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Estórias do fusca (253)

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Especulando – Aurino Araújo

O jornalista Paulo Macedo tem duplo decanato na história do jornalismo potiguar. Não aquele decanato alusivo à terceira parte, ou os dez graus de um signo do zodíaco e sim ao que se refere a um decano, um deão, significando o membro mais velho ou mais antigo de uma classe ou corporação, como bem nos ensinam os dicionários. Ele é o mais antigo cronista social natalense vivo, bem como o pioneiro na atividade de publicista automobilístico.

Naquela primeira atividade, destacou-se pelas crônicas que publicava no Diário de Natal, retratando os acontecimentos do “high society” na terra de Poti.

Na segunda, compunha o trio de jornalistas locais – formado por ele, Fernando Siqueira e Rosemilton Silva – que nos municiava com informações atualizadas sobre o universo do automóvel. Nesse mister, ele passou a integrar uma elite de jornalistas brasileiros que tem grande importância para a industria do setor, tanto pela divulgação de produtos sob a forma de reportagens, como pela contribuição efetiva, uma vez que a cada novo lançamento de modelos e/ou modificações nos já existentes, seja no chamado “face-lift” ou na mecânica, as Montadoras lhes disponibilizam veículos para testes, daí surgindo muitas vezes informações que redundam até mesmo em mudanças no modelo testado. E foi assim – por exemplo e de acordo com o que ele mesmo me confidenciou em recente almoço do CDL – que Paulo teve participação decisiva em duas importantes modificações técnicas nos Fusquinhas brasileiros. Como ele foi dos primeiros jornalistas chamados a testar o carro alemão, logo que este começou a ser montado no Brasil, em 1959 já com a maioria dos componentes nacionais, o lendário Schultz-Wenk, primeiro presidente da VW no Brasil, o homem que tinha tal confiança no país, ao ponto de convencer o chefão Heinz Nordhof a montar a fábrica na via Anchieta, lhe perguntou o que tinha achado do Fusca. E Paulo  lhe disse que o carro precisaria de um motor maior que o de 1200cc, como, também, modificar o sistema elétrico de 6v. Demorou um pouco, mas em 1967, surgiu o Fusquinha com motor de 1300cc e sistema elétrico de 12v.

PRECISA SER MAIS POTENTE E AUMENTAR A VOLTAGEM.

Paulo, muito experiente, ao ter o Fusca testado deixou lá o seu recado:

PRECISA SER MAIS POTENTE!

Da Volks, o presidente, depois daquela mensagem disse: a linha de montagem vai trabalhar em busca de mais potência no Fusca E AUMENTAR A VOLTAGEM.

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