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Lancet publica teste da vacina russa

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Depois de muitas críticas da comunidade científica, pesquisadores russos finalmente publicaram, ontem, os resultados dos testes clínicos de fase 1 e 2 da vacina Sputnik V, do Instituto Gamaleya. Divulgado na The Lancet, uma das mais renomadas revistas científicas do mundo, o trabalho revela que o imunizante induziu uma resposta imune contra o novo coronavírus em todos os participantes e não provocou resultados adversos significativos. E o governo do Paraná informou que em dez dias deve protocolar pedido de testes no Brasil.

Imunizante produziu uma resposta contra a covid-19 coronavírus em todos os participantes

Para cientistas de outros países, os dados são promissores, mas ainda incipientes. Eles aguardam os resultados da fase 3, que envolve mais de 40 mil voluntários em vários países, entre eles o Brasil, e poderá confirmar se a resposta imunológica induzida pela vacina de fato oferece proteção contra o vírus. Esses resultados são esperados para novembro.

Para os russos, a publicação do estudo em uma revista reconhecida é uma resposta às acusações de falta de transparência no processo. A Sputnik V foi registrada há menos de um mês, sem que um estudo fosse apresentado internacionalmente para a revisão dos pares, como é de praxe no meio acadêmico.

“Com essa publicação, respondemos a todos os questionamentos”, afirmou Kirill Dmitriev, diretor do fundo de investimento russo responsável pelo financiamento. Ele lembrou que a plataforma é a mesma usada no passado no imunizante contra o ebola e, por isso, já foi testada com sucesso em milhares de pessoas.

Os ensaios clínicos de fase 1 e 2 foram conduzidos na Rússia entre junho e julho, envolvendo 76 voluntários, todos adultos saudáveis. Segundo a Lancet, todos apresentaram uma resposta imunológica contra o Sars-CoV-2 e nenhum efeito colateral relevante. Ainda conforme a publicação, os resultados iniciais indicam que a vacina russa induziu a produção de células T – descobertas recentes indicam que essas células podem oferecer uma proteção mais duradoura do que a dos anticorpos.

Em editorial publicado na mesma edição, a própria Lancet alerta que “ensaios clínicos mais amplos e de maior duração, com placebo e maior monitoramento, são necessários para estabelecer a segurança e a eficácia de longo prazo da vacina”. “É um resultado muito positivo; sem dúvida nenhuma revela um processo feito com a transparência que a ciência requer”, afirmou a especialista em gestão de saúde Chrystina Barros, integrante do grupo de enfrentamento à covid-19 da UFRJ. “A partir dessa publicação, novas informações poderão ser discutidas, novos debates serão travados; devemos controlar nossas expectativas porque as idas e vindas fazem parte do processo acadêmico.”

Há preocupação crescente na comunidade científica com aceleração das pesquisas de imunizantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou ontem que não espera que haja vacinação em massa contra a covid-19 até meados do ano que vem, de acordo com a porta-voz, Margaret Harris.

O governo do Paraná deve protocolar em até dez dias na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o pedido para iniciar os testes da fase 3 da vacina russa contra a covid-19. De acordo com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), os resultados das duas primeiras fases de testes da vacina russa foram compartilhados em agosto. O órgão trabalha em parceria com o Instituto Gamaleya desde julho. Pelo cronograma atual, o governo do Paraná projeta iniciar a fabricação própria da vacina russa contra a covid-19 em 2021. O acordo assinado com Moscou prevê a transferência de tecnologia por etapas.

Números
A média móvel diária de mortes pela covid-19 no Brasil, referente ontem, e os seis dias anteriores, ficou em 856 após leves oscilações entre os dias 1º e 3 de setembro. Nas últimas 24 horas, foram contabilizados 855 novos óbitos, o que eleva o total de mortos para 125.584, segundo levantamento do consórcio de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL.

Desde às 20h de quinta-feira, 3, mais 40.566 casos confirmados de infecção somaram-se à estatística e, ao todo, 4.086.716 brasileiros já se contaminaram com o novo coronavírus. O Ministério da Saúde informou que 3.278.243 pessoas já se recuperaram da doença em todo o País e outras 688.056 seguem em acompanhamento.

O Brasil ainda é o segundo País no mundo com o maior número absoluto de casos e mortes pelo novo coronavírus, segundo contagem da Universidade Johns Hopkins. Em primeiro lugar estão os Estados Unidos, que registra mais de 6 milhões de infectados e mais de 187 mil mortos. A Índia fica na terceira posição, com 3,9 milhões de infectados e mais de 68 mil óbitos.

No País, o Estado de São Paulo apresenta um cenário de declínio nos números da pandemia, com redução de 13,5% nos óbitos em relação à semana epidemiológica anterior. No total, são 845.016 casos confirmados e 31.091 mortes. Já no Estado do Rio de Janeiro, 16.467 pessoas morreram em função do novo coronavírus e 232.489 foram infectadas.

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