para a Plaza de Toro, de Madri. Viu a arena cheia de aficionados, as cores vivas das bandeiras, das roupas e da capa do matador, bem como as suas evoluções e piruetas; viu, também, a beleza das moças que estavam nos camarotes. Ouviu os toques dos clarins e os olés urrados pela multidão. Sentiu o cheiro do sangue que jorrava dos touros, quando esses eram picados ou quando eram mortos com uma espada enterrada nas costas. Então entendeu que a tourada era mais que um esporte – era  uma arte e uma tradição do povo espanhol. Resolveu que um dia assistiria uma tourada em Madri e ira ter em seus braços uma daquelas beldades madrilenas.

Desde que assumiu o seu primeiro emprego, poupava uma parte do seu salário para um dia ir a Espanha. Uma vez, quando o dinheiro estava quase completo, ficou desempregado por seis meses e gastou quase toda a sua reserva. Mas, tão logo consegui um novo emprego, voltou a economizar. Agora, já adulto, tinha dinheiro para realizar o seu sonho, aliás mais o que o necessário. Mesmo assim, comprou a passagem de avião a prestação. Conseguiu o visto e, quando menos esperava, estava hospedado no Hotel Florida Norte, localizado no Paseo de la Florida. Até que enfim estava em Madri, onde ia passar um mês inteirinho. Com muita antecedência, tinha feito a compra do ingresso para as touradas do dia seguinte, um domingo. Estava quase que em estase quando adentrou na Plaza de Toros de Las Ventas, a mais famosa das arenas da Espanha, onde, durante a temporada de espetáculos, todos os domingos são realizadas as Corridas de Toros. Tinha lido prospectos, artigos na Internet e tudo o mais e sabia que cada corrida correspondia a seis touradas. Portanto, ia assistir a seis espetáculos; ia ver seis atuações, de seis matadores.

Rufaram os tambores, tocaram os clarins e teve início o desfile dos toureiros, picadores cavaleiros e ajudantes. Depois, enfurecido, correndo e se mostrando altaneiro, entrou o primeiro touro na arena. Foi o princípio de um balé macabro, porém fascinante. O contraste do negro, brilhante de suor, do touro, com o vermelho, brilhante de apliques e lantejoulas das vestes do toureiro; da força bruta do animal, com a leveza e graça dos passos do artista; do silencio profundo que às vezes se fazia ouvir, partindo do coração da assistência, com os grito de olé, outras vezes saindo da garganta da arquibancada. Preparando o grande final, é a vez das evoluções dos cavaleiros e das acrobacias dos picadores. Agora o fim. O matador mata o primeiro touro do dia. Novamente o som dos clarins e os tambores se espalham pelo estádio, enquanto a carcaça do miúra e arrastada para fora da arena. O espetáculo se repete seguidamente. Somente são alterados os personagens. Um touro novo, um novo toureiro. Uns mais ou menos bravos, outros mais ou menos práticos, apresentando melhor ou pior performance.

Durante o espetáculo ele notou, perto dele, uma morena, com traços ciganos – talvez nem tanto, talvez pelo ambiente. Estava acompanhada de outras moças, mais ele deu um jeito de se aproximar e, num sofrível portunhol, encetou uma conversa mole qualquer e terminou convidando-a para jantar. Convite que foi aceito sem mais delongas, mediante o acordo de uma certa quantia em dinheiro, o que lhe daria direito a outros favores. Foram a uma casa noturna onde os artistas tocavam, cantavam e dançavam flamengo. Depois foram a uma outra, onde beberam, jantaram e dançaram. Disse que seu nome era Carmem, Maria Del Carmem Izabel Verônica y Solier. Era de Valencia, viera para Madri estudar mais nada dera certo e ela precisava viver e viver em Madri custa caro, por isso…

Foram para o apartamento dela. Fizeram amor, para ele um amor enlouquecido pelo álcool, pelo fato de estar em Madri, pela lembrança das cenas das touradas, que formava um calidoscópio ora nítido, ora embaçado. No outro dia, ao acordar, encontro um café simples e um pedido para que ele fosse embora logo, pois um cliente, com hora marcada, estava para chegar.

