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RN possui 51 cidades com risco de surto da dengue

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Carla França – repórter

O Rio Grande do Norte possui 51 municípios com risco de surto de dengue. Dentre eles estão Ceará-Mirim, São Miguel, Mossoró e Caicó. Natal, assim como outros 58 municípios, está em situação de alerta com relação à doença. Os números, fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde, são maiores do que os resultados do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) divulgados, ontem, pelo Ministério da Saúde.

Em todo o Estado apenas nove municípios – Natal, Parnamirim, Ceará-Mirim, São Miguel, Pau dos Ferros, Currais Novos, Caicó, Apodi e Mossoró – fazem o LIRAa, mas apenas quatro deles conseguiram mandar os dados em tempo oportuno. Por isso a diferença entre os números do Ministério da Saúde e  da Sesap. “O que não quer dizer que os outros municípios não atualizem os seus índices de infestação predial. Nós já estamos estruturando os demais para também fazer as atualizações através do LIRAa”, explicou a assessora técnica para o Programa de Dengue no RN, Lúcia de Fátima Araújo.

A situação da dengue no Estado é mais grave do que em 2009. Para se ter uma ideia, este ano  (até a 47ª semana) foram notificados 8.701 casos de dengue, desses 1.444 foram confirmados. E entre os confirmados 1.281 foram dengue clássico, 56 com complicação e  107 Febre Hemorrágica da Dengue.

Um aumento de 113,62% se comparado aos 3.751 notificados em 2009. O número de casos confirmados também foi menor no ano passado: 352 de dengue clássico, seis com complicação e 28 com FHD. Ainda de acordo com os dados da Sesap – levando em consideração a mesma semana epidemiológica – houve uma diminuição de 40% nos óbitos confirmados. Em 2009 foram cinco  e este ano foram três  em 2010.

De acordo com Lúcia de Fátima é papel dos municípios inspecionar, eliminar e controlar os mosquitos, ao governo federal cabe enviar recursos para campanhas e   insumos laboratoriais para identificação das larvas. “Ao Estado cabe dar apoio aos municípios, bem como promover a capacitação de profissionais  para lidar de forma mais ágil com os vetores e distribuição de material de propaganda. Além de repassar os recursos federais a cada município”, disse Lúcia.

Ainda segundo ela, a Sesap está organizando uma capacitação para os profissionais de UBV (que utilizam o veneno) e os bioquímicos para a próxima sexta-feira. Questionada sobre o uso do carro fumacê como combate ao mosquito, Lúcia de Fátima explicou que os índices atuais não justificam a  utilização do veneno.

“Esse tipo de veneno precisa de critérios para ser utilizado. Se por um lado ele mata alguns mosquitos, por outro ele polui o meio ambiente. Além disso, com o uso indiscriminado podem surgir mosquitos super-resistentes, assim como aconteceu com as bactérias”, disse Lúcia de Fátima Araújo.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou contato com a prefeitura de Ceará-Mirim, a chefe de vigilância da SMS de Natal, Liene Medeiros, e a gerente municipal de saúde Mossoró, Jaqueline Amaral, mas não obteve retorno.

Situação no Brasil é preocupante

Os números do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) mostram que, entre os 370 municípios brasileiros que já realizaram o levantamento, 24 estão em risco de surto. Esses municípios registraram a presença de larvas do mosquito em mais de 4% das residências pesquisadas. Os municípios em situação de alerta, com índice de infestação entre 1% e 3,9%, são 154, incluindo 14 capitais.  Outras 192 cidades brasileiras estão em situação satisfatória, com focos de larvas em menos de 1% das residências.

Das 427 cidades que se propuseram a fazer o LIRAa, o ministério aguarda a consolidação dos dados em 127.  O Nordeste concentra o maior número de municípios em risco de surto. São 17 no total – dez em Pernambuco, quatro no Rio Grande do Norte e três na Bahia.

Outros 42 municípios estão em situação de alerta e 20 com índice satisfatório – incluindo as capitais São Luís, Teresina e João Pessoa. Na região, seis municípios estão em fase de conclusão do levantamento. O Norte tem quatro municípios em risco, entre os quais duas capitais – Rio Branco e Porto Velho. Mais 17 cidades da região estão em alerta e oito em situação satisfatória.

No Sudeste, região com o maior número de municípios participantes do LIRAa 2010, Caetanópolis, Governador Valadares e Santa Cruz de Minas (MG) estão em risco de surto. Em situação de alerta, há 76 cidades, entre as quais Rio de Janeiro e Vitória. Belo Horizonte e São Paulo têm índices satisfatórios. Em fase de conclusão do levantamento, estão outros 40 municípios.  Duas capitais do Centro Oeste – Brasília e Campo Grande – estão com índice satisfatório, de um total de 25 municípios nesta situação. Em alerta, estão Goiânia, Cuiabá e mais 11 cidades.

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