Maranello (Itália) – Depois de enfrentar problemas com os motores nas primeiras corridas da temporada 2010, a Ferrari deu mostras de estar perto de resolvê-los. Prova disso foi o pedido, enviado nesta quinta-feira, para mexer nos propulsores, o que, segundo o novo regulamento, não é permitido. De acordo com a matéria da revista alemã Auto Motor und Sport, os ferraristas identificaram a deficiência – localizada nas válvulas pneumáticas – responsável por uma saída maior de ar dos motores durante as corridas e querem a autorização para poder solucioná-la para as próximas corridas.
Se a equipe italiana, atualmente na segunda colocação do Mundial de Construtores, provar à FIA (Federação Internacional de Automobilismo) a falta de confiabilidade nos equipamentos, a entidade pode fazer uma exceção e ceder uma “carta branca” temporária. O espanhol Fernando Alonso foi a principal vítima dos motores desregulados. O bicampeão mundial se deparou com um superaquecimento no GP do Bahrein e sofreu duas quebras, na corrida da Malásia e nos treinos livres na China.
O sinal de alerta foi ligado porque, segundo as novas regras, cada piloto pode utilizar apenas oito motores durante a temporada toda. Só Alonso, terceiro colocado na classificação, perdeu dois.
Outro obstáculo a ser vencido pela Ferrari é que os motores utilizados nos primeiros GP´s, tanto por Alonso, quanto por Felipe Massa, não poderão sofrer alterações.
Críticas
O ex-presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, fez duras críticas ao presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, duvidando de sua capacidade como dirigente de Formula 1, apesar de tê-lo elogiado pessoalmente. Em entrevista à revista F1 Racing, o ex-dirigente aproveitou, ainda, para negar que a entidade tenha favorecido a escuderia italiana ao longo dos anos.
Na entrevista, Mosley disparou contra o presidente ferrarista, de forma relativamente branda. “Luca é uma pessoa muito, muito boa com todos, e é certamente muito agradável, mas, em minha opinião, é muito fraco, e sei que pode ser facilmente influenciado”, criticou, defendendo a sua gestão na FIA e atirando para todos os lados.
“Nós nunca favorecemos a Ferrari, apesar do sentimento geral ser esse. Vocês podem ir até a escuderia e todos serão muito honestos e abertos com você. A maior parte das equipes não faria isso”, cornetou.
Apesar da defesa, Mosley admitiu ter errado uma vez em seu mandato, quando a Ferrari poderia ter sido desqualificada do GP da Malásia no ano de 1999, por conta de irregularidades na carroceria do seu monoposto. “Os carros são legais quando têm uma leve angulação para o chassi, e são ilegais quando estão verticais. Eu acho que eles foram verticais, mas nós analisamos o carro, e a Ferrari afirmou ter a angulação correta, e então tudo continuou nesta base”, afirmou. “Nós devíamos ter apreendido o carro todo, mas você vive e aprende, e não cometeremos este erro nunca mais”, prometeu Mosley.