No hotel tomou um longo banho, deixando que a água quente do chuveiro escorresse pelo seu corpo. Estava com uma bruta ressaca. Deitou-se e dormiu o resto do dia e emendou com a noite. Na manhã seguinte, ao ligar a televisão do quarto, só para passar o tempo, se deparou com imagens de Maria Del Carmem Izabel Verônica y Solier, ou melhor, de Dolores Escobar, uma perigosa terrorista do ETA, sendo presa pela polícia. Antecipou sua volta ao Brasil para aquele mesmo dia.

Essa agonia de comunicar

Clotildes Tavares –  Escritora

Estou com preguiça, meu caro leitor. Nesta hora em que me sento aqui, enfrentando o enorme desafio de um arquivo novo aberto na minha frente na tela do computador, este retângulo branco e intimidador, sempre à espera de que eu lance nele palavras de reflexão, ou informativas, ou engraçadas, ou poéticas, me dá uma preguiça danada de escrever. Fico meio morta de inveja do grande Gabriel García Márquez, este escritor portentoso, prêmio Nobel de Literatura, autor de um dos maiores romances já escritos que é o “Cem Anos de Solidão”. Pois o grande Gabo, nesta semana, simplesmente comunicou ao mundo que não tem planos de escrever nada, “pelo menos por enquanto”. Diz ele que pode até escrever algo, que é fácil, que não tem dificuldade: mas não quer. Diz que não está preparando nada, não tem nenhum plano de livro… O que ele vai fazer no lugar das seis horas diárias que dedicava ao ato de escrever ele não diz; mas assegura que não vai se dedicar a “nenhuma atividade inútil”.

Já eu não, caro leitor. Anseio pela inutilidade. Anseio pelo tempo mal empregado. Anseio por jogar minha vida fora, por não me importar com nada, por me libertar da responsabilidade e da mania de me comunicar de falar, de escrever, de telefonar, de opinar, de me colocar, de protestar, de estar o tempo todo tomando conta do mundo, como se ele não pudesse andar sozinho.

Anseio por me deitar na rede branca e deixar o mundo e as pessoas entregues à sua própria sorte. Anseio por assistir divertida ao Jornal Nacional sem dar a mínima para o presidente e seus ministros e para os políticos, corruptos ou não. Anseio por ignorar o que dizem as celebridades instantâneas fabricadas pela TV e que de repente passam a ditar moda e formas de comportamento. Anseio pela liberdade de não ler nenhum dos livros que tenho, comprados ou enviados por amigos, e que ainda não tive tempo sequer de abrir. Anseio por mandar às favas a história da minha família que comecei a escrever, e por parar de escanear as caixas e mais caixas de fotografias antigas que se empilham ao lado do computador.

Anseio pela rede e seu balanço preguiçoso, e pelos filmes da sessão da tarde que esquecemos assim que eles acabam. Anseio pela perambulação quase sonâmbula pelos corredores do shopping, olhando vitrines, sem comprar nada, inutilmente, somente olhando. Anseio, finalmente, por pedir um cafezinho e ficar olhando ele esfriar, só de mal, só de preguiça, sem coragem sequer para tomá-lo.

Mas quem disse que eu faço isso? Quem disse que eu agüento? O matador mata o primeiro touro do dia. Novamente o som dos clarins e os tambores se espalham pelo estádio, enquanto a carcaça do miúra e arrastada para fora da arena, fazendo versos, rascunhando peças de teatro, letras de músicas, compondo e-mails, defendendo idéias, levantando questões. Essa agonia comunicativa com a qual nasci, e que os astrólogos dizem se dever a uma conjunção entre Júpiter, Mercúrio e o Sol, todos em Sagitário na minha Casa XI, é o principal motor da minha vida. E mesmo que uma parte minha morra de preguiça e anseie pelo sossego, o ócio e a inutilidade, o instinto e a natureza são mais fortes e, enquanto vida eu tiver, aqui estarei, teclando furiosamente e metendo o bedelho onde sou e onde não sou chamada. Esta é a minha vida, esta é a minha história e nada que eu possa fazer vai mudar isso. Então, não me queiram mal, e tenham paciência comigo.

