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Temporada aquecida nos museus

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Tádzio França
Repórter

Nos museus a história está na vitrine não só para ser vista, mas também discutida, estudada, pensada e projetada. A história está sempre em movimento, e pode ir além da mera contemplação. É o mote da 17ª edição da Semana Nacional dos Museus, uma temporada cultural promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), e que de 13 a 19 de maio vai movimentar cerca de 1.114 instituições culturais ao redor do país com programações especialmente pensadas para a ocasião. O tema para 2019 é “Museus como núcleos culturais: o futuro das tradições”. Natal já está com seu roteiro pronto pra ser visitado.

Com programação movimentada, Instituto Histórico terá palestras que abordam o futuro dos museus do RN
Com programação movimentada, Instituto Histórico terá palestras que abordam o futuro dos museus do RN

Cultura popular

O Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, na Ribeira, e o Memorial Natal, no Parque da Cidade (Candelária), ambos administrados pela prefeitura, já estão suas respectivas programações. Em sintonia com seu acervo temático, o museu da Ribeira vai contar de 14 a 17 com uma oficina para confecção e manipulação de bonecos estilo João Redondo, ministrada pelo mestre Raul dos Mamulengos, além de visitas guiadas ao salão de exposições do museu, que possui cerca de 2000 peças que abrangem o universo da cultura popular. Dias 16 e 17, às 10h, terá apresentação do teatro de João Redondo com o mestre Genildo Mateus.

O Memorial Parque da Cidade vai começar sua programação a partir das quarta-feira. No dia 15 terá visita mediada à exposição “Toque – Sentidos Dispositivos de Memória”, das 14 às 17h50; no dia 16 terá “Histórias de Potyguara”, uma sessão de contação de histórias das 16 às 17h; dia 18 será a vez de uma apresentação de violeiros, às 16h; e no dia 19, haverá show da banda Carcará na Viagem, às 15h,  mostrando sua mistura de rap, coco, embolada e funk para os visitantes.

Passado potiguar

O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte vai celebrar a semana museológica com uma programação que inclui mesas redondas e palestras, além de visitas mediadas. A instituição histórica mais antiga do estado ressaltou o desejo de ficar mais próxima da comunidade, por entender que museu é um lugar de encontro de gerações, etnias e grupos sociais de variadas origens, e que apresenta a história por múltiplos olhares, de uma forma acessível.

A programação do IHGRN começa na segunda (13) com uma mesa (9 às 11h) sobre a história da própria instituição, passado e futuro, a cargo do jornalista Gustavo Sobral e do atual presidente, Ormuz Simonetti; às 14h terá a palestra “Museus do RN: Passado e Futuro”, com a turismóloga Cinara Filgueira Maciel falando sobre os principais museus do estado, desde os extintos até os mais recentes. No dia 14 terá a palestra “A evolução da moeda brasileira”, pelo historiador Igor Oliveira da Silva, das 9 às 12h; em seguida, às 14h, terá mesa sobre o livro “Heróis da nossa terra”, nova publicação do IHGRN.

Administrados pelo município, o Museu de Cultura Popular na Ribeira e o Memorial de Natal, no Parque da Cidade, oferecem mostras e oficinas em sintonia com seus acervos temáticos
Administrados pelo município, o Museu de Cultura Popular na Ribeira e o Memorial de Natal, no Parque da Cidade, oferecem mostras e oficinas em sintonia com seus acervos temáticos

A palestra “Entre religião e história: um olhar sobre a igreja católica e a história do RN” abrirá a programação do dia 15, das 8 às 10h, com o historiador Thiago Freire; às 10h, a mesa redonda “O museu se encontra com o futuro: possíveis soluções”, com Gustavo Sobral e Narla Sathler, coordenadora do Museu de Minérios do RN; às 15h terá a palestra “O futuro dos indígenas no RN”, pelo professor Lígio José de Oliveira;

A programação do dia 16 abrirá com a palestra “O que é genealogia?”, por Ormuz Simonetti, das 8 às 10h; segue com “Cangaço e coronelismo no RN”, por Honório de Medeiros, às 10h; palestra “A utilização da argila no RN”, às 13h, por Pedro Simões, seguida por uma oficina sobre preparação, planejamento e modelagem na argila pelo artista Franklin Lima.

