sexta-feira, 17 de maio, 2024
24.1 C
Natal
sexta-feira, 17 de maio, 2024

Brasil cortou mais de 115 mil postos de trabalho em maio

- Publicidade -

Brasília (AE) – O mercado formal de empregos em maio registrou o pior índice dos últimos 23 anos no Brasil. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem, o mês fechou com resultado negativo de 115.599 vagas. Essa é a primeira vez que o mês apresenta resultado negativo, segundo a série histórica do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), iniciada em 1992.
País registrou diminuição dos empregos em maio
O fechamento de vagas é hoje uma das maiores preocupações do governo, pois é resultado, entre outros fatores, da política de elevação da taxa de juros pelo Banco Central (BC) e do ajuste fiscal em curso. Essas medidas têm aumentando os custos das empresas.

Em 2014, maio criou 58.836 vagas, considerando apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE. No acumulado do ano, o governo já fechou 243.948, na série com ajuste. Esse é o pior número registrado nos primeiros cinco meses pelo menos desde 2002. O resultado de maio deste ano está dentro das projeções e muito próximo ao pior resultado esperado pelo mercado financeiro, que variava as intenções entre -20 e -124.448 empregos. “Nós vivemos agora (uma situação) difícil no Brasil”, afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias, ao divulgar os números.

A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE. Após esse período, há um ajuste da série histórica, quando os empregadores enviam as informações atualizadas ao governo.

Indústria
A maioria dos setores demitiu. O pior resultado foi da indústria de transformação com o fechamento de 60.989, o que reflete o difícil cenário da economia. De forma otimista, Dias afirmou que, com as reformas fiscais que o governo está promovendo, será possível recuperar a economia. “No decorrer deste ano, a gente vai recuperar o investimento e, por consequência, a criação de novos postos de trabalho.”

Outro destaque negativo foi o corte de vagas no setor de serviços, com um fechamento de 32.602. Em terceiro lugar no saldo negativo, apareceu a construção civil, com -29.795 postos de trabalho. O comércio veio em seguida e também demitiu mais do que contratou. O setor fechou 19.351 vagas.

A agricultura foi o único setor que teve resultado positivo. Foram abertas 28.362. No mês passado, o setor agrícola também foi o único a contratar mais do que demitir, porém de forma menos expressiva que em maio.

#SAIBAMAIS#O ministro do Trabalho está confiante na recuperação e disse que, após encontro com a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores, o setor está confiante em recuperar a produção a partir de setembro, o que abriria vagas ou, pelo menos, não fecharia.

Com um discurso otimista, Dias evitou falar que os números divulgados pelo ministério foram ruins e ressaltou que o MTE investirá R$ 150 bilhões do Fundo de Garantia, o que resultará na criação de 3 milhões de postos de trabalho na construção civil, terceiro setor que mais demitiu no último mês. Sobre a indústria, que fechou ainda mais postos de trabalho, o ministro sugeriu que o setor busque novas políticas para inovação e modernização, o que segundo ele, permitiria maior competitividade para o setor.

O saldo de empregos em maio também foi negativo no Rio Grande do Norte. Segundo os dados do Caged, foram eliminados 1.405 empregos com carteira assinada no período, o que representou uma retração de -0,31% em relação ao estoque de assalariados do mês anterior.

A queda foi resultado da diminuição do emprego principalmente na Construção Civil (-707 postos), na Indústria de Transformação (-680 postos) e no Comércio (-318 postos). De acordo com os dados, foi o pior resultado desde maio de 2009, quando foram cortados 1.792 postos de trabalho. Mas não foi só o mercado potiguar que demitiu mais do que contratou no quinto mês do ano.  O emprego cresceu apenas nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Acre e Piauí.

Entre as regiões, o desempenho positivo ocorreu no Sul, com criação de 45.053 postos de trabalho e no Centro-Oeste, que gerou 25.869 vagas formais. No Nordeste (-152.342), Norte (-33.843) e Sudeste (-128.685), o resultado não respondeu ao esperado para o mês, de acordo com avaliação do próprio Ministério do Trabalho. O resultado do Caged reforçou a análise de um cenário ruim no mercado de trabalho brasileiro. A avaliação é do economista-chefe da Infinity Asset, Carlos Acquisti, que em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, disse que, pelo menos no curtíssimo prazo, não vê possibilidade de uma reversão significativa do atual panorama desfavorável para o emprego. “Os números de atividade estão piores do que as projeções. Com a atividade com a cara que está, o mercado de trabalho deve continuar piorando”, diz,

*Com informações da Agência Estado.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas