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Marrons Crepons Marfins

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A poeta Marize Castro está festejando os 40 anos do lançamento do seu primeiro livro: “Marrons Crepons Marfins”, ocorrido em Natal nos idos de 1984. A mocinha tinha 21 anos. A autora, que também é jornalista e editora, será homenageada pelo projeto de extensão “Banquete de Livros”, da UFRN, onde acontecerá, no dia 25, uma mesa redonda no Auditório Fernando Bastos, do Instituto de Políticas Públicas. A programação se estende até o dia 27, com o encontro do Clube de Leitura na Livraria da Cooperativa Cultural.

Pego na estante ao lado o exemplar de “Marrons Crepons Marfins”, com o selo da editora Clima, de Carlos Lima, em parceria com a Fundação José Augusto, capa de Nei Leandro de Castro e Marcelo Mariz. A orelha também é assinada por Nei Leandro e a quarta capa é assinada pelo poeta, crítico e agitador cultural pernambucano Jomard Muniz de Britto. Apresentação de Wellington Dantas.

Para brindar o leitor, transcrevo o que Nei Leandro de Castro escreveu:

“Desde priscas eras (valha o lugar-comum), desde priscas eras, o cenário da poesia escrita por mulher no RN permanece inalterado. Em tempo mais remoto, final do século passado, tivemos o mito de Auta de Souza, canonizada pela crítica de Jackson de Figueiredo e Alceu Amoroso lima. Nisso tudo, mais mito do que poesia.

Nos tempos de hoje, ou melhor, nos últimos trinta anos, a nossa poesia feminina tem sido sacralizada, sem necessidade de mistificação, por duas grandes poetas: Zila Mamede e Myriam Coeli. O resto é silêncio. Ou meras incursões mais ou menos felizes.

Mas, atenção, senhoras e senhores: deu entrada nesse cenário poético (muito monótono, porque imutável) a poesia solta, livre, engalanada, lírica, sensual e escrachada de Marize Castro.

Chegou Marize Castro com todos os marrons, crepons e marfins a que tem direito. Confesso que há muito uma poesia não me toca tanto, por sua ‘ars poética’ forte e docemente sacana, por sua virada na concepção de uma poesia feminina bem comportada, cheia de babados. A poesia de Marize é feminina, sim, mas não é fresca.

O que mais surpreende nesse livro de estreia, de uma autora recém=chegada à casa dos 20 anos, é justamente a força que une os poemas como num só grito. Grito de dor e de gozo. De prazer e de agonia. O grito de Marize também dá lugar a uma irreverência muito saudável, como no poema “Senhoras e Senhores”, em que a poeta pede licença para dizer que “a libide de vocês está caduca”. A libide e a poética.

Ouso dizer que a poesia de Marize Castro está no nível da de Ana Cristina César, “a do de vocês está caduca”. A libido e a poética.

“Recebi pelo correio / a blusa de seda negra. / Não a vesti. / Espero instruções in loco. / Corto os pulsos / ou me enforco? ”

Ouso um pouco mais: em muitos momentos, Marize supera o seu modelo, a trágica e bela poeta de “A Teus Pés”. E se inscreve sem nenhum favor dentre as maiores revelações da nova poesia brasileira.

Natal, julho, 1984. ”

Tribuna do Norte

Hoje, 24 de março, noite de lua cheia, esta Tribuna do Norte está completando 74 anos de circulação. Fundada em 1950 por Aluízio Alves com o adjutório do doutor Juvenal Lamartine de Faria.

Ando por aqui, de uma tacada só, derna de 1964. Somados com mais dois anos, um pouco mais atrás, são 62 anos na casa, tirando fino nos birôs. Ribeira de antigamente.

Sem chuva

Dia 19, consagrado a São José, não choveu no município de Angicos, do qual o santo das chuvas é o padroeiro. Não choveu em nenhum outro município do Sertão do Cabugi. Também zero de chuva nas regiões Leste (Litoral) e Agreste.

As chuvas ocorreram nas regiões do Oeste e Central (Seridó): Jardim do Seridó, 33 milímetros, Serrinha dos Pintos, 26, Lucrécia e Ipanguaçu, 19, Riacho de Santana, 16, Patu, 15, Alto do Rodrigues e Martins, 13, Portalegre e Carnaúba dos Dantas, 11, Luís Gomes, Paraná, Umarizal e São João do Sabugi, 10, Acari, 9. Números da Emparn.

Garibaldi

Quem andou por Angicos, no dia de São José, foi o ex-governador Garibaldi Alves Filho. Foi visto na missa campal (sol quente) celebrada pelo Arcebispo Dom João Santos Cardoso. Angicos, onde nasceu Aluízio Alves.

No Araripe

Deu na coluna de Ancelmo Gois, de O Globo: “A Chapada do Araripe poderá ser reconhecida como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco)”.

A chapada fica em Pernambuco, divisa com o Ceará, Paraíba e Piauí. Exu, onde nasceu Luiz Gonzaga, faz parte da região. Lá no céu o Rei do Baião, ao lado de São Pedro, feliz da vida com a notícia comemorou cantando acompanhado de sua sanfona mágica: “Meu Araripe, meu relicário/ Eu vim aqui rever meu pé de serra/ Beijar a minha terra/ Festejar seu centenário”.

Mulher na Academia

Seguindo as trilhas do Dia Internacional da Mulher (9) a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras promoveu uma mesa redonda – “Só de Mulheres”, sexta-feira que passou. Falaram as acadêmicas Diva Cunha (sobre Poesia); Eulália Barros (Educação); Isaura Rosado (Artes); Leide Câmara (Música) e Sônia Faustino (Literatura).

Política

Deu no Estadão:

– Para o mercado financeiro, Lula da Silva e Fernando Haddad não fazem parte do mesmo governo. Em pesquisa da Genial/Quaest om 101 gestores, economistas, analistas e operadores de fundos de investimentos em São Paulo e Rio de Janeiro, o presidente da República é reprovado por 64% – patamar 12 pontos porcentuais maior do que o verificado em um levantamento em novembro. Já o ministro da Fazenda é aprovado por 50% dos consultados, uma alta de 7 pontos percentuais em relação à pesquisa de novembro.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.

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