Dia 17 terá mesa, às 9h, sobre o livro “Institutos Históricos e Geográficos do Brasil”; palestra “Prédios históricos do RN”, da professora Ludimilla Carvalho, às 13h; e às 15h, Augusto Maranhão falará sobre “As transformações da cultura potiguar pelo advento da II Guerra Mundial”. O ciclo se encerrará no dia 18 com palestra de Gibson Machado sobre  o “Patrimônio histórico-cultural de Ceará-Mirim”, às 9h, e em seguido o professor Renato Peixoto apresentará “Cartografando os Mundos da Fantasia: Um exame do papel da história, geografia e da cartografia nos jogos de tabuleiro, RPGs e jogos digitais desde Hyboria até Game of Thrones (1932-2004)”, das 14 às 16h.

Universitários

O Museu Câmara Cascudo abrirá suas portas na semana dos museus com exposições, palestras, oficinas, mesas redondas, lançamentos de livros e atrações culturais. A programação  do museu universitário pretende referenciar a tradição como algo aberto para projetar o que virá pela frente e incorporar novos elementos. “Hoje os museus se impõem como núcleos de produção e irradiação de novos conhecimentos, que ajudam a explicar o presente e nos preparam para construir o futuro”, afirma Everardo Ramos, diretor do MCC.

A programação no museu começa dia 14 (terça), às 14h30, com palestra de abertura sobre os desafios contemporâneos dos museus universitários, oficina “Theatron – 1º Movimento”, às 15h30 a mesa-redonda “Museu Câmara Cascudo em debate: desafios e rumos”, e às 18h, abertura das exposições/instalações “Arquitetura modernista (des)construída: 50 anos do pavilhão Expositivo do MCC”, “Hora imortal – UFRN contemporânea” (com lançamento de livro homônimo), “Ferramentas para ferir a pedra”, e “Vida dos dinossauros” (instalação de realidade virtual).

No dia 16 (quinta) terá o encontro “Ciência andante”, às 14h30, junto com a oficina “Theatron – 2º Movimento”, e às 19h, a palestra “Arquitetura modernista (des)construída: 50anos do pavilhão expositivo do MCC”. A sexta (17) começará com as oficinas “Arqueologia fora da caixa” e “Theatron – 3º Movimento”, às 14h30; a partir das 15h terão a palestra “Educação e museu”, e o espetáculo de teatro de bonecos “As bravatas de Baltazar nas terras de João Redondo”. O encerramento no sábado será com a oficina “Ludicidade sustentável” (14h30), a festa a partir das 17h com trovadores potiguares, Projeto Pau e Lata, e show da banda Skarimbó.

Histórias do cais

Pequeno, independente, mas cheio de histórias pra contar, o Museu do Porto de Natal também integra a SNM 2019 com seu precioso acervo reunido ao longo de 47 anos pelo jornalista Aproniano César. O museu existe há 15 anos, tendo começado na sede do Sindicato dos Portuários, na Ribeira, e agora instalado há oito anos no 1º andar do Mercado de Petrópolis. “A função desse museu é mostrar a importância do porto para o crescimento da cidade”, afirma o diretor, abnegado e apaixonado pela história marítima de Natal.

O acervo do Museu do Porto é composto fotografias, objetos deixados por navios que já passaram por aqui, curiosidades como o timão do primeiro rebocador do porto, um pedaço da famosa Pedra da Bicuda, uma maquete do porto, postais, objetos, entre outros souvenires que Aproniano vai pessoalmente pedir aos comandantes dos navios que aportam na cidade. Ele afirma que o acervo do museu é apenas 20% do que tem guardado em casa. O porto atual é de 1932, mas Aproniano tem peças de 1920. O museu funciona de segunda à sexta, das 8h ao meio-dia.

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