 

Abbas começa a formar o novo governo

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, iniciará, neste fim de semana, as consultas destinadas à formação de um novo Governo. Trata-se das primeiras consultas após as eleições legislativas de 25 de janeiro, nas quais venceram os candidatos do movimento islâmico Hamas, que obtiveram 74 das 132 cadeiras do Parlamento, e garantiram o direito de formá-lo.

Abbas se encontrará com o máximo dirigente do Hamas em Gaza, Mahmud A-Zahar, com o número um de sua lista eleitoral, Ismail Haniyeh, e com representantes do derrotado movimento governista Fatah.

Importantes dirigentes do Fatah, presidido por Abbas, são contra a formar uma coalizão de Governo com os fundamentalistas do Hamas, que assim têm proposto reiteradamente desde sua vitória eleitoral.

Abbas, segundo fontes de seu entorno, está interessado em uma coalizão de personalidades do Fatah com o Hamas, que nunca tinha participado de eleições legislativas antes, e não tem experiência em tarefas de Governo.

Devido a suas posições radicais, como a de se negar a reconhecer o Estado de Israel – com o qual Abbas quer negociar para criar um Estado palestino independente na Cisjordânia, Gaza e Jerusalém -, os fundamentalistas do Hamas geram receio em países do Ocidente.

Também Israel, que exige o desarmamento da milícia do Hamas e o reconhecimento, anunciou que se negará a negociar a paz se o movimento islâmico não cumprir essas condições e renunciar totalmente à violência.

Em meios políticos palestinos, prevê-se que as consultas serão longas. O novo Governo da ANP, que esteve a cargo de Ahmed Qorei (Abu Alá) até as eleições, terá que pedir um voto de confiança à Câmara Legislativa até o final de março próximo.

Se não houvesse um acordo para sua constituição entre Abbas e o Parlamento, os palestinos podem voltar a ser convocados às urnas, disse na quinta-feira o diretor do gabinete do presidente da ANP, Rafik al-Hussein.

Contratações cresceram 51% no primeiro mês do ano

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Rio – Apesar da Sondagem da Fundação Getúlio Vargas, divulgada no último dia 31, ter apontado o nível mais fraco da demanda da indústria em sete anos e das expectativas para empregos e exportações estarem fracas, o mercado contratou mais em janeiro. Pesquisa da Manager Assessoria em Recursos Humanos revela que houve um aumento de 51,26% nas vagas oferecidas no período, em comparação aos números de dezembro de 2005.

A indústria ocupou 567 das 2.449 vagas contabilizadas pela Manager, o que equivale a 23,15% das contratações, 46,51% mais que no mês anterior. Já a área de Compras/Logística e Suprimentos apresentou um crescimento de 121,53% e Recursos Humanos também se destacou, com um aumento de 112,50% no número de vagas disponibilizadas em janeiro.

Se os resultados divulgados pela imprensa apontam desaquecimento na atividade industrial, o setor de Tecnologia da Informação mostra o contrário. A área contratou 85,85% mais em janeiro. Outros segmentos que apresentaram aumentos significativos foram o Financeiro, com 77%, e o Administrativo, com 62,17%. Os setores Comercial e Jurídico cresceram 9,88% e 5,26%, respectivamente.

O estudo da Manager revelou que os profissionais de Engenharia são os mais requisitados pelo mercado. Eles ocuparam 27,89% das vagas disponibilizadas em janeiro. Os formados em Administração ocuparam 23,50% das posições disponíveis e os de Tecnologia da Informação ocuparam 16,18%.

Aplicações financeiras

Mesmo com a queda das bolsas de valores os analistas do mercado financeiro continuam apostando na valorização das ações ao longo desse ano. Quem está se interessando por esse tipo de aplicação deve procurar o Banco onde tem conta e pedir orientação ao gerente. A aplicação através de um Fundo de Ações exige paciência e otimismo. O investidor deve ter consciência que investimento em ações, dólar e ouro é de risco, ou seja, pode ganhar ou pode perder tudo que investiu.

