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Andando pelo Rossio

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Woden Madruga [ [email protected] ]

Demétrio Diniz já peleja num novo livro de contos, faz menos de um ano que lançou O amor fora de época de Felipe Flores, pela editora Bagaço, de Recife, que é  o seu terceiro livro de prosa, depois de uns cinco de poesia.  Matuto nascido em Alexandria, sertões do Oeste do Rio Grande do Norte, vigiada pela Serra da Barriguda, Demétrio está no meu time dos melhores escritores desta terra de Poti mais literária e pronto para escrever o seu primeiro romance.  É só pegar o papel. Bom, mas por enquanto, insiste no conto, como está claro num imeio que me passou esta semana, no rastro do “Jornal de WM”, do dia 7, sábado, no qual falo das anotações de Nei Leandro de Castro e Manoel Onofre Jr. de suas viagens a Lisboa. Título da coluna: “No rumo de Lisboa”.  Demétrio também é um apaixonado pela terra de Fernando Pessoa, tantas vezes andou   por suas colinas  subindo e descendo ladeiras, o Tejo cá  embaixo, encantador.

Ás folhas tantas do imeio, Demétrio escreveu assim:
 “Mando este trecho de um conto inédito.  A razão é por saber do seu amor por Lisboa, aonde tenho vontade de morar por alguns meses, embora me falte coragem para isso. Nei Leandro fala do prazer de sentar-se na Confeitaria Suíça, no Rossio, e ver passar lindas mulheres. Eu, como já estou ficando velho, acho uma delícia, ali mesmo no Rossio, pertinho da Confeitaria, num mercadinho que só tem uma porta estreita, comprar um maravilhoso queijo de cabra fresco que se vende ali. Para quem não é hipertenso recomendo também o queijo de cabra curado. Com pão novinho, qualquer um dos dois é iguaria de dar água na boca. Bom, lá se vai o texto, eu talvez, não sei, possa servir de ajuda a quem procura livros raros, e também pra tocar um pouco na saudade de Lisboa:
‘E que, menos de cem anos depois desse luto coletivo (a morte de Guerra Junqueiro), lá estive estourando os meus pulmões de fumante   na interminável e íngreme ladeia que leva à Praça do Mirante; no Largo da Misericórdia, na calçada do Combro, no Largo de Camões, na Rua do Ouro, Rua do Alecrim, todo o Rossio, Baixa do Chiado, Embaixadores e Bairro Alto, vasculhando os sebos de Lisboa – o Olispo, Bizantina, Plisso, Da Costa e dezena de outros. Estranhamente não encontrei nenhum escrito do autor de “A Velhice do Padre Eterno”.
(…)
‘Desci aquelas ladeiras certo de que o passado, nos dias de hoje, é uma camada de poeira, onde, com sorte, se vislumbra do soterrado apenas um aceno ou “um pormenor que por vezes vem à superfície”, como disse Modiano, na sua insistência sobre o esquecimento do passado. ’
É preciso incluir na ficha de Demétrio Diniz que ele é um incansável viajor, derna de quando menino pegando morcego no trem que ligava Souza, na Paraíba, a Mossoró.  Já atravessou todos os oceanos, subiu e desceu as Cordilheiras dos Andes, acampou em Machu Pichu( “O trem de Machu Pichu/ não é o mesmo de Alexandria, carregando gente, bois/ e as dores da partida./ Há névoas à distância/ o maquinista anda e recua nos triângulos/ faz que vai, e volta/manobra com cuidado na altura dos penhascos”), dançou tango em Buenos Aires, passeou as pontes sobre o Sena, arrodeou o Coliseu, em Roma, viu touradas em Madrid, e chegou a percorrer em Damasco, na dramática Síria,  as mesmas trilhas do profeta Paulo. Mas não se converteu.

Política
De Eliane Cantanhede em sua coluna do Estado de S. Paulo:
– Michel Temer e Henrique Meirelles, que estão no olho do furacão, conversaram animadamente em São Paulo na última sexta-feira. Orelhas arderam, mas nenhum dos dois disse, nem diria, quais e de quem. Por isso, a versão é de que Temer lhe apresentou pessoalmente o novo programa do PMDB, “Uma ponte para o futuro”, e Meirelles adorou. Detalhe: o documento é o oposto do que o PT defende.
– Como vice-presidente, Temer é sucessor natural de Dilma Rousseff caso seja aprovado o impeachment ou ela se afaste. E, como ex-presidente do Banco Central de Lula, Meirelles é candidatíssimo a ocupar o Ministério da Fazenda. Convenhamos que uma conversa entre eles, neste momento, é deveras instigante.

Do tempo
Novembro na reta final, calor passando dos 30 graus no litoral e beirando os 40 no sertão brabo, vai me levando toda manhã ao saite no CPTEC para pastorar a previsão do tempo, buscando sinal de chuva.
A previsão para hoje, 20, véspera do dia da padroeira de Natal, Nossa Senhora da Apresentação, é esta: “No sudoeste e sul do Maranhão, sul do Piauí, sul e oeste da Bahia: variação de nuvens e pancadas de chuvas em áreas isoladas”.
Todo mundo de olho no sul Piauí. Os primeiros trovões acontecem por lá.

Morrendo na cadeia
As notícias dão conta de que o número de presos assassinados nas cadeias do Rio Grande do Norte já teria chegado a 28 em apenas seis meses. Isso dá uma média de 4,3 assassinatos por mês, uma das mais altas da América Latina, incluindo o Caribe.
Faltando pouco mais de um mês para completar o o primeiro aniversário do seu governo, se essa série de assassinatos continuar na mesma batida, o governador Robinson Faria baterá um recorde na história do sistema prisional do Estado:  50 assassinatos de presos.

Livro
Na tarde de hoje, a partir das 16h30, na Galeria do NAC, no Centro de Convivência Djalma Marinho, da UFRN, tem o lançamento do livro Ensaios Indisciplinados, organizado por Alex Galeno, Fagner Torres e Gerlúzia Azevedo.
Uma dobradinha da Cooperativa Cultural com a Edufrn.

Do Negro
O Dia Nacional da Consciência Negra, que é celebrado hoje, 20, foi lembrado ontem na sessão da Assembleia Legislativa com discurso do deputado Fernando Mineiro, PT, branco.
Nas bancadas do plenário da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte não tem nenhum deputado afrodescendente.

Playboy
A Editora Abril anunciou, ontem, que deixará de publicar a revista “Playboy”. Também as revistas “Men’s Health” e “Women’s Health”

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