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A onda Marina

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Woden Madruga [ [email protected] ]

Nas ditas pesquisas internas realizadas pelos partidos já se percebia, no mar agitado da política, o crescimento  da onda chamada Marina Silva, mais ou menos como aquela força que assusta os  surfistas dos mares do Havaí. No caso brasileiro quem se seguram nas pranchas são Dilma Rousseff e Aécio Neves. Seus assessores andam preocupados desde a pesquisa da Datafolha realizada logo após a morte de Eduardo Campos, que mostrou a subida da sua vice  e substituta na corrida presidencial, chegando perto do terreiro de dona Dilma. A pesquisa do Ibope, divulgada terça-feira, confirma o que se desenhava nas “internas” chamadas pelos marqueteiros de “trackings”. Algumas dessas informações (internas) vazaram nas especulações dos analistas políticos. Os números foram confirmados agora pelo Ibope e produziram as manchetes de todos os jornais.

A manchete do Estadão  acertou na síntese (todas as capas dos jornais foram bem parecidas) ao afirmar: “Marina abre dez pontos sobre Aécio e vencerá Dilma no segundo turno”. Analisando os números do Ibope, que estreitaram para cinco pontos a diferença de Dilma (34% sobre Marina (29%), o cronista Merval Pereira deu para a sua crônica de ontem em O Globo, o título de “A outra eleição”. Sim, ninguém tem mais dúvidas (começando pelo próprio PT) de que a disputa presidencial será travada em dois turnos. Lá pras tantas, Merval escreveu:

– A questão parece que Dilma e Aécio se prepararam para uma eleição e estão disputando outra,  que mudou radicalmente desde a morte de Campos, há 13 dias. Não atribuo esse crescimento de Marina à comoção popular, embora a morte trágica de Campos tenha dado a ela uma exposição nacional maior naqueles dias do que terá em toda a campanha eleitoral, com os poucos minutos que tem de propaganda oficial.

Merval, diz que a subida de Marina sobrou até para o pastor Everaldo. A candidata tirou votos  evangélicos do pastor (“uma verdadeira limpa”), outros de Aécio (que perdeu 4 pontos) e somou para si os votos  dos indecisos (3 pontos) e dos “brancos e nulos (6 pontos) chegando próximo ao empate técnico com Dilma Rouseff (cinco pontos apenas de diferença). Acrescenta Merval:

– A candidata Marina está a um ponto do empate técnico no primeiro turno com a presidente, e aparece na frente 9 pontos no segundo turno. Creio que, se ela tivesse conseguido organizar seu partido (Rede Sustentabilidade),  estaria desde o início disputando o segundo lugar com Aécio, e haveria mais tempo para que a escolha fosse feita de maneira racional, como propõem os tucanos.

O analista político de O Globo, que também é da Academia Brasileira de Letras, admite ainda a possibilidade que boa parte da base aliada da presidente Dilma Rousseff  “comece a debandar, em busca de salvar-se na candidatura Aécio, se a vitória de Marina no segundo turno deixar de ser  uma ‘onda que vem e vai’ para se transformar numa possibilidade real’… Mas talvez aí seja tarde demais para reverter a situação que se desenha no horizonte”.

Tese falsa
O jornalista Josias de Souza, do UOL, também falou sobre a pesquisa do Ibope:

“Atônitos, tucanos e petistas buscam um lenitivo na ilusão. Afirmam que Marina sobe graças à comoção que a morte de seu ex-companheiro de chapa ateou no eleitorado. Nessa versão, a candidatura dela murcharia depois que passasse o choque provocado pela tragédia. A tese é falsa”.

Josias acrescenta:

– Marina ostenta agora o mesmo tamanho que exibia em outubro de 2013, quando o Datafolha enviou seus pesquisadores às ruas, nas pegadas do acordo firmado entre Marina e Eduardo Campos. Num cenário em que Marina encabeçava a chapa do PSB, ela amealhava os mesmos 29% que o Ibope lhe atribui agora. Estava 12 pontos à frente de Aécio, que tinha 17%. Dilma aparecia um pouco mais bem disposta do que agora: 39%.

Debate
Não vi o debate da TV-Bandeirantes. Era muito tarde. Meu médico analista, professor Seabra, recomenda não ver televisão após as 21 horas, mesmo sendo jogo do ABC. O debate com os presidenciais (9) estava marcado para começar às 23 horas.

Manhã cedo o telefone me chama. Era Ricardo Careca. Viu o  programa todo, acompanhado de Claudionor, uma cachaça  destilada em Januária, Minas, e armazenada em tonéis de umburana. “Uma delícia”, me garante.  Pergunto pelo programa, o que ele achou do nível dos debates, da performance dos candidatos, por aí. Respondeu didaticamente: “Monótono. Muito monótono”.

Candidata-parafuso
O analista político Josias de Souza, em sua coluna  no UOL, opinou:

– Quem assistiu ao debate até esse ponto obteve o kit de informações básicas para exercitar o voto em outubro. Dilma tornou-se uma espécie de candidata-parafuso. Com o governo espanado, roda a esmo em tornou de conquistas de Lula, que sua gestão precária ameaça. Mas não parece disposta a fazer concessões à autocrítica. Aécio oferece uma mudança “segura” que tem como símbolo um futuro ministro içado do passado. E Marina tem que espantar o risco de aventuras fazendo pose novidade responsável, capaz de governar com o que de melhor os quadros dos arquirrivais PT e PSDB podem oferecer ao país.

– O cenário pode não ser animador. Mas uma nação que já acomodou no Planalto Fernando Collor precisa reconhecer que não está diante do fim do mundo.

Livro
Entre os livros que serão lançados hoje na Tarde Cultural Literária da Escola Doméstica de Natal, parte das comemorações do seu centenário, destaque para “Escola Domestica de Natal – 100 anos em retratos”, organizado por Eulália Duarte Barros e Nídia Mesquita. O projeto gráfico, incluindo capa, é da Mariz Comunicação Integrada. As fotos selecionadas pertencem aos acervos da Escola Doméstica de Natal e do professor Osório Dantas. Ricos acervos.
Toda a renda resultante da venda do livro-álbum será revertida em benefíio do Hospital Infantil Varela Santiago.

Pesquisa
Batuquei estas notas, coisa do meio-dia, bem antes da divulgação da pesquisa da Consult, marcada para o começo da noite de ontem. Espero que tenham tido um bom proveito. Hoje será a vez da pesquisa do Ibope (presidente da República, governador do Estado, Senado). Idem.

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