Poupança

A caderneta de poupança continua sendo uma boa aplicação financeira, apesar da queda nos índices de correção nos últimos dias deste mês. A poupança será remunerada em 0,62%, contra uma média acima de 0,70% em janeiro.

Habitação(I)

Com a polêmica criada em torno da desoneração de impostos federais em determinados produtos de materiais de construção, a Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), defende a importância de isentar principalmente as pessoas físicas, na sua maioria de baixa renda.

Habitação(II)

A Abramat destaca que desonerar apenas a construção industrializada é desonerar os de maior poder aquisitivo, justamente o contrário do que se pretende. Ao contrário do alegado por alguns setores, a desoneração ajuda a combater a informalidade, pois diminui a competitividade dos sonegadores, diminuindo sua força e participação.

Emprego cresce

Pesquisa da Manager Assessoria em Recursos Humanos revela que houve um aumento de 51,26% nas vagas oferecidas no período, em comparação aos números de dezembro de 2005. A indústria ocupou 567 das 2.449 vagas contabilizadas pela Manager, o que equivale a 23,15% das contratações, 46,51% mais que no mês anterior. Já a área de Compras/Logística e Suprimentos apresentou um crescimento de 121,53% e Recursos Humanos também se destacou, com um aumento de 112,50% no número de vagas disponibilizadas em janeiro.

Fábrica

Está abandonada a antiga usina de beneficiamento de Leite Betânia, no Distrito Industrial. Adquirida pela pernambucana Cilpe, a fábrica nunca chegou a funcionar depois disso. Agora uma faixa anuncia que está disponível para aluguel.

Aprovação na economia

A súbita elevação dos índices de aprovação do governo Lula da Silva tem muito mais justificativa nos bons índices econômicos do que no desempenho político. O grande desafio do governo agora é manter a conjuntura política em  fogo brando como está hoje enquanto a economia vai crescendo dentro do contexto mundial que também é positivo.

Guerra de tarifas

A BRA reclama da Tam e da Gol na guerra de tarifas. As duas grandes empresas estariam praticando dumping para prejudicar a BRA em vários trechos. Agora que a baixa estação vai começar essa guerra tem tudo para esquentar.

Publicações

O Banco do Nordeste lança no próximo dia 7 de fevereiro, em Fortaleza, cinco novas publicações editadas por seu Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE). Dentre as publicações a serem lançadas está a nova edição da Revista Econômica do Nordeste (REN), que traz, entre outros estudos, dois trabalhos vencedores do Prêmio BNB de Economia Regional – primeiro e segundo lugar na categoria profissional, no ano de 2005.

Imposto

Na próxima sexta-feira a Prefeitura de Natal estará engordando os cofres com o recolhimento da segunda parcela do IPTU de duas zonas da cidade e da primeira parcela ou da quota única de mais bairros de duas zonas.

Carnaval

Com seis hotéis no interior, praia e serras, a Rede Sabino Palace está lançando os pacotes para o carnaval. Dependendo da localização do hotel o casal pagará em torno de R$ 550, a R$ 800, pelos quatros dias de hospedagem.

1 – Foco no relacionamento e promoções de valor ao cliente resultam em crescimento recorde da Tim Nordeste. A operadora investiu R$ 327 milhões no ano passado, além de aumentar o número de funcionários. A operadora registrou crescimento de 37,2% na base, atingindo 3,65 milhões de clientes.

2 – Já mudou o visual da BR 101 próximo à entrada de Rio do Fogo com os mais de 20 aerogeradores instalados no Parque Eólico da Enerbrasil. A instalação dos 42 cataventos da primeira etapa do projeto está prevista para o mês de junho, se as chuvas não atrapalhar.

3 – Os empresários potiguares que participaram da Fruit Logística 2006 em Berlin seguem para a Holanda. Na próxima terça-feira visitam o porto de Rotterdã, um dos maiores do mundo, para onde são embarcadas a maior parte das frutas do Rio Grande dp Norte.